Psicologia social
Por: hebertypaseto • 24/5/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 2.429 Palavras (10 Páginas) • 127 Visualizações
Desigualdade social
Hoje em dia a desigualdade social é muito grande e é considerada resultante de problemas políticos e psicológicos. Diante à isto, diversos estudos são realizados com base nas teorias de Marx e Freud, ou seja, do marxismo e psicanálise, que têm o objetivo de analisar problemas sociais e políticos, incluindo humilhação social, que ainda nos dias atuais não foram sanados (GONÇALVES FILHO, 1998).
Para o melhor entendimento do problema político da humilhação social o estudo da psicologia social é essencial, já que as relações sociais entre os homens e o ambiente em que vivem foram organizadas de acordo com o exame dos processos psíquicos. Neste caso, a psicologia social foca e exige a socialização do homem para evitar a humilhação social, sofrida pelos pobres (GONÇALVES FILHO, 1998).
A humilhação social é atribuída devido às determinações econômicas e inconscientes, sendo que fenômenos psicológicos e políticos fazem com que uma pessoa seja impedida pela sociedade em relação a qualquer tipo de reconhecimento por qualquer ação que desenvolva em seu mundo. Pode ser considerada um fenômeno histórico classificado como externo-interno, em consequência à desigualdade política existente que vai favorecer a exclusão de classes de homens, levando-os consequentemente à angústia (GONÇALVES FILHO, 1998).
As relações na sociedade demonstram vários tipos de limitações de acordo com a cultura de cada pessoa, principalmente de pessoas mais simples que saem de locais mais calmos, como por exemplo, áreas rurais, e vão para as cidades que apresentam características culturais muito diferenciadas das que estavam acostumadas. A vida mais agitada e de baixa relação pessoal, faz com que as pessoas criem uma barreira para o mundo exterior e por serem submetidas à situações muito dificultosas, vão se tornar pessoas mais afastadas das oportunidades para melhorarem de vida (GONÇALVES FILHO, 1998).
Neste caso, essas pessoas se tornam objetos da cultura em que se inseriram e têm que se adaptar ao novo sistema cultural, perdendo até mesmo suas próprias características adquiridas de acordo com o sistema de criação familiar para que possam viver com dignidade e sem tanta discriminação (GONÇALVES FILHO, 1998).
A população vive em uma sociedade complexa e desigual em todos os sentidos. Um dos melhores exemplos disto seriam os indivíduos de classes pobres que exercem atividades mais simples. Eles são invisíveis na sociedade, humilhados socialmente e não aceitos por outras classes (CARNEIRO, 2012).
O pobre também é o indivíduo que trabalha, como por exemplo, padeiro e na maioria das vezes passa fome. Outro fato importante também é saber que, se o indivíduo contribui para a previdência ele seria reconhecido, caso contrário, não terá acesso a seus direitos e serão considerados menos cidadãos perante a sociedade (CARNEIRO, 2012).
O homem pobre socialmente é humilhado e isso faz com que ele seja exposto à uma imagem de inferioridade e não se sentem à vontade com essa situação, mas infelizmente têm que aceitar a posição que está enquadrado. Essa situação é muito angustiante e faz com que a pessoa perca o sentimento de que tem direitos também e não apenas deveres, para com a sociedade em que vive (GONÇALVES FILHO, 1998).
Além de tudo, o cidadão pobre e humilhado acaba sempre se tornando uma pessoa submissa à sociedade e isto acaba se tornando compulsivo e até mesmo automático diante à situação real de humilhação. Diante à isto, infelizmente, pode-se citar o exemplo de quando os cidadãos pobres estão executando suas atividades, que geralmente são tarefas mais simples: eles se tornam invisíveis aos olhos da sociedade (GONÇALVES FILHO, 1998).
O tempo todo, os pobres são maltratados e devido à isto sofrem psicologicamente, pois são inferiorizados e desprezados, sentindo que não possuem direitos como todas as outras pessoas da comunidade por serem desprezados (GONÇALVES FILHO, 1998).
Mas é difícil... Nos dias de hoje, tudo gira em torna do dinheiro. O capitalismo se exalta na sociedade e acaba sendo até mais relevante do que a própria postura e dignidade humana e além disso tudo acaba sendo despercebido. Mas a pessoa mesmo sendo humilhada, tem que permanecer na nova cultura para poder sobreviver, e isso muitas vezes é um processo irreversível, ou seja, não tem volta (GONÇALVES FILHO, 1998).
As práticas européias contribuíram para desigualdade social, assim como a vinda da família real para o Brasil. Desde então, a desigualdade surge, cria suas raízes e se encontra na sociedade até hoje... Segundo a sociedade os garis exercem uma profissão desqualificada, humilhante, trabalho que ninguém gostaria de exercer, ou seja, são apenas uniformes e indivíduos invisíveis pelas ruas. A invisibilidade social infelizmente faz parte da história da sociedade, sociedade esta que insiste em continuar cega (CARNEIRO, 2012).
Muitos trabalhos tentam encontrar uma explicação, até mesmo vivenciando o que os trabalhadores de classes mais pobres passam no dia-a-dia. Costa (2008), foi um pesquisador que resolveu sentir na pele o que era ser um gari no próprio câmpus da USP por 1 ou 2 dias semanalmente por 10 anos (COSTA, 2008).
Ele verificou a forma de trabalho não-qualificada dos garis, descrevendo problemas de humilhação social devido à invisibilidade pública, que consequentemente leva ao desaparecimento psicossocial de um homem em meio aos outros trabalhadores (COSTA, 2008).
Na verdade as atividades exercidas por esses homens são marcadas por servilismo e degradação, pois sempre estão sujeitos às repressões sem motivos e rebaixamento social e político (COSTA, 2008).
Em uma das experiências do pesquisador próximo ao restaurante universitário ninguém o reconheceu, nem mesmo seus colegas de curso. Uma colega gari sempre disse para o pesquisador que é melhor evitar contato para evitar repressão e humilhação social, que consequentemente levaria ao sofrimento social (COSTA, 2008).
Neste caso, sem sombras de dúvidas, a invisibilidade pública é a expressão de humilhação social e reificação, resultados de um processo histórico que rebaixa o trabalho assalariado, desqualificado, alienado e alienante. Indica uma forma de opressão aos cidadãos pobres, e é mantida por motivação social e psicológica (COSTA, 2008).
Para minimizar a invisibilidade, ações de racionalização ideológica como forma de luta das classes devem se tornar um comportamento social. Entretanto, precisam continuar agindo da mesma maneira: submissos e invisíveis (COSTA, 2008).
O uso do uniforme acaba inibindo mais ainda a visibilidade dos trabalhadores que acabam ficando excluídos da hierarquia
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