PROSTITUIÇÃO FEMININA E MOVIMENTO ASSOCIATIVO: DIFICULDADES, CONTRADIÇÕES E CONQUISTAS
Trabalho Universitário: PROSTITUIÇÃO FEMININA E MOVIMENTO ASSOCIATIVO: DIFICULDADES, CONTRADIÇÕES E CONQUISTAS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 010196 • 19/5/2014 • 773 Palavras (4 Páginas) • 368 Visualizações
PROSTITUIÇÃO FEMININA E MOVIMENTO ASSOCIATIVO: DIFICULDADES, CONTRADIÇÕES E CONQUISTAS
Nicole Costa de Campos 1
Roselma Pinheiro 1
Sandra Maria Nascimento Sousa 1
(1. Universidade Federal do Maranhão/ UFMA)
INTRODUÇÃO:
A prostituição feminina, como uma das variantes das relações erótico-sexuais, tem sido definida socialmente como prática condenável, especialmente no contexto das transformações que ocorreram nos séculos XVIII e XIX, que constituíram a Sociedade Moderna. A prostituição ganhou um status social de corruptora dos valores morais na sociedade brasileira, a partir dos referenciais implantados pelos colonizadores na organização do sistema de relações sociais, no contexto em que se erigia como modelo dominante a Família, nos moldes burgueses. Envolta em mistérios, atrações, rejeições e sansões sociais, a prostituição feminina ocorre em trânsito paralelo aos ideais de paixão, amor-romântico, casamento e família, na vertente que consagra as relações heterossexuais monogâmicas como as “normais” e adequadas aos papéis masculino e feminino. Desta forma, as mulheres que estiveram e estão inseridas na prostituição, continuam sendo marcadas como “distintas” das outras mulheres. Contudo, algumas transformações vêm ocorrendo a partir dos anos 80, quando acontecem profundas alterações na composição e dinâmica da Família Burguesa e, de um modo geral, nas relações de gênero. Assim, é nesse período que se inicia a organização política das prostitutas no mundo inteiro para defenderem seus direitos enquanto “profissionais do sexo”. No Brasil, essa organização culminou em constituição de associações profissionais do sexo em diversos estados.
È tendo em vista estas transformações, que intencionamos compreender como se deu o movimento associativo das prostitutas no Brasil e, mais detidamente, no estado do Maranhão.
METODOLOGIA:
Nossa análise sobre o movimento associativo no Brasil e, especificamente, no Maranhão, constitui uma investigação que se insere dentro das temáticas colocadas pelos estudos de gênero e da sexualidade. Com o objetivo de resgatar a história desse movimento de prostitutas que se iniciou, no Brasil, na década de 80, fizemos pesquisas bibliográficas sobre a temática, usamos como fonte de informação um jornal periódico publicado pela Davida, a ONG mais antiga na “luta” pelo reconhecimento profissional das prostitutas e tivemos acesso a alguns trabalhos acadêmicos já realizados sobre a temática. Para ter conhecimento do movimento que recentemente se iniciou no Maranhão, procedemos ao contato e interação com as mulheres que atualmente se inserem na prostituição, fazendo uso de técnicas-instrumentais para coletas de depoimentos e narrativas, como história de vida, entrevista, uso de gravadores e observações constantes.
RESULTADOS:
Na década de 80, surgiram os primeiros casos de uma doença que impôs a modificação dos hábitos sexuais iniciados na década de 60. A AIDS e as discussões sobre uma possível e provável epidemia, mexeu com os modos de encarar a sexualidade e a compreensão de todos. Com a AIDS, a prostituição passou a ser vista, novamente, como disseminadora de doenças, assumindo o status
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