UNIAO ADUANEIRA QUE DESVIAM COMÉRCIO

Centro Universitário Planalto do Distrito Federal

                

Administração

GEOPOLÍTICA, REGIONALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO.

UNIÕES ADUANEIRAS QUE DESVIAM COMÉRCIO.

Dayana Oliveira Sobrinho
Fabiana de Souza Oliveira Rodrigues
Fernanda Nunes Barbosa e Oliveira Silva
Marcos Paulo Rodrigues da Silva
Martinho Gomes Paz
Rosiane Macedo Souza

Orientador: Prof. Renato César Santezo Baptista

BRASÍLIA

2015

Uniões Aduaneiras que desviam comércio.

Com a globalização e a integração entre países formaram-se os blocos econômicos, com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros, que geralmente eram próximos uns dos outros. Em tese, os países que fazem parte de um bloco econômico verificam crescimento em sua economia, pois adotam redução ou isenção de impostos em suas atividades comerciais.

Existem diferentes classificações de blocos econômicos, um deles se chama “União Aduaneira”, que trata de uma zona de livre circulação de bens e pessoas, que adotam a Tarifa Externa Comum (TEC), e têm o objetivo de taxar os produtos advindos de países não membros dos blocos. Dessa forma, reduz os preços de produtos comercializados entre os países membros e encarecem os produtos de países externos ao bloco. Os países ou territórios que a adotam a União Aduaneira, costumam ter por objetivo aumentar a sua eficiência econômica e estabelecer laços políticos e culturais mais estreitos entre si. A União Aduaneira é formada por meio de um acordo comercial. Um exemplo de União Aduaneira é o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), em que a TEC é adotada apenas por seus membros efetivos: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Jacob Viner (1950) foi o primeiro a sistematizar a teoria da integração, e observou que a formação de uma União Aduaneira pode levar tanto à criação do comércio como ao desvio do comércio.

Ocorre um desvio de comércio quando há uma deslocalização geográfica de produção de uma fonte de menos custo para uma fonte que gera mais custos, dessa forma, o desvio está associado ao protecionismo que dificulta as livres trocas entre os países membros da União Aduaneira e diminui o bem-estar das empresas envolvidas no processo comercial, pois os recursos são utilizados de maneira menos eficiente.

De uma maneira bem simples, desviar comércio é comprar produtos fabricados em países fora do bloco econômico, e ter um custo a mais sobre a carga importada.

Exemplo Prático

Um dos desafios do administrador é estar sempre atento no que há de novo no comércio mundial, principalmente com a formação de tantos blocos econômicos, onde as leis comerciais são diferenciadas. Também deve está atento, para que possa gerir bem seu negócio e ajustando-se para sua sobrevivência no mercado.

Sabe-se que o MERCOSUL é umas das principais Uniões Aduaneiras existentes e o setor automotivo está em destaque como um dos setores que mais cresce nos países aliados ao bloco, mas segundo alguns estudos (Por exemplo, Yeats, 1997) este setor sofreu desvio de comércio no período de 1991 a 2006, por conta do elevado grau de protecionismo existente entre os países não membros do bloco.

Yeats fez vários estudos sobre o desvio de comércio no MERCOSUL e chegou à conclusão de que o grande crescimento no setor automotivo se deve ao desvio de comércio, já que o aumento ocorreu com as importações mais eficientes feitas com países de fora do bloco. Como resultado, os produtores brasileiros passaram a vender produtos com preço mais elevado para os consumidores do bloco.

Inicialmente, examinou-se o desempenho das exportações brasileiras do setor automotivo para o MERCOSUL para todo o período de 1991 a 2006 através do Índice de Vantagens Comparativas Reveladas (IVCR). O IVCR, originalmente proposto por Balassa, em 1965, se baseia no princípio das Vantagens Comparativas x W = Valor total das exportações mundiais e do Índice de Orientação Regional (IOR) que é uma razão entre duas proporções, e seu resultado é obtido através da divisão da participação das exportações de um produto sobre as exportações totais do país para o bloco econômico pela participação das exportações deste produto no total exportado extrabloco.