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Em defesa da sociedade - foucault

Por:   •  6/6/2023  •  Artigo  •  527 Palavras (3 Páginas)  •  96 Visualizações

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        Acima da leitura feita sobre o capítulo “Direito de morte e poder sobre a vida”, observar-se-á que de modo introdutório, o autor nos passa a visão sobre as questões de direito sobre a vida e a morte – além disso, servem posteriormente como pano de fundo para as explicações do segundo trecho que de fato serão analisados aqui – que, resumidamente, discute sobre as questões de dispor da vida da sociedade a partir de pressupostos tanto passados como atuais. Não obstante, é certo então afirmar que em um período clássico da história, a questão que se levantava acima do poder era de um soberano – como por exemplo, o rei – que tinha o direito de apreensão das coisas, ou seja, era este detentor de se apoderar da vida e do tempo das pessoas. Não obstante, com o passar das décadas este poder sobre a vida e a morte vai se transmutando, até que em eras mais atuais, Focault descreve como esse poder apresentado não mais como uma possível ameaça para com a sociedade, mas sim como complemento de um poder que agora vai exercer um papel positivo sobre a vida das pessoas, mas que posteriormente irá se configurar em outras formas que serão consideradas negativas.

        Concomitantemente, dado que no segundo trecho de “Direito de morte e poder sobre a vida”, o autor explora de modo bem claro a interação que os mecanismos de biopoder, as técnicas disciplinares e as tecnologias da regulamentação influencia nos elementos da soberania na configuração do racismo,  entende-se que o argumento de Focault sobre esse tema é que o racismo é uma forma de biopoder que se manifesta na regulamentação das populações com a intenção de promover o controle na vida das pessoas (controle e gestão de suas vidas). O racismo, portanto, não é apenas uma questão de discriminação individual, mas também uma questão de poder e controle do Estado sobre a vida dos indivíduos. Não obstante, o autor aponta que a soberania é um dos elementos que contribuem para a configuração do racismo, uma vez que, a soberania é entendia como uma capacidade do Estado de exercer o controle absoluto sobre um determinado território e população, controle este que é exercido por uma série de técnicas disciplinares.

        Em síntese, essas técnicas disciplinares são complementadas por tecnologias de regulação, permitindo que o Estado tenha o controle da circulação de pessoas e suas atividades, por sua vez, essas tecnologias se fazem essenciais para que haja a implementação de políticas racistas, que se baseiam na distinção entre diferentes grupos racistas e na atribuição de diferentes status sociais e políticos de cada um deles. Sendo assim, as técnicas disciplinares e as tecnologias da regulação, que são fundamentais para o exercício da soberania, são utilizadas para consolidar as praticas racistas e promover a exclusão e o controle de certos grupos da sociedade. Em resumo, Focault argumenta que os mecanismos do biopoder, as técnicas disciplinares e as tecnologias da regulação, são interdependentes e se combinam com elementos da soberania para consolidar práticas racistas que afetam profundamente as vidas das pessoas.  

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