CRIME PARA JÚRI SIMULADO
Por: jurisesi2016 • 25/10/2016 • Artigo • 760 Palavras (4 Páginas) • 971 Visualizações
Era sábado, família, amigos, nossos filhos reunidos, correndo para lá e para cá. Mesmo no meio de tanta bagunça, senti a falta da minha filha.
Meu nome é Victória, tenho 32 anos, nasci no dia 12/08/1984, tenho 2 filhos, sendo um menino que se chama Arthur Vincent, 8 anos e Letícia Emannuela, 10 anos. Minha família sempre foi agitada, meus pais protetores demais, o que faz eu ser assim com meus filhos. Meu marido é um bom pai e quando engravidei da Letícia não quis largar minha profissão de advogada, tentei me dobrar para dar conta de tudo. Mas, quando tive o Arthur percebi que meus filhos precisariam de mais atenção.
Meu marido, chama-se Bernardo Jerke, é pediatra aqui na cidade onde decidimos viver com nossos filhos. É o médico destaque nessa cidade, sempre foi animado, educado, gentil, o que me fez apaixonar-se por cada detalhe seu. Ele nunca me falou sobre o pai nesses 15 anos de casados, sua mãe costumava contar algumas histórias absurdas sobre o passado que ela carregava em sua mente.
“Senhora, Jerke, pode nos relatar algumas dessas histórias? ”
“Ela dizia que seu marido a forçava fazer sexo, não importava a hora, muito menos o lugar, ele estava lá, exigindo isso para que ela, minha sogra Tereza, fosse a melhor esposa, mas nunca foi suficiente para satisfaze-lo e ia procurar fora também, dizia que ele abusou de meninas inocentes, pagava para meninos o masturba-lo, e dizia que a revolta dela com ela, sempre foi essa, de que nunca fez nada para mudar essa história, não tinha apoio de ninguém, mulheres antigamente eram submissas de seus maridos.”
“O que vós lhe trouxestes aqui? ”
Era sábado, família, amigos, nossos filhos reunidos, correndo para lá e para cá. Mesmo no meio de tanta bagunça, senti a falta da minha filha, meu marido também não estava lá, então, pensei que os dois estivessem preparando alguma surpresa, preparando os fogos, passeando pelo parque, pensei em qualquer coisa, exceto, o que realmente ocorreu de fato.
Passaram alguns minutos, não sabia quanto tempo exatamente ela não estava lá e ela apareceu, com uma “carinha” de choro, dirigi-me até ela, perguntei o que aconteceu, ela com um tom suave respondeu que era apenas um dor de barriga, aceitei aquilo como resposta, pois, assim que jantaram já saíram brincar.
“Então, quer dizer que já tem um suspeito? ”
No dia 19/07/2016 fui convocada a uma reunião no colégio Dom Machado III, sobre alguns fatos que estavam ocorrendo com minha filha. Nenhuma informação a mais, somente “Precisamos conversar”. Quando cheguei lá, minha filha estava sentada no sofá da recepção do colégio, de cabeça baixa, nervosa. Até então, achei que estivesse se envolvido em alguma briga, mas, Letícia nunca foi de brigar...
A professora me chamou para acompanha-la até a sala, mas, Letícia deveria ficar sentada, no mesmo lugar. Sentei-me então, meio inquieta. A professora começou a falar “Foi proposto à classe desenhar sobre a última imagem que passasse em mente deles sobre sua família”, disse-me que minha filha se sentiu desconfortável, mas a professora insistiu um pouco até ela ceder.
Ao ver o desenho me assustei, havia a minha filha e um homem se relacionando. Foi então que chamei Letícia e pedi para que me contasse o que estava acontecendo, se havia algo que ela precisasse me dizer e primeiramente ela negou. Insisti mais um pouco, disse que não importava o que era, ela estava segura, podia contar comigo e então ela falou. Minha filha disse que já fazia um tempo que havia um homem abusando dela e imediatamente lembrei daquele sábado, quando ela e o pai sumiram, pedi se era seu pai que estava fazendo isso e ela disse que não, que quem estava praticando esse ato abusivo era seu tio Fábio, o meu irmão. Ele é formado em Educação Física e atua como professor de voleibol em uma escola aqui da cidade, onde Letícia treina.
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