REVOLTA DE ATLAS RESUMO PARTE PRINCIPAL
Por: TIAGO LUIZ SOARES • 31/1/2022 • Artigo • 40.107 Palavras (161 Páginas) • 223 Visualizações
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PRINCIPAIS FRAGMENTOS DO LIVRO | ||
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ELABORADO POR: TIAGO LUIZ SOARES | TIAGOLUIZSOARES@GMAIL.COM
A Revolta de Atlas
RESENHA DO LIVRO “A REVOLTA DE ATLAS” DE AYN RAND
WHO IS JOHN GALT? (QUEM É JOHN GALT?)
Uma verdadeira bíblia, em todos os sentidos: tanto em seu tamanho com mais de mil e duzentas páginas, como em seu conteúdo moral e filosófico. O livro da escritora Ayn Rand foi escrito ainda na década de cinquenta, todavia, seu conteúdo nunca foi tão atual. Um romance filosófico-científico-ficcional onde a autora usa uma grande quantidade de personagens e situações para representar os princípios morais da sociedade. A descrição detalhista dos cenários e os extensos diálogos e discursos contribuem para o volume da obra.
Um verdadeiro Tratado da filosofia no qual contrapõe a tudo e a todos. Um livro político e filosófico em sua essência que quando analisado sob certos pontos de vista, como, pelos esquerdistas, ele pode é pró-capitalismo, polos de direita, ele pode ser pró-racionalismo, e pelos de centro, ele parece defender ideias que se contrapõe a milênios de filosofia. Um livro que realmente critica a sociedade em sua essência, e bate corajosamente de frente com o senso comum. Creio ser a maior obra de literatura do século XX, fornecendo há mais de 50 anos uma explicação de como o mundo funciona, do porquê se encontra na situação calamitosa em que está e oferece soluções para o problema. O mais incrível é o detalhamento que o livro faz de onde nos encontraríamos hoje, em termos políticos, econômicos e sociais, sendo que foi escrito a cinquenta anos atrás.
A revolta de Atlas é um romance escrito para projetar a filosofia da autora Ayn Rand: o Objetivismo, que defende a razão, o capitalismo, os direitos individuais, a liberdade, entre outros. A expressão "Quem é John Galt?", que inicia o livro, torna-se uma expressão de impotência e desespero com o estado atual do mundo ficcional do romance. Inicialmente acha-se que é uma pessoa, um revolucionário, ou terrorista. Então acha-se que é uma expressão para designar liberdade, razão, lógica racional, mas por fim, nas últimas trezentas páginas descobrimos que trata-se sim de uma pessoa.
A protagonista principal é Dagny Taggart, uma engenheira brilhante e herdeira da Ferrovia Transcontinental Taggart. O livro acompanha sua luta contra o governo que começa a interferir na economia eventualmente dominando-a alegando ser para um bem de todos, o princípio da O princípio da socialidade que reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais. Antes de encontrar o verdadeiro John Galt, Dagny Taggart ouve diversas lendas a respeito dele. Em uma delas, Galt procura a ilha perdida de Atlântida. Numa outra ele descobre a Fonte da Juventude. Depois de se juntar à causa, ela descobre que as histórias tinha um pouco de verdade.
John Galt, por fim, descobre-se que é um filósofo, um gênio e inventor que acredita no poder e na glória da mente humana e no direito do indivíduo usá-la a seu favor. Ele é o contraponto individualista à estrutura coletivista social e econômica atual. A sociedade retratada no livro é extremamente parecida com a atual situação do Brasil, com seu exagero de assistencialismo desenfreado, corrupto, burocrático e opressor e uma cultura que apoia a mediocridade sob o nome de igualitarismo, que o romance interpreta como o resultado do ideal socialista.
O livro consegue descrever racionalmente as relações humanas, sejam elas de trabalho, amizade e amor e sexo. A Teoria de Sexo apresentada é particularmente espetacular, onde o sexo é tanto a maior celebração da vida humana, quando feito entre aqueles que se respeitam intelectualmente, quanto o mais baixo suicídio, quando feito por outras razões.
Resumidamente, o livro descreve o que acontece quando aqueles que (como Atlas) sustentam o mundo nas costas resolvem “dar de ombros” (Shrugged), deixando para os políticos, influentes, corruptos e incompetentes, as decisões a serem tomadas. Uma verdadeira “greve” de pessoas que realmente fazem as coisas acontecerem. O romance mostra o desaparecimento destas pessoas, abandonando suas empresas nas mãos de reguladores e controladores estatais. Grandes filósofos, cientistas e artistas também desaparecem, abandonando seus empreendimentos. O lado otimista da história é que o Estado pode confiscar empresas e outros empreendimentos, mas não consegue obrigar empresários e outros empreendedores a lhe arrendar suas mentes, sua criatividade, sua competência, seu trabalho. O Estado, portanto, que fique com os empreendimentos, decidem seus proprietários na história. Mas eles não colocam mais suas mentes a serviço da sustentação de um mundo onde esse tipo de confisco pode acontecer. Assim o mundo literalmente desmorona. Ao final da história, quando as luzes se apagam, simbolizando a derrocada que lhe sobrevém quando Atlas deixa de sustentá-lo, a porta está aberta para a construção de um mundo novo: a greve termina e Atlas está pronto para reassumir seu lugar.
PRINCIPAIS FRAGMENTOS DO LIVRO
DISCURSO DO DINHEIRO (P. 448)
“À margem do grupo, despercebido, Rearden ouviu uma mulher com grandes brincos de brilhantes e um rosto flácido e tenso perguntar nervosamente:
– Sr. D’Anconia, o que acha que vai acontecer com o mundo?
– Exatamente o que ele merece.
– Ah, mas como o senhor é cruel!
– A senhora não acredita na lei moral, madame? – perguntou Francisco, muito sério. – Eu acredito.
Rearden ouviu Bertram Scudder, que estava fora do grupo, dizer a uma moça que emitira algum som que traduzia indignação:
– Não se incomode com ele. Sabe, o dinheiro é a origem de todo o mal, e ele é um produto típico do dinheiro.
Rearden achou que Francisco não deveria ter ouvido o comentário, porém o viu se virar para eles com um sorriso muito cortês:
– Então o senhor acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? O senhor já se perguntou qual é a origem do dinheiro? Ele é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzi-los.
– O dinheiro é a forma material do princípio de que os homens que querem negociar uns com os outros precisam trocar um valor por outro. O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que recorrem às lágrimas para pedir produtos, nem dos saqueadores, que os levam à força. O dinheiro só se torna possível por intermédio dos homens que produzem. É isso que o senhor considera mau?
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