Perspectivas Sociológicas: Resumo do capítulo V

Perspectivas Sociológicas: resumo do capítulo V — Sociedade no Homem

Berger inicia este capítulo com o seguinte questionamento: se a sociedade é uma prisão, por que não nos revoltamos contra ela? A resposta é que “a sociedade não só determina o que fazemos, mas também quem nós somos”. Em outras palavras, a sociedade nos fornece identidades. Berger continua: “porque na maioria das vezes nós desejamos exatamente aquilo que a sociedade espera de nós. Nós queremos obedecer às regras.”

Berger detalha como isso ocorre em três conceitos:

Teoria do papel;

Sociologia do conhecimento;

Teoria do grupo de referência.

TEORIA DO PAPEL: esta teoria estuda o funcionamento dos papéis sociais, os quais nos fornecem meios para a “atuação” nos grupos sociais. Em outras palavras, o papel social é uma resposta específica para uma expectativa específica. A metáfora do teatro elucida essa situação: numa peça teatral, os atores precisam desempenhar seus papéis e atingir as expectativas referentes a cada tipo de personagem que eles representam. Na vida social, os papéis sociais nos fornecem padrões de comportamento para agir em determinadas situações. Não obstante, de acordo com Berger, eles não apenas fornecem padrões de comportamento, mas também moldam nossos pensamentos e sentimentos. Em suma, as pessoas se transformam em seus papéis.

SOCIOLOGIA DO CONHECIMENTO: esta área da sociologia se preocupa, grosso modo, em encontrar a localização social das ideias. Isso significa analisar o que fundamenta um discurso, e como ele se relaciona com o contexto em que está inserido. As duas “ferramentas” da sociologia do conhecimento que Berger utilizará são:

Ideologia;

Visão de mundo (ou Cosmovisão).

A ideologia, nesse contexto, seria o conjunto de ideias que legitimam uma situação social específica. É uma distorção sistemática da realidade social. No entanto, não é o mesmo que a mentira, a propaganda, a enganação, pois os ideólogos realmente acreditam naquilo que pregam. O mentiroso sabe que está mentindo, e mente única e exclusivamente para obter vantagens.

A cosmovisão é a realidade compartilhada, que nos fornece uma linguagem pela qual contextualizamos o corpo social. Quando nascemos, somos introduzidos a um sistema simbólico, cujo aparato nos induz à crença de que nossa cosmovisão é a única possível.

TEORIA DO GRUPO DE REFERÊNCIA (ou grupo referencial): De forma geral, esta teoria diz que os grupos aos quais pertencemos são fundamentais na construção de nossas identidades. As regras impostas pelos grupos modificam nossas ações e nossa visão de mundo. Por exemplo, podemos citar as vestimentas específicas que o indivíduo precisa ter para participar de um grupo específico. O grupo se torna uma espécie de espelho e de guia. Conforme trocamos de grupo, trocamos de referências.

Sumarização:

• Nós internalizamos o(s) conteúdo(s) da socialização;

• A sociedade não apenas