Resenha Crítica - A Ciência em Ação

Introdução à Metodologia das Ciências Sociais – Turma A

Professor: Adalberto de Salles Lima

Aluno: Wander Pereira Souza Fiod Martins                                                Matricula: 17/0115852

Resenha Crítica

Referência: LATOUR, B. Ciência em Ação. – A Arte da Pesquisa. São Paulo: Editora UNESP, 200 (cap.1)

        Latour desenvolve o capítulo em torno de suas modalidades positiva e negativa dentro do âmbito da sentença. A primeira ocorre em uma sentença, colocada em outra, é vista como um fato. Enquanto que a segundo aconteceria quando a mesma sentença pende para a ficção.

A partir de um exemplo de sistema de mísseis o autor desenvolve seu primeiro princípio, o de que a construção de fatos e máquinas é um processo coletivo, pois a ciência trata de enunciados e visto que seus fatos não podem ser julgados um por um, portanto apenas em conjunto, visto por outras pessoas, dependendo deste coletivo.

        No tópico seguinte é discutido as controvérsias do texto técnico e a dificuldade de se refutar um argumento arregimentado com muitas referências e no próximo capítulo é desenvolvido uma forma de escrever textos que sobrevivam a esse ambiente hostil e de dificuldades, evidenciando dicas e maneiras de “convencer” o leitor a determinado argumento, como a afirmação de que vários artigos se fortalecem e que o “exame” de figuras serve como um bom apoio ao texto. Ainda neste tópico é apresentado um conceito de texto científico que estaria ligado a “transformação da prosa linear numa, digamos, formação entrelaçada de linhas de defesa’ (pp.82), e, portanto, este seria o sinal mais seguro de que o texto se tornou científico.

        No tópico seguinte Latour discorre sobre mecanismo de indução, e mostra três táticas de posicionamento estas que seriam: Empilhamento, Encenação e enquadramento e por fim a Captação. Assim como é apresentada sua segunda regra metodológica que seria: “não devemos procurar as qualidades intrínsecas de qualquer afirmação, mas sim todas as transformações por que ela passa mais tarde em mãos alheias".

        Como conclusão para este capítulo apresentado o autor comenta da dificuldade de que se é escrever e até mesmo ler os textos científicos, e por isso não seria de interesse da maior das pessoas ler tais textos. E conclui as diferenças entre a literuta técnica e as outras, no seguinte trecho: “A distinção entre a literatura técnica e o restante não é obra de fronteiras naturais; trata-se de fronteiras criadas pela desproporcional quantidade de elos, recursos e aliados disponíveis." (pp.104).

        Observei durante o texto que o autor aborda a criação do texto científico de forma geral nas ciências e integral, unindo a ciência em relação a esse processo de produção. O conteúdo denso do texto faz com que seja difícil entender todos seus elementos em uma primeira leitura, sendo necessário um cuidado especial que o próprio autor saliente ao falar das dificuldades de textos técnicos, porém um facilitador de leitura é a boa divisão entre os tópicos do texto. Latour com seu método relativista consegue mostrar os aspectos internos da literatura técnica desdes seus conceitos básicos de fatos até suas técnicas de indução de posicionamento, nos dando uma visão da elaboração de textos científicos nas ciências em geral.