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Psicologia da Família

Por:   •  6/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.307 Palavras (6 Páginas)  •  250 Visualizações

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Neste trabalho pretende-se dar conhecimento da evolução das famílias portuguesas ao longos das últimas décadas, como também fazer referência às transformações que ocorreram nesse período e que proporcionou alterações na sociedade atual.  

A estrutura da família hoje não é a mesma que foi há 50 anos atrás. A família era conhecida como um grupo social que variava culturalmente consoante a sociedade onde estava inserida. Era composta por pessoas unidas por um grau de parentesco e que cada um dos membros tinha obrigações morais respeitando a figura do patriarca que geralmente era de linhagem masculina. No seio da família cada membro adquire, adapta e retribui regras, costumes e valores que serão um ponto de partida para a socialização. Uma família sem este tipo de valores e sem regras corre o risco de ter grandes dificuldades na sua interação com a sociedade. Podemos constatar, que, antigamente a estrutura da família era exclusivamente patriarcal e matrimonial em que existia a figura de “chefe de família” masculina como um líder e que seria o responsável de todas as decisões familiares, enquanto a figura feminina limitava às tarefas da casa e à educação dos filhos.

Com as transformações sociais e culturais ocorridas no Século XX, o modelo de família patriarca e matrimonial mudou, dando lugar a um modelo mais igualitário onde todos os membros da família usufruíam das necessidades pessoais para conseguir um equilíbrio.

Como salienta Maria Olivia Dias no seu artigo “Um olhar sobre a família na Perspectiva Sistémica”

        “Ao analisar a família na perspetiva sistémica e comunicacional (…) o conceito de família tem vindo a adquirir um âmbito muito vasto, porque novas tendências, novas configurações familiares têm permitindo novas conceções de família e da organização da vida dos seus membros, sendo valorizada por alguns os hábitos tradicionais e por outros no seu progresso moderno.”

Efetivamente com a evolução de ideias e costumes resultantes das sucessivas evoluções culturais e sociais na sociedade portuguesa fez com que houvesse um melhoramento das condições de vida nas cidades o que originou um acréscimo da migração dos espaços rurais para os urbanos, por parte de um membro da família o que originou uma diminuição ou até mesmo um retardamento no número de casamentos, por outro lado, com a entrada da mulher no mercado de trabalho contribuiu para que houvesse um adiamento da idade da procriar, logo houve um decréscimo do número de filhos por casal. Por estas razões houve uma alteração no modelo da família tradicional, uma vez que, se alterou a ideia de construir de imediato uma família para dar hipótese construção de uma carreia e tornar a sua vida mais compensadora quer a nível social quer profissional.

Mas, com uma sociedade em plena evolução, onde a diversidade de pensamento, de ideais, de costumes e de valores se misturam com os ideais tradicionais, notou-se que nos anos 90, novas tipologias familiares, como é o caso das famílias monoparentais, da união de facto, das famílias recompostas e por fim das famílias homossexuais.

Mas será que os interesses e as necessidades enquanto novas tipologias familiares serão favorecidas e reconhecidas pelo Estado? Será que, enquanto Estado-Social ajuda e atribui estruturas socioeconómicas às novas famílias para que não haja desigualdades sociais e que sejam integradas na sociedade em evolução. Compete ao Estado desenvolver incentivos para “manter fora da pobreza e lhes permitir exercer melhor as suas responsabilidades para proteger os seus filhos e os afastar de problemas” (Williams: 2010:49)

Importa salientar, que, para as famílias monoparentais, o facto de existir um só pai ou só uma mãe no seio familiar, fruto de divórcio, viuvez ou por mães solteiras por opção, faz com que a educação do seu descendente se torne num grande problema para o progenitor uma vez que, para colmatar a falta de meios, quer económicos, quer sociais “estes pais tornaram-se num alvo para a intervenção do Estado” (Williams:2010;49) para sobreviver em sociedade. Cabe a esses pais reestruturar a sua vida, de modo a que consigam superar as desigualdades sociais e enquadrar na sociedade em crescimento. Mas o “Estado não deve substituir às responsabilidades das famílias” (…), mas deve “intervir apenas nas situações que as famílias não conseguem resolver por si.” (Xavier:1994;391)

Há intervenção do Estado na família, quando se pretende educar socialmente um menor, e que no seio familiar existem dificuldades económicas para o fazer nas melhores condições. Assim o Estado intervém para atender, em especial, os interesses da criança ou do adolescente, proporcionando o direito ao ensino, à saúde, à alimentação, à profissionalização e ajudá-lo a interagir e a preservar a sua integridade física e psíquica na sociedade exigente.

 

No decorrer deste trabalho constatou-se que devido a inúmeras transformações ocorridas no Século XX, como é o caso da Revolução industrial que restruturou a vida da sociedade proporcionando melhores condições de vida a nível económico e financeiro, como o caso da emancipação da mulher no mercado de trabalho modificou a maneira de pensar das populações e originou uma mudança de costumes e de valores relacionados com a vida do casal que levou à reestruturação da vida das famílias portuguesas. Por outro lado, todas as transformações ocasionam uma desigualdade económico-social fazendo com que as famílias se tornam mais vulneráveis à sociedade e necessitam de ajudas exteriores para se estabilizarem.

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