A Ética e Filosofia Política
Por: ajbb • 27/8/2015 • Relatório de pesquisa • 1.965 Palavras (8 Páginas) • 320 Visualizações
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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO
JAQUELINE RIBAS
RA: 1148276
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Claretiano Centro Universitário
Ética e Filosofia Política
Prof. Ms. Adriano Volpini.
CURITIBA – PR
2015
[pic 3] CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO
Curso: | Licenciatura em Filosofia – EAD. |
Disciplina: | Ética e Filosofia Política. |
Tutor: | Adriano Volpini. |
Aluna: | Jaqueline Ribas. |
RA: | 1148276. |
Descrição da atividade
Com base nas leituras realizadas, responda as questões a seguir:
1) Elabore uma síntese filosófica explicando sobre os conceitos de Ética e Política nos períodos históricos da Grécia Antiga, Renascentista e atual. Faça uma pesquisa em fontes seguras e enriqueça seus conhecimentos sobre os conteúdos abordados.
Na antiguidade, ética e política estavam intimamente relacionadas; tanto é assim que a ideia de sociedade política se desenvolveu em estreita relação com as concepções éticas. Os gregos estavam convencidos de que a lei deveria oferecer uma medida tanto para a ação do indivíduo, como reger a vida da cidade, de modo que assegurasse a participação equitativa dos indivíduos no bem comum a todos, ou seja, no viver em comum. A determinação das leis que deveriam reger a ação individual assumiu a forma de uma doutrina da virtude(areté), ou Ética em sentido estrito. A teorização do existir em comum, por sua vez, resultou numa doutrina da lei justa que constituía, ao nível da comunidade, o análogo da virtude no indivíduo.
Essa imbricação entre ética e política fica muito clara no pensamento de Aristóteles. Na obra Ética a Nicômaco, o autor distingue duas modalidades de ação humana, considerando a diferença entre os fins visados: alguns fins são atividades(praxis), outros são produtos distintos das atividades que os produzem(poíesis ou ação fabricadora)(1987, livro 1, p.9).
Assim, pode-se afirmar que na Grécia clássica a realização política representava o ponto mais alto da conduta ética. A esse respeito é significativo que Aristóteles conceba a política, num sentido amplo, como a ciência da felicidade humana e a subdivida em duas partes: a primeira, constituída pela ética, e a segunda, pela política.
Portanto, tradicionalmente há um nexo profundo entre ética e política em três aspectos: constituem saberes do mesmo tipo(sabedoria prática); possuem o mesmo objeto, a ação humana, seja no âmbito individual(ética) seja no âmbito coletivo(política); atribuem a mesma finalidade à ação(o bem).
Essa concepção de política, profundamente ligada à ética, como um saber sobre o que é justo e o que é iníquo, permaneceu por muito tempo na tradição filosófica. Só no início da modernidade, particularmente com Maquiavel, a relação entre ética e política será posta em questão.
Maquiavel recusa a prioridade da ética sobre a política que havia caracterizado o pensamento clássico. A configuração política era concebida pela filosofia antiga como ideal ético-racional, ou seja, a partir da concepção do Bem e da Justiça como ideias da razão, procurava-se determinar como deveria ser constituída uma comunidade política que efetivasse tal ideal.
Os humanistas da Renascença, a exemplo de Maquiavel, consideravam a falta de preocupação com o bem comum, ou a propensão a colocar os interesses particulares acima dos da comunidade, como uma das tendências mais corruptas da época. O humanismo renascentista acreditava que o bom governo dependia das boas qualidades morais dos homens que dirigem as instituições. Os humanistas da Renascença procuravam esboçar o perfil moral do “bom príncipe”, na convicção de que a bondade moral teria como resultado o bom governo político. Os escritores dessa vertente procuravam, então, determinar os princípios morais que deveriam nortear a ação dos príncipes, apresentando para tanto uma lista de virtudes cuja prática facultaria ao príncipe real tornar-se a encarnação da figura idealizada do “bom príncipe”. Tais ideias foram expostas por meio de uma modalidade de literatura que se tornou muito comum ao Renascimento, os “espelhos de príncipes”, obras curtas, recheadas de conselhos e normas morais a serem seguidas por reis e príncipes. Os “espelhos de príncipes” eram textos de aconselhamento moral que procuravam determinar a conduta a ser adotada pelos soberanos para que conseguissem realizar um bom governo.
Partindo do pressuposto de que um príncipe bom seria também um bom político, os autores de “espelhos de príncipes” aconselhavam os governantes a comportarem-se virtuosamente. As virtudes políticas eram definidas com base numa extensa lista de qualidades que iam desde atributos morais clássicos consagrados por Platão e Aristóteles(as quatro virtudes cardeais: prudência ou sabedoria, temperança, coragem, justiça), até virtudes tipicamente cristãs(piedade, religião, fé, etc.) acrescidas de alguns ideais renascentistas(liberdade, magnificência, honra e glória).
Na obra “O Príncipe”, especialmente nos capítulos XV a XIX, Maquiavel aborda os temas desenvolvidos pelos autores do gênero “espelhos de príncipes”, tratando inclusive das mesmas virtudes que compunham os catálogos dos humanistas, mas divergindo substancialmente da visão tradicional sobre elas, especialmente no que diz respeito à relação entre ética e política.
Hoje em dia, as relações entre ética e política tornaram-se conflituosas. De um lado, entendemos que ética e política não se casam bem, pois não raro os políticos são vistos como corruptos e interesseiros, como se esses atributos fossem inerentes à sua profissão. Por outro, lastimamos a falta de ética na política(ou dos políticos) e é comum vermos certas pessoas ou grupos sociais cobrarem mais ética na política.
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