Projeto Centro Oncológico Para Apucarana
Trabalho Escolar: Projeto Centro Oncológico Para Apucarana. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: EduardoAndrade • 20/7/2014 • 9.169 Palavras (37 Páginas) • 405 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Hospitais, independentemente de ser um hospital geral ou especializado em determinada patologia, são empreendimentos complexos, que abrigam pessoas, em confronto com emoções e incertezas nos momentos mais críticos da existência humana, desde o nascimento até a sua morte.
As ciências médicas vem há muito tempo sofrendo grandes avanços em pesquisas e tecnologias nas áreas de diagnostico e tratamentos médicos, avanços estes que se refletem não só estruturalmente nos hospitais e demais Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, mas também em questões ligadas ao paciente em si, de modo que vem sendo possível, ao longo da história da evolução hospitalar, notar as mudanças com relações a maiores preocupações com o bem estar e desenvolvimento dos pacientes.
Os espaços hospitalares especializados no tratamento do câncer podem ser avaliados de acordo com um processo interpretativo que permita a compreensão de seu caráter simbólico na percepção das pessoas.
O emprego de atendimento humanitário nos ambientes hospitalares não pode ser apenas explicado e compreendido como simplesmente utilização dos avanços tecnológicos da medicina, mas, sobretudo como um processo vivencial que engloba toda a atividade desempenhada no interior do hospital em harmonia com as práticas profissionais, onde cada trabalhador ao realizá-las encontre respaldo na estrutura física da unidade de saúde, para proporcionar ao paciente o tratamento que ele merece como pessoa humana dentro das circunstancias peculiares em que se encontra em cada momento da sua convivência.
CAPÍTULO 2
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
A palavra Hospital vem do latim hospitalis, adjetivo derivado de hospes (hóspede, estrangeiro, viajante, peregrino). Era o local de abrigo, hospedaria, albergue, que abrigava pessoas que estavam viajando. Mais tarde esses abrigos foram acrescidos de dependências para abrigar também pessoas doentes. O hospital era destinado à assistência aos pobres doentes em fase terminal, de forma que eram excluídos do restante da sociedade e levados até estes locais aonde as pessoas, com doenças graves, iam para morrer com um mínimo de dignidade (GÓES, 2004).
Os conceitos de caridade e auxílio começam a ser difundido pelas religiões, inicialmente budismo e cristianismo, de forma que, a partir de então os edifícios passam a serem vistos não só como local de abrigo, mas como locais de tratamento a doentes, pobres e peregrinos. No oriente “os monastérios budistas passaram a incluir, além da função religiosa, as funções de hospedagem e, gradativamente, de atendimento a saúde” (MIQUELIN, 1992, p. 32).
Figura 1 – Atendimento a doentes na Idade Média
Fonte: http://reginaldobatistasartes.blogspot.com.br/2012/09/historia-da-medicina-i.html
O hospital na Idade Média na Europa não era destinado a curar. Distinguiam-se as séries médica e hospitalar. A medicina era praticada fora de hospitais e o hospital não era uma instituição médica. Nesse período, muitas instituições foram criadas com as doações de reis, ricos e mercadores, o financiamento dos hospitais medievais transcrevia o sentimento da época, pois era a melhor forma de assegurar a salvação e a santificação. Assim, “como é a religião que leva em consideração vários aspectos da higiene humana, essas preocupações foram transferidas para as edificações dos hospitais” (GÓES, 2004, p.9). Onde, a partir de então, preocupações como enfermarias separadas por sexo e por diferentes patologias passaram a estarem presentes nas construções.
O marco fundamental na história dos hospitais foi a construção do Hotel de Dieu, pelo bispo de Landri, em Lyon (542), na França, considerado marco de progresso na assistência hospitalar, na Idade Média.
Figura 2 – Hotel de Dieu – França
Fonte: http://pt-br.aia1317.wikia.com/wiki/O_nascimento_do_hospital_file=Hotel_Dieu.png
No período renascentista, os hospitais perderam de vez o caráter monástico e passaram para o controle do estado. Nos séculos XVIII e XIX começaram a surgir os grandes hospitais. Foi a partir de 1847, no entanto, que ocorreu um verdadeiro salto qualitativo, com a adoção de medidas de limpeza das salas de operação e dependências hospitalares, com o fim de prevenir infecções (GÓES, 2004).
No Brasil, final do século XX, o panorama hospitalar era bastante heterogêneo. Brás Cubas fundou em Santos, em 1543, o primeiro hospital no Brasil. Alguns anos depois, Olinda, em Pernambuco, construiu o seu primeiro hospital e antes do fim do século XVI, São Paulo criou a Santa Casa. Com a Independência e o regime republicano, praticamente não houve iniciativas governamentais que estabelecessem normas para a construção de hospitais. Somente após a Revolução de 30 apareceram novas iniciativas que tentaram reestruturar os conceitos, padrões e normas das construções hospitalares (GÓES, 2004).
Figura 3 – Santa Casa de Misericórdia de Santos, 1543
Fonte: http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Materias/06VU/Primeiro_Hospital_Do_Brasil
Com o passar do tempo e a evolução das relações socioeconômicas, o aumento populacional, o edifício hospitalar, por sua escala se torna mais complexo, e até mesmo por seu caráter simbólico, aumenta a atração e atenção dos arquitetos, seja nas faculdades de arquitetura que oferecem na graduação ou na pós-graduação, formação e especialização em arquitetura hospitalar, seja na vida profissional, onde o interesse dos arquitetos pode ser medido pelo grande número de escritórios especializados e pela presença crescente de arquitetos nos congressos e nos cursos que tratam dos aspectos projetuais dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) (TOLEDO, 2006).
2.1 BREVE HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE
Os estabelecimentos assistenciais de saúde são empresas complexas, abrigando diversos setores, cada um com sua especificidade e função. São empreendimentos que exigem grandes investimentos na construção, na compra de equipamentos e, principalmente, na manutenção dos custos operacionais.
Conforme o Código Sanitário do Paraná, da Secretaria da Saúde
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