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O CONCEITO DE REPRESENTAÇÃO SOCIAL NA ABORDAGEM PSICOSSOCIAL

Por:   •  27/10/2019  •  Resenha  •  1.153 Palavras (5 Páginas)  •  277 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Segundo Jodelet (1985) as representações sociais são modalidades de conhecimento prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social, material e ideativo em que vivemos, são formas de conhecimento que se manifestam como elementos cognitivos, como imagens, conceitos, categorias e teorias, mas que não se reduzem somente a elementos cognitivos. As representações são interpretações da realidade, são fenômenos sociais que devem ser entendidos a partir do seu contexto de produção, ou seja, a partir das funções simbólicas e ideológicas e das formas de comunicação por onde circulam. As representações sociais fazem parte de uma vertente da psicologia social e faz contato com a filosofia, história, sociologia e também com a psicologia cognitiva que estão sempre em busca de conhecimento. Inserir as representações sociais dentro da psicologia social é discutir aquilo que é compartilhado pelas demais disciplinas, é o que faz as representações sociais um campo transdisciplinar.

AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ENQUANTO CONCEITO TRANSDISCIPLINAR

Tendo e vista a transversalidade das representações sociais, elas tendem a se interessar por todas as ciências humanas. (Jodelet, 1989)

De acordo com Sperber (1989), as representações sociais podem ser estudadas em eventos intra-individuais como representações mentais estudadas pela psicanálise e pela psicologia cognitiva. De acordo com Jodelet (1989) é possível visualizar dois eixos principais no campo das representações sociais:

Primeiro eixo: as representações sociais constituem formas de conhecimento prático orientadas para a compreensão do mundo e para a comunicação.

Segundo eixo: elas surgem como construções de caráter expressivos de sujeitos sociais a respeito de objetos que são valorizados socialmente.

Os dois eixos possuem natureza epistemológica a respeito do conhecimento em sua natureza.

AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS COMO FORMAS DE CONHECIMENTO

Quanto às definições de representação, o texto enfatiza o sentido de natureza do conhecimento, como possibilidade de conhecimento e apreensão da realidade. Nesse sentido, as representações sociais surgem como forma de conhecimento prático entre as correntes que estudam o conhecimento do senso comum. Dessa forma, representou uma ruptura com as vertentes que abordam o conhecimento como saber formalizado e um esforço de desconstrução da retórica da verdade, que pode ser visualizada como um movimento em três tempos: da epistemologia clássica à incorporação do social, com a consequente relativização da objetividade, e, no terceiro momento, a ampliação do olhar sobre o senso comum, agora como conhecimento legítimo e motor das transformações sociais.

Outro sentido atribuído pelo dicionário à palavra representação, é o “ato ou efeito de representar (-se), como interpretação, sob uma perspectiva de implicações práticas, abrindo caminho para as modernas análises da organização social do discurso, sendo a linguagem tomada como algo concomitante ao ato. Em suma, a primeira vertente aborda a natureza do conhecimento e seus pressupostos. A segunda vertente enfatiza a funcionalidade, eliminando-se a expressão “representação social” e, adotando-se, em seu lugar, a expressão “práticas discursivas”.

O SUJEITO COMO PRODUTO E PRODUTOR DA REALIDADE SOCIAL

Quanto ao sujeito, indivíduo ou grupo, este não pode ser considerado apenas como produto de determinações sociais nem produtor independente, dado que as representações sociais são sempre construções contextualizadas, resultados das condições que surgem e circulam. Nesse sentido, dois aspectos devem ser considerados: (i) a relação indivíduo-sociedade deve fugir do determinismo social e do voluntarismo puro, buscando um posicionamento mais integrador que, embora situe o homem no processo histórico, possibilite a análise das forças criativas da subjetividade; e (ii) considerando-se a subjetividade, discute-se a questão do afeto que permeia as representações.

A ESPECIFICIDADE DA ABORDAGEM DA PSICOLOGIA SOCIAL

A Psicologia Social busca superar a dicotomia existente entre a Psicologia e a Sociologia, visualizando o indivíduo e suas produções mentais como produtos de sua socialização em um determinado segmento social. Nesta perspectiva, a individualidade emerge como uma estrutura estruturada que tem potencial estruturante. Quanto às representações sociais, equivalem a campos socialmente estruturados que só podem ser compreendidos quando referidos às condições de sua produção e aos núcleos estruturantes da realidade social, tendo em vista seu papel na criação dessa realidade.

AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ENQUANTO CAMPOS SOCIALMENTE ESTRUTURADOS

Moscovici distingue as representações sociais das representações coletivas de Durkheim e das representações culturais de Sperber, pela estrutura dinâmica, flexível e permeável característica das representações sociais. Contudo, os estudos têm mostrado a concomitância de

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