Serviço Social Durante A Ditadura Militar
Exames: Serviço Social Durante A Ditadura Militar. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vagnerdamiao • 15/10/2014 • 1.176 Palavras (5 Páginas) • 784 Visualizações
No Brasil, as políticas sociais têm sua origem estreitamente ligada ao
desenvolvimento urbano industrial, no qual o Estado redefiniu suas funções e passou a
utilizar mecanismos institucionais de controle, até então fora de sua esfera de intervenção.
Com o processo de desenvolvimento industrial, aliado à expansão urbana,
agravou-se a “questão social”, com grandes aglomerados em torno das cidades, que por
sua vez atestam o crescimento da pobreza, do desemprego e da exclusão com privações
social, econômica, cultural e política para a classe que vive do trabalho. E, por um outro
lado, se têm uma enorme concentração de renda e riqueza para um pequeno grupo, os
grandes proprietários.
no período de 1930 a 1960 as
políticas sociais desenvolveram-se mais direcionadas à “proteção” aos trabalhadores, com o
objetivo de criar condições para garantir a força de trabalho adequada, que atendesse as
exigências do mercado emergente. Contudo, não se pode deixa de considerar que a política
social também foi produto de luta dos trabalhadores reivindicando suas necessidades.
No governo republicano de Juscelino Kubitscheck (1956‑61),considerado até então o mais democrático, a política social teve um papel marginal;
O período da ditadura militar foi caracterizado pela censura, autoritarismo,
repressão e ausência de eleições. Neste contexto as expressões da “questão social” se
agravam e exigem respostas do Estado.
Durante os anos da ditadura militar as políticas sociais possuíram em seu interior
o objetivo de legitimação do sistema autoritário vigente, com caráter fragmentário, setorial e
emergencial, se sustentava na necessidade de dar legitimidade aos governos que
buscavam bases sociais para manter-se no poder. Neste período, passava-se a ideologia de
que o desenvolvimento social seria decorrente do desenvolvimento econômico.
Pode-se dizer que durante o período de 1964 (golpe militar) a 1988 (Constituição
democrática), o país se desenvolveu economicamente, com expansão da produção,
modernização e entrada do capital estrangeiro, onde as políticas sociais “apresentavam” um
caráter assistencialista e clientelista.
Na década de 60, época em que grandes
mudanças ocorreram na vida social, econômica, política e cultural brasileira. Estudos publicados pelos
organismos internacionais e pan-americanos foram revelando os problemas de subdesenvolvimento da
América Latina, sua dependência em relação aos países hegemônicos e a marginalidade de grande parte
de sua população.
Nesse contexto, os intelectuais da áreas das Ciências Humanas e Sociais, entre eles os de Serviço
Social, questionavam-se sobre as formas de superação das situações de atraso e de marginalidade social
e sobre o papel dos diferentes profissionais no processo de desenvolvimento. Com isso, crescia entre os
profissionais um sentimento de frustração, gerado pela incapacidade de atender às demandas sociais.
Associavam-se a esse sentimento, a falta de reconhecimento e o desprestígio profissional do Serviço
Social, em relação às profissões mais tradicionais.// O Serviço Social tradicional não respondia mais às
necessidades impostas pelo processo de desenvolvimento pelo qual passava a nação, O Serviço Social adere à racionalização própria do Estado burguês
e se modifica quanto à sua prática interventiva, provocando, assim, o ruir inicial do
tradicionalismo. É a partir deste Serviço Social refuncionalizado pelos imperativos operou a
teoria marxista no interior da profissão, uma vez que contribuiu para a superação da
perspectiva inicial – atenuar as complexas relações entre capital e trabalho,
normalmente funcionais ao capital – transpondo-a para uma prática que priorizasse o
usuário.
Novas perspectivas emergem no seio profissional, passando a travar lutas para
dar o tom da renovação. Dentre elas, três assumem relevante destaque: a Perspectiva
Modernizadora, a Perspectiva de Reatualização do Conservadorismo e a Perspectiva de
Intenção de Ruptura (NETTO, 2002).
.- a Perspectiva Modernizadora é a primeira tendência
profissional a emergir contra o Serviço Social tradicional. Tendo em vista as próprias
características de desenvolvimento da sociedade, esta perspectiva foi capaz de se
adequar ao governo através de um posicionamento “imparcial” e “neutro”, tipicamente
estrutural-funcionalista. Sua diretriz profissional consistia em adquirir conhecimentos
técnicos capazes de interferir na sociedade, sem que fossem criados confrontos com a
lógica racionalista do governo vigente; ela só apresentou desgaste a partir da segunda
metade dos anos 70, sua principal função era tentar aumentar os níveis de bem estar social .
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