A manipulação indevida da ciência na elaboração de armas químicas e as consequências negativas para os seres humanos
Por: Olivia LB • 5/11/2019 • Trabalho acadêmico • 650 Palavras (3 Páginas) • 383 Visualizações
A manipulação indevida da ciência na elaboração de armas químicas e as consequências negativas para os seres humanos
A ciência que conhecemos hoje é denominada por alguns autores como Ciência Pós-Moderna, em referência à Ciência Moderna do período Renascentista nos séculos XV a XII na qual há início de ciclo filosófico de novas contestações sobre as verdades incontestáveis e dogmas religiosos. Os percursores dessa mudança são Galileu Galilei (1.564-1.642), teórico do método científico e da autonomia da pesquisa científica e o aperfeiçoamento do telescópio e seu uso científico com foco na astronomia; Copérnico (1.473-1.543) e sua teoria de que a Terra não era o centro do Universo; e Francis Bacon (1.561-1.626) que defendia a experimentação seguida da indução de maneira mais ativa do que Aristóteles propôs séculos antes. (PINEDO; PINEDO, 2005). Nasce ali a Revolução Científica na qual tantos adventos e descobertas científicas e tecnológicas serviram, e ainda servem, de base para a Ciência Moderna. É importante salientar que Ciência é um ramo da Filosofia e todos àqueles que exercem atividades científicas, buscam conhecimento, confirmação de teorias e obtêm sucesso em seus experimentos e pesquisas estão utilizando os ensinamentos advindos da Filosofia, convertendo-se em infinitos benefícios, e, infelizmente, malefícios para a sociedade.
Considerando que o homem sempre buscou impor seu domínio sobre o outro através de incontáveis guerras no decurso de sua história em defesa de suas convicções, muitas vezes religiosas, não surpreende verificar que ele buscou na ciência auxilio para construção de diversas ferramentas para tal finalidade, com armas e artefatos cada mais eficazes, culminando nas terríveis armas químicas.
Hélio Schwarstsman em seu livro “Pensando Bem... (2016) faz uma leitura reflexiva sobre os drones, a guerra e a empatia humana, na qual um “soldado” pode, apertando apenas um botão, matar seu inimigo a milhares de quilômetros de distância, sem o remorso ou arrependimento dos ataques “presenciais”. Essa evolução da natureza da guerra é aterrorizante em diversos sentidos, pois não atingem apenas o inimigo, mas pessoas civis inocentes, e quando pensamos nas armas químicas trazemos ainda a agonia física e sofrimento desmedido que essas armas causam. A Convenção de Armas Químicas assinada por 191 países e em vigor desde 1997 proíbe a produção, o armazenamento e o uso de armas químicas, mas a supervisão de cumprimento do tratado tem sido difícil. Recentemente o governo da Síria foi acusado de realizar ataque com armas químicas contra grupo terrorista em seu país e, apesar de negar, está sendo investigado. A síria tem como a Rússia como aliada e sofre ameaças de represaria de países como Estados Unidos e França. O fato é que não se tem informações precisas e não se sabe se a denúncia é uma manobra para realizar uma intervenção no país.
Aqueles que atacam defendem posições dogmáticas com discursos enfáticos sobre o certo e o errado e ignoram, propositalmente ao seu favorecimento, que a ética e a moral são distintas para cada sociedade. Ao se tratar de guerras, a única ética que deveria ser defendida é a ética planetária, respeitando a vida e suas diversidades, protegendo o meio ambiente e todos os seres vivos, buscando a paz e a diminuição das desigualdades sociais e econômicas. A Filosofia, como raiz de todas as ciências, desafia o ser humano a se questionar constantemente sobre tudo ao redor e duvidar das verdades absolutas impostas por àqueles que, apesar de talvez estarem em posição de poder político-econômico, apenas possuem virulência, mas não conhecimento.
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