Os Gêneros textuais: definição e funcionalidade
Por: Matheus Cunha • 2/2/2018 • Trabalho acadêmico • 1.365 Palavras (6 Páginas) • 700 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
BACHARELADO EM GEOGRAFIA
RESUMO:
GENEROS TEXTUAIS
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ERALDO DOS ANJOS FREITAS.
Turma Geografia Bacharelado 2015.2
MACAPÁ
2016[pic 2]
Gêneros textuais: definição e funcionalidade.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. 10 edição. São Paulo, Editora Cortez, , ano 2010.
Eraldo dos Anjos Freitas
- Gêneros textuais como práticas sócio - históricas.
Gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia. Elas são entendidas como entidades sociodiscursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. Os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa, caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmico e plástico. Os gêneros surgem emparelhados a necessidades e atividades socioculturais, bem como na relação com inovações tecnológicas. Com base na observação histórica o surgimento dos gêneros revela que, numa primeira fase, povos de cultura oral desenvolveram um conjunto limitado de gêneros, após a invenção da escrita alfabética por volta do século VII a.C, multiplicam-se os os gêneros. A expansão continuou no século XV com o florescimento da cultura impressa, passando pela na fase de industrialização século XVIII. Hoje com a denominada cultura eletrônica (telefone, TV e etc.) sua ampliação e mais notável com o surgimento do computador através do uso da internet, presenciamos a explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto oral como escrita. Portanto, este texto trás estudos sobre uma variedade de gêneros textuais relacionados a algum meio de comunicação e analisa-os em suas peculiaridades organizacionais e funcionais.
- Novos gêneros e velhas bases.
Como já foi exposto anteriormente os meios de comunicação propiciaram o surgimento de novos gêneros textuais, por certo não pense que são as tecnologias por si só que originam os gêneros, e sim a intensidade dos usos dessas tecnologias e suas interferências nas atividades comunicativas diárias. Neste sentido, os usos do suporte tecnológico da comunicação por terem presença marcante nas atividades comunicativas da realidade social que ajudam a criar vão propiciando e abrindo gêneros novos bastante característicos. Daí surge formas discursivas novas tais como editoriais, artigos de fundo, noticias telefonemas entre outros, mais seguramente esses novos gêneros não são inovações. Estes fatos novos já fora notado por Bakhtin (1997) que falava na transmutação dos gêneros e na assimilação de um gênero por outro gerando novos. A tecnologia favorece o surgimento de formas inovadoras, mas não absolutamente novas.
Veja alguns exemplos de gêneros novos que não são absolutamente novos, veja o caso do telefonema, que apresenta similaridade com a conversão que lhe pré existe, mas que, pelo canal telefônico, realiza-se com características próprias. Daí a diferença entre uma conversão face a face e um telefonema, com as estratégias que lhes são peculiares. O email (correio eletrônico) gera mensagens eletrônicas que tem nas cartas (pessoais, comerciais etc.) e nos bilhetes seus antecessores. Contudo, as cartas eletrônicas são gêneros novos com identidades próprias, como se verá no estudo sobre gênero emergentes na mídia virtual.
Esses gêneros que emergiram no ultimo século no contexto das mais diversas mídias criam formas comunicativas próprias com certo hibridismo que desafia as relações entre oralidade e escrita e inviabilidade de forma definitiva a velha visão dicotômica ainda presente em muitos manuais de ensino de língua. Estes gêneros emergentes também permitem observar maior integração entre vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento.
É bom salientar que embora os gêneros textuais não se caracterizam nem se definam por aspectos formais, sejam eles estruturais ou linguísticos, e sim por aspectos sociocomunicativos e funcionais, isso não quer dizer que estejamos desprezando a forma. Pois é evidente, como se verá, que em muitos casos são as formas que determinam o gênero e, em outros tantos serão as funções. Contudo, haverá casos em que será o próprio suporte ou ambiente em que os textos aparecem que determinam o gênero presente.
- Definição de Tipo e Gênero Textual.
Os gêneros textuais se constituem como ações sociodiscursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo. Para uma maior compreensão do problema da distinção entre gêneros e tipos textuais sem complicações técnicas trazemos a seguir uma definição que permite entender as diferenças com facilidade.
- Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspecto lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) em geral os tipos textuais abrangem meia dúzia cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.
- Usamos expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresenta características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia os gêneros são inúmeros. Ex: telefonema, sermão, carta, comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem etc.
Seria interessante definir mais uma noção que vem sendo usada de maneira um tanto vaga. Trata-se da expansão do domínio discursivo.
c) usamos a expressão domínio discursivo para designar uma esfera ou instancia de produção discursiva ou de atividade humana. Esses domínios não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento de discursos bastante específicos. Do ponto de vista dos domínios falamos em discurso jurídico, jornalístico, religioso etc. Constituem práticas discursivas dentro das quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais que, as vezes, lhes são próprias ( em certos casos exclusivos ) como praticas ou rotinas comunicativas institucionalizadas.
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