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As propostas: realista de Maquiavel, idealista de Campanella e utópica de Tomas Morus

Por:   •  1/5/2019  •  Artigo  •  944 Palavras (4 Páginas)  •  505 Visualizações

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No século 15 e 16 houve uma grande mudança no contexto econômico-social, fazendo com que surgisse novas ideias políticas não mais aparadas pelo pensamento especulativo, transcendente, ético e religioso, mas pautado no próprio objeto observado. Neste período ocorreu o surgimento e o fortalecimento dos estados nacionais Europeus, sendo a França e a Espanha, do ponto de vista econômico, os reinos mais prósperos, e do ponto de vista político, os mais fortes.

Durante esse período, viveu Maquiavel (1469-1527) em Florença, que fazia parte da Península Itálica. Apesar de economicamente fortalecida, a Península Itálica era muito limitada politicamente, composta por pequenas cidades estados, não conseguiam se unir para formar um estado forte e soberano na política.

Segundo Reale e Antiseri (2004, pág. 93), Maquiavel criou uma mudança drástica na direção política, criando uma ruptura com o ideal humanista anterior, pois não mais pautava suas investigações políticas no campo da metafísica, mas na sua própria experiência naquilo que já havia vivido, dando início, assim, ao realismo político.

O realismo político descrito no capítulo XV de O Príncipe, nos convida a observar não mais aquilo que deveriam ser as coisas, mas aquilo que elas efetivamente são, gerando uma cisão entre o “ser” e o “dever ser”. Assim, o príncipe, não deveria se prender à teorização das coisas, elevando-as a um estado metafísico, vivendo aquilo que elas poderiam ser, mas vivendo aquilo que elas realmente são. Chega ainda a dizer que “ aquele que deixa aquilo que se faz por aquilo que se deveria fazer, aprende antes a trabalhar em prol da própria ruína do que de sua conservação, porque um homem, que queira em todo lugar parecer bom, atrai ruína entre tantos que não são bons” (REALE, ANTISERI 2004).

Ainda segundo Reale e Antiseri (2004, pág. 94), ao introduzir o realismo político, Maquiavel causou uma ruptura entre a política e a moralidade, pois para ele

as duas estão em campos antagônicos, o que gerou uma certa autonomia política, podendo o soberano inclusive aplicar métodos cruéis e desumanos para a manutenção do poder.

Já o inglês Tomás Morus, que viveu no século 15, nos deixou uma grande obra, Utopia, que apresenta uma proposta totalmente oposta àquela apresentada por Maquiavel em O Príncipe. A obra carrega um gênero literário muito usado já na antiguidade e que continuou sendo usado depois do pensador, trazendo uma carga de transcendência do espírito humano, fazendo com que fosse refletido sobre aquilo que não existe e que deveria existir, bem como a realidade desejada pelo homem, sob forte influência platônica e um grande apoio das doutrinas estoicas, tomistas e erasmianas (REALE, ANTISERI 2004).

Para o utopista, as leis da natureza são perfeitamente harmônicas com o modo de ser racional do homem, por essa razão, a melhor forma para acabar com as mazelas que tanto oprimem a sociedade, bastaria seguir sua própria razão (REALE, ANTISERI 2004).

De acordo com Reale e Antiseri (2004, pág. 98), a Utopia de Morus muito mais que apresentar um programa social para que fosse seguido, trouxe princípios que deveriam ter força normativa e que seriam capazes, através de alusões, de indicar os critérios com os quais deveriam ser curados os males da época.

Ainda segundo os mesmos autores (pág. 98), na cidade utópica de Morus, todos os cidadãos eram iguais, não haviam desigualdades sociais, o trabalho não era massacrante, havia tempo para o lazer e outras atividades, os habitantes eram pacifistas, honravam a Deus de diversas maneiras e compreendiam as diversidades de maneira recíproca .

Com um grande anseio de mudança,

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