Resenha Crítica - Jingles
Por: clarareggiani • 6/11/2018 • Resenha • 504 Palavras (3 Páginas) • 179 Visualizações
O artigo “Jingle: Ferramenta de Comunicação para Construção da Imagem Política”, dos autores Robson Vanderlei Alves de Andrade e Heloísa Araújo Duarte Valente, busca estabelecer a relação entre esse recurso persuasivo e os efeitos obtidos em seu uso nas campanhas eleitorais. De acordo com o texto, apesar de não ser empregado em larga escala, o jingle ainda é utilizado em todos os veículos de comunicação; compondo anúncios de serviços ou produtos e influenciando na vitória ou derrota de um candidato nas urnas ao valorizar as propostas e pontos fortes do candidato por meio de uma linguagem clara e emotiva.
Os autores argumentam que um jingle bem elaborado, que incrementa os atributos de um candidato eleitoral, contribui para o aumento de sua credibilidade e aumenta as chances de ele vencer a eleição. No entanto, um jingle que não é fácil de memorizar e repetir gera o efeito contrário, sendo ignorado e causando a derrota do candidato.
Ao analisar as melodias e as tonalidades dos jingles das campanhas eleitorais dos candidatos Dr. Paulo Pinheiro e Regina Maura à prefeitura da cidade de São Caetano do Sul, os autores destacam as semelhanças e diferenças entre eles.
Apesar de as obras apresentarem similaridades, como, por exemplo, o uso de rimas opostas ou emparelhadas e aparelhos eletroacústicos, elas não apresentam mudanças harmônicas, rítmicas ou melódicas, tendo como únicos objetivos a comunicação direta e a conquista do público-alvo.
O jingle de Dr. Paulo atingiu um público-alvo maior por desenvolver uma relação de proximidade entre ele e seus eleitores, garantindo a sua vitória. A campanha do candidato empregou termos utilizados pelos jovens em redes sociais, como “curtir” e “compartilhar” e adotou um gênero musical que se aproxima dos nordestinos, se tornando memorável. Ao escolher um coro misto para executar a melodia, o jingle evidencia uma característica de união.
Os autores acreditam que a derrota de Regina Maura, cuja chance de ganhar era favorável, aconteceu devido ao fato de seu jingle não ter sido capaz de estabelecer uma relação de confiança entre a candidata e seus supostos eleitores, provocando uma rejeição entre eles. O arranjo musical de Regina não apresenta variações e não há diferenciação que crie contraste entre as estrofes e o refrão, dispersando a concentração do ouvinte e tornando o refrão monótono. A melodia da campanha da candidata, que também elegeu o soul - gênero originado nos Estados Unidos -, é executada por um cantor solista, evidenciando um caráter mais individual e solitário.
O artigo, publicado na revista Mediação, analisa jingles de candidatos a cargos políticos, livros, dissertações e materiais publicados sobre o assunto para determinar o seu significado e sua função, sendo necessário para aprofundar o conhecimento em relação a estratégias de marketing e para caracterizá-los como uma ferramenta para conquistar o eleitorado e assegurar a posse de um cargo político. Além disso, uma linha do tempo para demonstrar a origem do jingle e sua chegada ao Brasil é criada. No final do artigo, os autores questionam se Regina aprendeu a sua lição, se tornando ciente dos efeitos causados pelos jingles.
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