As duas primeiras meditações metafisicas
Por: Mia Tiziano • 8/12/2015 • Resenha • 718 Palavras (3 Páginas) • 520 Visualizações
René Descartes, francês, filósofo, físico, matemático, fundador da filosofia moderna e pai da matemática moderna, é uma das figuras mais influentes da História do Pensamento Ocidental. Figura-chave da Revolução Científica e de grande importância pro racionalismo da Idade Moderna, é difícil dizer em qual epistemologia não encontramos traços cartesianos.
Neste trabalho, corre uma análise interpretativa das duas primeiras, de um total de seis, Meditações Metafísicas do filósofo.
I. PRIMEIRA MEDITAÇÃO
A característica essencial da filosofia de René Descartes nas “Meditações Metafísicas” é o rigor. Rigor para reconstruir o arcabouço do conhecimento humano inteiro a partir do nada, sem que essa nova estrutura contenha o vírus da presunção intelectual nem falhas lógicas. Sem esse rigor, presumia Descartes, todo um edifício teórico é frágil e pode desmoronar.
Descartes expressa sua insatisfação com o conhecimento adquirido nas instituições de ensino da época (autoridade da bíblia ou do aristotelismo) e se propõe a fundamentar a totalidade do saber humano. Dá início, então, à sua primeira meditação, em meio a epifania de que passara sua vida toda baseando-se em falsas opiniões. Para isso, o primeiro passo é se perguntar: o que pode ser colocado em dúvida? Poucas coisas começam e terminam absolutas – seus absolutismos são estranhamente circunstanciais. Algumas opiniões que eram percebidas como verdadeiras, tornam-se, repentinamente, falsas; outras, que se achavam falsas, transformam-se em radicais obviedades sem aviso prévio. As certezas são cambiantes e flutuam de acordo com contextos e humores.
Apresenta sua dúvida como sistemática e hiperbólica, onde o provável será tomado como duvidoso e o duvidoso será tomado como falso. Direciona-se, então, aos alicerces para desconstrução das certezas, pois expor as dúvidas individualmente seria um processo infinito. Volta-se então para a sensibilidade (sentidos), a razão (o gênio maligno) e a imaginação (o sonho).
Para Descartes, não podemos confiar completamente nos sentidos, mas sim na razão como instrumento perfeito do conhecer. Pois os sentidos são sinuosos e ludibriadores – quando me afasto de um objeto, ele parece se apequenar, mas é claro que ele continua do mesmo tamanho e tão somente minha percepção foi alterada; quando fecho meus olhos com afinco, o mundo permanece às claras; quando sonho, não tenho a menor dúvida de que aquilo é a realidade.
Inicia-se o argumento do gênio maligno. Se Deus é essencialmente bondoso, por que nos permite errar? É suposto que Deus é bom porque ele não nos permite sermos enganados sempre. Cai-se num dilema: existindo um Deus maligno, ele me faz errar, porém, não o existindo, torno-me efeito de uma causa ainda menor e, por conseguinte, mais propenso a erros.
Portanto, não há nenhuma verdade que não se possa duvidar e é sóbrio suspender os juízos sobre tudo.
II. SEGUNDA MEDITAÇAO
Descartes afirma que continuará com seu mesmo método de dúvida hiperbólica, até que encontre uma constatação indubitável, fosse algo de certo ou a certeza de que não há nada de certo.
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