Comentários Sobre O Documentário A Justiça De Direção: Maria Augusta Ramos

Comentários sobre o Documentário A Justiça de direção: Maria Augusta Ramos

O documentário A JUSTIÇA de Maria Augusta Ramos mostra que acontece no dia a dia de um Tribunal de Justiça e apresenta algumas cenas do cotidiano de uma Casa de Custódia, o que é muito interessante, pois grande parte das pessoas não tem a mínima idéia de como tudo funciona.

É demonstrada a vivência das principais figuras que compõe o sistema, o juiz, promotoria, advogados, polícia, réu, entre outras. Para começar, o documentário faz uma grande crítica a defasagem de políticas públicas para afastar o indivíduo da marginalidade, mostrando jovens sem perspectivas de vida entrando para o mundo do crime. O documentário mostra como é o sistema carcerário brasileiro o qual é totalmente um caos, sem infra-estrutura, superlotado, ambiente sujo, sem a mínima condição de ressocialização de quem ali é “jogado”. Este aspecto é interessante ser mostrado, pois muitas pessoas acham que só mandar criminosos para a cadeia resolve a situação, o que pode ser constatado que não. Uma parte que achei chocante do documentário é quando a mãe de um dos réus o visita na cadeia, o sofrimento demonstrado por ela ao ver o filho naquela situação é o que muitas famílias passam.

Outra crítica é quanto a atuação da justiça, o descaso de juízes diante de cada caso, a cara de apática da promotora diante da situação nos faz pensar se realmente a justiça é feita. O juiz, enquanto professor, fala da individualização das penas, dos elementos subjetivos que devem ser considerado para que a justiça seja feita, ou seja, uma teoria lida e, quando assume o posto de juiz, trata o réu como “mais um caso” no sistema.

O documentário tenta conscientizar as pessoas da verdadeira situação carcerária e judiciária. A situação judiciária necessita de uma reforma, a justiça, em casos como mostrados no documentário, está longe de ser alcançada. Ao ser mostrada a realidade da situação carcerária, refletimos sobre o entendimento popular de que “bandido tem que estar na cadeia”, sendo que as cadeias também estão longe de alcançar seus objetivos de ressocialização dos presos.

Os problemas poderiam ser amenizados se governo investisse em coisas como políticas sociais e educação, desde cedo ensinando crianças a seres cidadãos de bem e futuramente dispostos a mudar nossa realidade.