A Educação Inclusiva
Por: Carla Terres • 24/3/2019 • Trabalho acadêmico • 805 Palavras (4 Páginas) • 325 Visualizações
Com base nas respostas registradas na entrevista e nos textos estudados no bloco de desenvolvimento 1, responda:
1 - Qual a importância no bilinguismo no processo de aprendizagem do sujeito surdo?
O Bilinguismo dá à pessoa surda a possibilidade de inclusão no âmbito educacional e social permitindo a participação nos conceitos da comunidade onde está inserida, e também o compartilhamento de seus conceitos e sua cultura priorizando o reconhecimento como sujeito de direitos, sua independência e autonomia, melhores resultados acadêmicos e sociais.
2 - O que é a Libras e como se constituiu língua ao longo da história?
Libras é a Língua Brasileira de Sinais, estabelecida por lei (Lei nº 10.436/2002) como língua oficial da comunidade surda brasileira. Cada país possui uma língua de sinais como por exemplo: a “American Sign Language” (língua de sinais norte-americana); a “British Sign Language” (utilizada na Inglaterra); a “Lengua Española de Signos” (utilizada na Espanha); e a “Langue des Signes Française” (LSF) (utilizada na França) (Schlünzen et al., 2018) que foram desenvolvidas ao longo da história.
Ao longo da história o fato de os surdos não fazerem uso de uma língua oral os condenou a condição de excluídos da sociedade. Durante o período Greco Romano os surdos eram excluídos da sociedade, não sendo aceitos por seus familiares e até mesmo por grandes pensadores como Platão e Aristóteles (Campello, 2009, p. 11). Durante a idade média a igreja católica deu continuidade à exclusão dos surdos os considerados impuros por não poderem falar os sacramentos. Já na idade moderna, vários monges instruíram os Surdos a ler e escrever (CAMPELLO, 2001, p. 13) sendo o primeiro educador que se tem notícia Pedro Ponce de Lenon que educava surdos de famílias nobres que tinham interesse que os filhos pudessem ter direito a suas heranças, até então este direito era negado aos surdos. Pedro Ponce de Leon, teve êxito em seus métodos de ensino, sendo seu trabalho servindo de base para os educadores que o seguiram como por exemplo Juan Pablo Bonet que apesar de focar na oralidade utilizava alfabeto manual, escrita e língua de sinais. Educadores da época disseminaram as ideias de Bonet pela Europa. Em 1760 Charles Michel de l’Epée funda em Paris o Instituto Educacional para Surdos-Mudos de Paris reconhecendo que os surdos têm uma língua, e não precisam aprender uma língua oral para se comunicar. Já na idade contemporânea, em 1817 é fundada, por europeus a primeira escola de surdos dos Estados Unidos e em 1864 é fundada a única universidade de surdos do mundo que existe até hoje (Gallaudet University). Em 1880 ocorreu o congresso de Milão que reuniu educadores de surdos de diferentes países resultando na decisão de que a partir daquele momento a educação de surdos seria a partir do método oral puro tendo como finalidade a fala. Segundo CAMPELLO, 2009, p. 17 a partir deste evento ocorreu a extinção dos professores surdos, restando poucos pelo mundo. Este evento teve um impacto desastroso na história da educação de surdos de todo o mundo.
No Brasil a história da educação de surdos parte da fundação do Instituto Imperial de Surdos (INES) em 1857 tendo como atores principais Dom Pedro II e Padre Huet. Outra instituição importante que veio na sequência do INES foi a escola Santa Terezinha. Estas instituições tiveram importante papel na disseminação da língua de sinais através de seus alunos e formação de professores surdos. As décadas de 80 e 90 são consideradas os primórdios do movimento surdo no Brasil, com eventos que seguiram a fundação do INES, como o inicio de grupos de estudo da libras, fundação de entidades representativas de surdos, manifestações como a marcha “Surdos Venceremos” em prol reconhecimento oficial da libras, direito a educação em libras e direito a interprete em espaços públicos. Nos anos seguintes, reflexos dos movimentos das décadas de 80 e 90 conquistas foram alcançadas como por exemplo a Lei 10. 436 de 24 de abril de 2002 e decreto 5. 626 de 22 de dezembro de 2005 que reconheceu oficialmente a libras como meio de comunicação expressão das comunidades de surdas brasileiras, e deu garantias de acessibilidade da informação através das libras e da formação de professores e interpretes.
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