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ANALISANDO OS PROBLEMAS DA ESTÉTICA

Por:   •  26/4/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.476 Palavras (6 Páginas)  •  366 Visualizações

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ANALISANDO OS PROBLEMAS DA ESTÉTICA

O livro analisado foi escrito por Luigi Pareyson, um grande filósofo italiano do século XX. Desde muito cedo, Pareyson demonstrou grande interesse para a reflexão e escrita filosófica. Concluiu sua licenciatura em 1939 na Universidade de Turim, com a tese "Karl Jaspers e a Filosofia da Existência". Participou na resistência antifascista italiana e integrou o Partito d'Azione.. Lecionou na Universidade de Turim e na Universidade Nacional de Cuyo, em MendozaArgentina. A obra de Pareyson está ligada à Filosofia da Existência, à Hermenêutica, à Filosofia da Religião e à Estética. Foi também um importante crítico do Idealismo Alemão.

        Os Problemas da Estética foi concebido no ano de 2001, publicado através da editora Martins Fontes, em São Paulo. Este ensaio retoma as preocupações e os pensamentos mais correntes a respeito da apreciação estética de uma obra de arte, que vai muito além do tradicional conceito do belo. Partindo desde a concepção da obra (a obre imaginada e a obra finalizada), do material utilizado pelo artista, pelos conceitos de coparticipação do público na completude de uma obra de arte, até mesmo a sua execução, a diferenciação do trabalho do artista com a do artesão e evita até mesmo as concepções românicas em torno da criação artística.

        Pareyson abre o livro expondo o problema terminológico e conceitual da definição de estética. Conforme Rosenfield (1954, p. 7) a palavra “estética” vem do grego aithesis, que significa sensação, sentimentos, mas Luigi afirma que este conceito é algo mais amplo, de modo que, com base na análise contemporânea, pode designar, na história do pensamento, tanto as teorias do belo e da arte que se apresentaram sem nome específico, quanto teorias mais recentes que não ligam arte e beleza. Eu concordo quando ele define que o caráter filosófico da estética, não se pode cair no juízo de determinação do que deva ser a arte ou a beleza, nem mesmo de se deduzir a estética de um sistema filosófico pré-formado, pois a estética não se configura como uma parte da filosofia, mas como uma filosofia propriamente dita – em dois sentidos: como reflexão de toda experiência do belo e da arte; como doadora de uma definição geral de arte.

        No texto o autor busca realiza uma forte divisão: a estética (por sua perspectiva mais geral e filosófica) da poética e da crítica de arte. A poética é programa de arte que traduz em termos normativos uma experiência de gosto, já a crítica é um espelho refletor da obra, que pronuncia seu juízo reconhecendo o valor da obra. De fato, posso afirmar que o principal momento do texto é quando Pareyson (2001, p. 11) argumenta “(...) estética pelo contrário, não tem nem caráter normativo nem valorativo: ela não define nem normas para o artista nem critérios para o crítico. Como filosofia ela tem um caráter exclusivamente teórico: a filosofia especula, não legisla.”, ou seja, a estética tem caráter especulativo e não prescritivo. Este pensamento está totalmente ligado ao pensamento de Scruton (1944, p.11) quando afirma que a filosofia “(...) pretende descrever a experiência estética nos termos mais gerais, para descobrir a precisa localização dela no pensamento humano, a relação, por exemplo, com a sensação, a emoção e a apreciação.”

        O autor expõe sua definição de arte como formatividade, a atividade artística consiste em um “formar”, em um executar que também é inventar e descobrir; de modo que os conceitos de “forma” e de “formatividade” parecem os mais adequados para se definir a atividade artística.

        Pareyson expõe a desconfiança que há quando ocorre a ligação entre arte e filosofia, pelo receio de que o rigor filosófico dissipe a vibração artística. Mas esse medo mora em uma ignorância das características filosóficas, pois na história da filosofia existem exemplos de exposições de filósofos que se aproximam mais da maleabilidade da arte do que da rigidez do raciocínio puro.

        Durante muito tempo a forma foi vista como o acabamento técnico que tratava um argumento, já o conteúdo foi visto como o argumento tratado. Essa é a teoria do ornato, que concebe a união entre conteúdo e forma como uma junção de duas partes exteriores, uma em relação à outra. Também houve a concepção da indissociabilidade entre forma e conteúdo, mas do ponto de vista do conteúdo, de modo que a arte seja a formalização de questões espirituais. O perigo dessa concepção é a desvalorização do aspecto sensível da arte. Marca-se assim a oposição, mais que secular, entre a acentuação da forma e a acentuação do conteúdo. Os pensamentos de vários filósofos como Kant e Hengel, são essenciais para a história da filosofia e para a estética, onde podem ser encaixados, com suas variantes singulares, dentro do esquema de oposição entre conteúdo e forma. O autor considera a concepção da inseparabilidade entre forma e conteúdo do ponto de vista da forma, onde a arte não é mais formalização do espiritual, mas de um complexo de matéria, estabelecendo a obra de arte, também, como objeto sensível. Assim, afirmo e concordo, se a arte é formalização da matéria e não do conteúdo, a inseparabilidade entre forma e conteúdo é apenas possível do ponto de vista da forma.  

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