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O CAPITALISMO E O SERVIÇO SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES PRIVADAS

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Por:   •  8/3/2015  •  4.913 Palavras (20 Páginas)  •  411 Visualizações

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O CAPITALISMO E O SERVIÇO SOCIAL

NAS ORGANIZAÇÕES PRIVADAS

Daiane Oliveira Klein Wolf

Prof. Tatiana Miranda Baeumle

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Serviço Social (SES0143) – Prática Módulo 1

26/02/13

RESUMO

O Serviço Social na Organização Privada aparece como mediador entre empregado e empregador. O Serviço Social de Empresa está intimamente ligado ao capitalismo, suas origens se entrelaçam, pois foi por meio do desenvolvimento do capitalismo e da modernização das indústrias que o Serviço Social na Organização Privada foi amplamente requisitado. Este estudo objetiva contextualizar o capitalismo e o surgimento do Serviço Social, bem como o começo do Serviço Social no Brasil. Descreve-se também como o Serviço Social foi inserido na Organização Privada e qual o papel da Assistente Social perante as relações entre capital e trabalho. Conclui-se com este estudo que o Serviço Social na Organização Privada surgiu a princípio apenas para atender a necessidade da classe dominante, detentora do capital, entretanto com a Reconceitualização da profissão tem-se uma nova visão de sobre a função do Serviço Social: a tentativa de conscientização do trabalhador a respeito de seu papel e seus direitos.

Palavras-chave: Serviço Social. Capitalismo. Organização Privada.

1 INTRODUÇÃO

O Serviço Social origina-se na caridade e filantropia, contudo firma-se como profissão e atualmente o assistente social é um profissional altamente requisitado em empresas públicas ou privadas para intervir em questões relativas ao trabalho e a vida pessoal do trabalhador.

Rico (1987, p. 98) afirma:

O Serviço Social atua junto ao homem (indivíduos, grupos, comunidades, populações), encarando-o como agente de seu próprio processo de superação dos fenômenos e/ou dificuldades que surgem da sua interação com o meio social, tendo como objetivo mobilizar e desenvolver potencialidades.

O Serviço Social é uma profissão que atua diretamente ligada a questões sociais, sejam elas a nível individual ou coletivo. O objetivo do Serviço Social é a conscientização do ser humano a respeito de seus diretos e deveres, tornando-o capaz de ser livre e decidir sobre o seu desenvolvimento.

Neste estudo, pretende-se contextualizar o surgimento do Serviço Social no mundo e no Brasil, caracterizando a relação do Serviço Social com o Capitalismo. Espera-se descrever o Serviço Social dentro da Organização Privada, compreendendo seu papel nesta instituição.

2 O CAPITALISMO E O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL

Capitalismo, segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 78) significa “regime socioeconômico baseado no lucro e na propriedade privada dos bens de produção.” Já para Rico (1987, p. 29, grifo da autora):

O capitalismo é o modo de produção da mais-valia. Karl Marx, em O Capital, compreende a mais-valia como excedente do trabalho que é apropriado pelo proprietário dos meios de produção. O capitalismo é um tipo de organização das forças produtivas, onde um proprietário possui os meios de produção (o capital e o trabalho) e tenta extrair deles o maior lucro possível.

Rico (1987) afirma que no capitalismo o maior objetivo é a obtenção do lucro. Necessita-se, portanto do capitalista que é a pessoa detentora dos meios de produção e também do trabalhador, ou seja, a pessoa que vende seu trabalho. A autora salienta que foi por meio da Revolução Industrial que acontece o fortalecimento do capitalismo. Souto (2006, p. 22) conceitua a Revolução Industrial:

Movimento de mecanização da produção ocorrido na Europa Ocidental, nos séculos XVIII – XIX, que de início limitou-se a Inglaterra (1760 – 1860), considerada a Primeira Revolução Industrial, e espalhou-se por outros países da Europa Ocidental e Oriental, como Bélgica, França, Itália e Rússia (1860 – 1900), considerada a Segunda Revolução.

Nota-se que a criação da máquina a vapor por James Watt e o tear mecânico por Richard Arkwright, são considerados os marcos iniciais para a Revolução Industrial. Compreende-se que a Revolução Industrial mudou o mundo econômica e socialmente. Percebe-se que com a Revolução Industrial surge a empresa e o capitalismo Industrial, onde a força humana é substituída pelas máquinas.

Com a industrialização e o fortalecimento do capitalismo, surgem pesquisadores que estudam as ações e reações do capitalismo perante a sociedade.

Segundo Martinelli (2011) o capitalismo desdobra-se em três vertentes: a primeira do economista alemão Werner Sombart e a segunda denominada Escola Histórica Alemã ou Escola Clássica Alemã, ambas tem o capitalismo visto essencialmente como a relação entre a produção e a obtenção de lucro. Em contrapartida, a terceira vertente, de Karl Marx, propõe outra visão. A autora destaca nesta vertente (2011, p. 29) “o capital é uma relação social e o capitalismo um determinado modo de produção, marcado não apenas pela troca monetária, mas essencialmente pela dominação do processo de produção pelo capital.”

Iamamoto (2007, p. 53) corrobora “capital e trabalho assalariado se criam mutuamente no mesmo processo. Assim é que é o processo de produção capitalista é um processo de relações sociais entre classes.” Verifica-se que nesta relação acentua-se a divisão de classes: empregador e empregado.

Segundo Martinelli (2011) com a ascensão do capitalismo industrial e o crescimento desordenado das fábricas, os trabalhadores eram explorados e não tinham seus direitos assegurados.

Percebe-se que com o crescimento das fábricas também há o aumento na demanda da mão de obra. Tem-se neste contexto o surgimento do trabalhador assalariado livre, contudo tratado meramente como mercadoria.

De acordo com Martinelli (2011, p. 42) o interesse da burguesia, ou seja, dos detentores dos meios de produção: “seu interesse pelo proletariado era inteiramente esvaziado de qualquer sentido humano, pois aos seus olhos o operário era apenas e tão somente força

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