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ENSAIO SOBRE O CARÁTER COISAL DA COISA NA OBRA DE ARTE, EM MARTIN HEIDEGGER

Por:   •  20/11/2018  •  Ensaio  •  937 Palavras (4 Páginas)  •  522 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

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ENSAIO SOBRE O CARÁTER COISAL DA COISA NA OBRA DE ARTE, EM MARTIN HEIDEGGER

Samia Athayde Smaili

São Paulo, 2018

INTRODUÇÃO

Nesta parte dos seus escritos, Heidegger fala sobre a coisidade da obra de arte, caracteristica inerente, que independe do envolvimento da construção, do processo de apresentação, agrega ao mundo assim como um chapéu agrega quando pendurado numa parede. É exterior e superficial a obra, e está para o mundo como superficialidade.

        Mas, para além disto, precisamos compreender que não há obra sem o seu aspecto de coisa, que também não se define só por seu caráter estético, vale lembrar, “a obra de arte é, com efeito, uma coisa, uma coisa fabricada, mas ela diz ainda algo de diferente do que a simples coisa é” (HEIDEGGER, p. 13).

        Este outro algo, diferente do que a coisa na obra pretende ser, é simbólico. É um misto de coisa e autenticidade. E só a partir da definição de coisa, podemos separar o que na obra é coisa e o que é o algo além dela. Neste caso, entender o que seria a “coisidade da coisa” antes de definir a obra em todos os seus aspectos.

        O caráter de coisa se volta para uma mentalidade consumista, massificada, amarga, aparentemente autosuficiente e como dito antes, superficial. É o ser por ser, é aquilo que se mostra ser, o vento venta. A realidade da obra não é exaurida em seu caráter de coisa, mas seu caráter de coisa se sustém inexoravelmente na obra. Todo ente que é, pode ser chamado de coisa, assim como tudo aquilo que simplesmente não é nada, quando o não ser também é ser.

        Precisamos conhecer aquilo que chamamos de coisa para então definirmos as características coisais do que chamamos de coisa. O aspecto de coisa está naquilo que é palpável, visível, tendo função, a outra parte, de significar. São como intersecções em conjuntos, silogismos, uns percentem a outros, ainda que a regra não se aplique ao contrário.

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        A coisidade da coisa é um ente que é na forma de ser da coisa. Como constata Heidegger (1977), o senso comum da coisa se baseia em entes da natureza, usuais como a pedra ou o pedaço de madeira, que acabam por compor coisas maiores do que elas mesmas, mas não é o ser coisa de uma coisa que define a coisidade da coisa tal como ela é, então não é o pedaço de madeira que constitui casa que determina a coisidade da coisa da casa. A coisidade da coisa é uma, e o ser coisa da madeira que constitui a casa é outra. O ser coisa da madeira se apresenta em sua forma mais pura, sendo o que é e nada mais, e ainda mesmo ela tem sua coisidade.

DO CARÁTER COISAL

         E que caráter coisal é este da coisa da qual falamos? O ente já está delimitado por uma coisidade, em outras palavras, antes de o ente significar, ele já está delimitado por sua própria coisidade. Portanto, é como se o caráter coisal das coisas já estivessem pré-definidos.

        A coisa tem propriedades. Contudo, “[...] a coisa não é apenas o somatório das características, tampouco a acumulação das propriedades através da qual somente surge o todo. A coisa é como todos julgam saber, aquilo em torno do qual estão reunidas as propriedades. Fala-se, então, do núcleo das coisas.” (HEIDEGGER, p. 16). As coisas existem cada uma de cada vez e com elas, suas características sempre.

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