DESAFIOS IMPOSTOS PELA DITADURA MILITAR NA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM SERVIÇO SOCIAL E PSICOLOGIA
Por: rafaiele • 17/9/2015 • Trabalho acadêmico • 1.056 Palavras (5 Páginas) • 446 Visualizações
Num recorrente
enfraquecimento das forças populares e do processo histórico em que o Capitalismo dominava o poder socioeconômico, o Brasil vive o golpe politico da Ditadura Militar e o Regime Militar é instaurado como “Modelos” e “ Medidas” de controle da sociedade com práticas e atos institucionais como: a censura , a perseguição politica, a repressão e a violência.
No contexto desse regime era proibido qualquer movimento de liberdade e ações democráticas. Tudo era controlado pelas forças regimentais com a utilização da força e da violência; impedindo os cidadãos de qualquer posicionamento crítico diante da realidade brasileira.
Neste período a psicologia como as demais profissões e ciências, era controlada pela vigilância ideológica do Estado. A atuação do profissional em psicologia era realizada de forma individualizada, obrigando-os a manipular a população, descontextualizando o indivíduo, apoiando o regime em moldes abstratos de seres humanos e sua ação profissional era criar espaços excludentes para adaptar os “desviantes”.
A profissão do Psicólogo no Brasil foi regulamentada em 1962 antes do período militar que se instalou no país de 1964 a 1985. O exercício da psicologia se adequava as necessidades politicas e econômicas do governo ditatorial vigente. A liberdade só poderia ser pensada a nível imaginário, sem romper com as fronteiras da individualidade.
A Psicologia Social teve seus primeiros registros em práticas comunitárias na década de setenta, com trabalhos nas áreas de educação e saúde mental no âmbito da prevenção, sendo aplicado nas Comunidades Eclesiais de Base.
Com o processo de instituição dos Conselhos os movimentos tentavam desmistificar as teorias psicológicas discutindo suas origens, a profissão passou a ser alvo de problematizações. Com o avanço da abertura politica ela passa a se integrar as perspectivas de emancipação social.
Do mesmo modo, a Profissão do Serviço Social na Ditadura Militar era também caracterizada pelo autoritarismo, censura, repressão, perseguição politica, violência, torturas e mortes. Era tida no percurso histórico, como o profissional com ideologias advindas da Igreja Católica (obras de caridade), do Estado (como o assistencialismo) e o empresariado brasileiro (atrelados ao capital e a classe dominante).
O Regime Militar é considerado uma das paginas negras da história do Brasil e gerou uma crise econômica sendo o agravante do problema social onde os brasileiros foram marginalizados, sobrevivendo aos mais bárbaros conflitos, entre eles: o desemprego, a subnutrição e ainda a corrupção. Nesse cenário o espaço de atuação dos Assistentes Sociais se limita na execução das politicas sociais, com expansão dos programas de desenvolvimento das comunidades.
A politica torna-se apenas uma estratégia para diminuir a consequência trágica da exploração dos trabalhadores na grande concentração de renda de alguns, os profissionais do Serviço Social não tinham poder de intervenção.
Toda esta crise onde a sociedade foi calada a força, o Serviço Social rompe com as “ideologias” que visava mascarar as relações sociais entre as classes. Dá-se o inicio da articulação do Movimento de Reconceituação do Serviço Social como explica Marilda Iamamoto. “A Renovação do Serviço Social é uma tentativa de resposta à crise de legitimidade funcional a “saída” consiste na tecnificação da pratica profissional numa perspectiva modernizadora”. O Brasil diferentemente dos demais países da américa latina vivia no cenário politico da Ditadura e os demais na democracia.
O “Congresso da virada” acontece com a perda da legitimidade da ditadura em 1974, havendo a retomada do desenvolvimento e retomada do pensamento crítico no serviço social; outro fator de contribuição é a reforma universitária. J.P.NETTO distingue a constituição de três perspectivas: modernizadoras, reatualização do conservadorismo e intenção de ruptura.
Em face de tudo isso surge seminários que atravessam as formulações da Politica Social, dentre eles o Seminário de Araxá é o “Transformismo” do tradicional sobre novas bases, o seminário de Teresópolis, com o propósito de analisar a questão da metodologia profissional do Serviço Social.
Surge o Método B.H ( Belo Horizonte)que para NETTO foi uma alternativa global ao tradicionalismo. Contudo, o legado de B.H consiste em ampliar o espaço profissional visando ganhar autonomia profissional para desenvolver uma prática crítica. Desafios de apropriação do debate teórico-metodológico na sistematização da prática profissional em Psicologia e Serviço Social.
O código de Ética do Psicólogo foi regulamentado antes da instauração do regime militar, no ano de 1962. E o Código de Ética do Serviço Social em 1993. Regulamentando o profissional na Lei de nº. 8.662/93 e as Diretrizes Curriculares para formação profissional de Serviço Social da ABEPSS ( 1996).
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