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OS ESPAÇOS SÓCIOS OCUPACIONAIS DO ASSISTENTE SOCIAL

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Por:   •  28/9/2014  •  1.386 Palavras (6 Páginas)  •  849 Visualizações

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OS ESPAÇOS SÓCIOS OCUPACIONAIS DO ASSISTENTE SOCIAL – MARILDA IAMAMOTO

Marilda caracteriza o assistente social como um trabalhador assalariado e portador de um projeto profissional enraizado de processos históricos e trata alguns determinantes históricos que explicam as metamorfoses dos espaços ocupacionais que são o Estado, empresas (privado), ONGS( 3º setor) e organizações da classe trabalhadora

Os espaços ocupacionais dos assistentes sociais e sua metamorfose só podem ser entendidos dentro de uma totalidade histórica e as formas assumidas pelo capital no processo de revitalização da acumulação no cenário de crise mundial. Essas medidas de superação da crise sustentam-se no aprofundamento da exploração e a expropriação incidindo diretamente no universo do trabalho e dos direitos.

Estas estratégias defensivas incidem na relação de Estado e sociedade de classes, alterando a forma assumida pelo Estado e a destinação do fundo público, a tecnologia e as formas de organização da produção de bens e serviços (reestruturação produtiva), o consumo e a força de trabalho e as expressões associativas da sociedade civil. O mercado dentro desta perspectiva liberal acaba por regular as relações sociais impulsionando a competição e o individualismo e desarticulando formas de luta e negociação coletiva. Impulsiona-se uma privatização e mercantilização da satisfação das necessidades sociais favorecendo a produção e circulação de mercadorias. O bem estar social passa a ser transferido no foro privado dos indivíduos com seu trabalho voluntario restando ao Estado a responsabilidade da pobreza extrema. Neste cenário cresce o desemprego, a desregulamentação e informalização das relações de trabalho, crescem as políticas focalistas. Ocorre uma reorientação do gasto público em favor do grande capital financeiro e em detrimento da economia política do trabalho.

A despolitização da classe subalterna e sua divisão por categorias faz parte da estratégia política e ideológica de legitimação do capital, o consenso de classe é alimentado pela mídia, iniciativas empresarias e pela re-estruturação do Estado e suas correspondentes políticas sociais que passam a organizar-se no crivo da privatização, focalização e descentralização, terreno onde se inscreve o trabalho dos assistentes sociais.

A tecnologia que potenciam a produtividade e intensificam o trabalho atribui novos contornos ao mercado profissional fazendo emergir inéditas requisições e demandas a esse profissional, novas habilidades, competências e atribuições. Ela fala da importância da capacitação acadêmica que permite entender esta dinâmicaideológica a fim de impulsionar o fortalecimento da luta contra-hegemonica comprometida com o universo do trabalho.

O espaço profissional é um produto histórico, o trabalho profissional é resultante da história e dos agentes a que ela se dedicam, pois a correlação de forças e grupos sociais cria em várias conjunturas limites e possibilidades que o profissional pode se mover. O espaço profissional não está consolidado socialmente, as demandas se abrem historicamente no curso da realidade.

O especo profissional é simultaneamente reprodutor e superador da ordem, ora atende a classe opressora e também a oprimida através de mediações específicas. Existe um fio contraditório que percorre os fenômenos históricos e as instituições que abrigam o trabalho profissional.

Como trabalhador assalariado, ou seja, que precisa vender sua força de trabalho subordina esse trabalho de qualidade aos ditames do trabalho abstrato e o impregna dos dilemas da alienação, condicionando a sua autonomia e a implementação do projeto profissional tendo que ser dotado de liberdade e teleologia capaz de realizar projeções e buscar implementá-la na vida social cuja ações são submetidas ao poder dos empregadores e determinadas por condições externas aos indivíduos os quais são socialmente forjados a subordinar-se aindaque coletivamente possam rebelar-se. Esse dilema é apreendido no cotidiano quando se percebe o distanciamento entre teoria e prática. O que determina o cotidiano das ações profissionais são as condições sociais que circunscrevem esse trabalho e relações sociais por meio dos quais ele se realiza. Que interferem no seu direcionamento, nas suas atribuições, no recursos autorizados que repercutem na qualidade do trabalho, soma-se a isso o cumprimento de metas, as pressões por prazos e rotinas. Ele encontra-se sujeito a determinantes externos que o limitam no mercado de trabalho. Uns dos elementos que incidem sobre o trabalho realizado no âmbito do aparelho de Estado é a burocracia (é a separação dos interesses particulares do interesse geral) e isso pode impregnar a atuação do profissional na relação com o sujeito invadindo seu ambiente privado.

Assim um desafio é romper com posições ora fatalistica, ora messiânica. A primeira superestima a força e a lógica do comando do capital no processo de reprodução. E a outra é deslocar a ênfase para a vontade política do coletivo profissional correndo o risco de diluir a profissionalização.

Outro desafio é participar de pesquisas e produção acadêmica no cotidiano da profissão para entender e se compreender dentro de um processo histórico em constantetransformação. É fundamental o respaldo coletivo da categoria para a definição de um perfil profissional, valores que orientam, competências teórico-metodológicas e operativas é uma estratégia de alargamento da relativa autonomia contra a alienação do trabalho assalariado. O fato do serviço social ser regulamentado como uma profissão liberal, embora em choque com a sua prática efetiva, que depende de uma relação contratual de trabalho com as entidades empregadoras

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