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OS CONCEITOS: HUMILHAÇÃO SOCIAL E INVISIBILIDADE POLÍTICA

Por:   •  6/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.594 Palavras (15 Páginas)  •  261 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (CEAD)

CURSO: SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: PSICOLOGIA SOCIAL

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ANDREA RODRIGUES ROCHA

DEUSILENE SANTOS CARNEIRO

DEUSINETE DE JESUS

EDUARDO ARAÚJO CARDOSO

JOELMA MORAES LIMA

RUTHLENE AROUCHE GALVÃO

CONCEITOS: HUMILHAÇÃO SOCIAL E INVISIBIIDADE POLÍTICA

São Luís - MA

2014

INTRODUÇÃO

Percebemos através do trabalho que a desigualdade social é a principal responsável pelas humilhações às quais os trabalhadores, sobretudo os que compõem as camadas mais pobres da sociedade são expostos diariamente e que vem sendo alvo de uma sociedade desigual. Estudando a Psicologia Social, aprendemos que não devemos estudar o homem em separado, antes sob o contexto da sua coletividade. No campo profissional não é diferente, pois trata das experiências vividas individualmente por cada um que juntos formam um conjunto de trabalhadores que vivenciam diariamente os mesmo dramas.

Dessa forma, esperamos que as lições contidas nesta atividade produzam uma reflexão coletiva e crítica voltada para as atividades cotidianas, e permita um avanço da consciência da nossa sociedade, diante de tantos problemas.

HUMILHAÇÃO SOCIAL – UM PROBLEMA POLÍTICO EM PSICOLOGIA


                  O texto aborda através da sua obra o sério problema político e social em estudo – A humilhação social. Utilizando em sua discussão as colaborações trazidas pelo Marxismo e pela Psicanálise, que segundo ele “não poderia ser deixado de lado às colaborações trazidas pelo Marxismo e pela Psicanálise, apesar de deixar claro que ambos os métodos de investigação não se fundem ou confundem, apenas se complementam, trata-se de um estudo de psicologia social”.

Para que as razões que nos levassem a adotar Marx se prestassem ao mesmo tempo para a exclusão de Freud, para que as razões que nos levassem a datar Freud se prestassem ao mesmo tempo para a exclusão de Marx, seria necessário que a obra de outro deixasse de contar como obra de pensamento e se impusesse como trabalho morto (para falar como marxista) ou como objeto fálico (para falar como psicanalista). Na visão do Regime Marxista a questão da humilhação social busca a solução para os problemas de forma eficaz no âmbito social, ou seja, o homem em conjunto, lutando coletivamente. Já para os seguidores de Freud, adeptos da Psicanálise, entendem que o dilema da Humilhação Social inicia internamente no próprio indivíduo, resultado de pressões sofridas inconscientemente, e que só depois se exterioriza e passa a influencio o grupo o qual pertence.

Através dos termos da psicologia social, entendemos a partir desta pesquisa que a Psicologia Social, não considera o indivíduo isoladamente, mas sim, deste em grupo, em convivência com outros indivíduos, em sociedade, onde incidem sobre problemas intermediários, difíceis de considerar apenas pelo lado do indivíduo ou apenas pelo lado da sociedade. É este o caso para o problema da humilhação social. Sem dúvida, trata-se de um fenômeno histórico. A humilhação crônica, longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais, é efeito da desigualdade política, indica a exclusão recorrente de uma classe inteira de homens para fora do âmbito intersubjetivo da iniciativa e da palavra. Mas é também de dentro que, no humilhado, a humilhação vem atacar. A humilhação vale como modalidade de angústia e, nesta medida, assume internamente, como um impulso mórbido - o corpo, o gesto, a imaginação e a voz do humilhado.

A humilhação social conhece, em seu mecanismo, determinação econômica e inconsciente. Deveremos propô-la como uma modalidade de angústia disparada pelo enigma da desigualdade de classe. Como tal trata-se de um fenômeno ao mesmo tempo psicológico e político.

Eis o que ouvimos de Ecléa Bosi (1994, p. 443), mobilidade extrema e insegura das famílias pobres, migrantes ou nômade-urbanas, impede a sedimentação do passado. A espoliação econômica manifesta-se ao mesmo tempo como espoliação do passado. As ações públicas não se cumprem tanto por simpatia ou por dever ético-político quanto por motivos interesseiros.

Os direitos humanos deixam de valer como resultado de colaboração e torna-se tarefa do indivíduo isolado. De agora em diante, salvo iniciativas em contrário, o homem valorizará o seu ingresso em instituições sociais apenas considerando vantagens a título privado. A conveniência, nenhum motivo a mais, torna-se a magra justificativa do homem burguês para ainda tolerar sua dedicação à cidade e aos outros homens.

A liberdade é desde então afirmada como um valor individual e a noção da justiça é forçada como direito, reconhecendo a cada indivíduo de fazer, na esfera de sua liberdade privada, tudo que não interfira na liberdade dos outros (Goldmann, 1979). Estabelece-se, assim, uma falsa oposição entre a liberdade e vida social, obscurecendo nossa atenção para as condições sociais da liberdade e obscurecendo nossa atenção para as condições libertadoras da vida social.

No trabalhador, a reitificação pode se indicar pela maneira como hierarquiza suas necessidades, privilegiando os salários e a saúde.

Existe uma condição social inteira e continuamente presa ao dinheiro, é a do assalariado, sobretudo desde que o salário por empreitada obriga cada operário a ter sua atenção sempre voltada para contagem dos tostões. Nessa condição social é que a doença do desenraizamento é mais aguda. (Weil, 1979, p.349).

O tema da saúde é recorrente no depoimento de trabalhadores. A saúde é virtude corporal por excelência. E o corpo é apanágio do homem proletariado: aquele que foi espoliado oferece o que resta – sua força muscular- como mercadoria para a venda em troca de salário. A sáude do corpo, desde então, vem necessariamente polarizar sua segurança psicossocial. Num país em que os serviços públicos são tidos como estorvo econômico e em que a organização popular concentra-se cada multidão dos migrantes, a esperança dos pobres concentra-se cada vez mais no dinheiro, cada vez menos na cidade e no outro. Quanto à previdência social, por exemplo, aponta a inépcia e os maus tratos. Começa ingerindo o problema numa ordem de ações coletivas: o lado do governo, o lado do presidente, o lado dos cidadãos – “ele só [o governo, o presidente] não vai conseguir dominar a nação”. Todavia, isolado e desolado, numa cidade em que ninguém da a mão para ninguém, caminha para a esperança de que os salários melhorem.

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