Existencialismo
Por: luluzinharaujo • 5/6/2015 • Resenha • 1.303 Palavras (6 Páginas) • 1.344 Visualizações
RESENHA CRÍTICA: JEAN-PAUL SARTRE - BIOGRAFIA, PRINCIPAIS IDEIAS E INFLUÊNCIA NA PSICOLOGIA.
RESENHA CRÍTICA: JEAN-PAUL SARTRE - BIOGRAFIA, PRINCIPAIS IDEIAS E INFLUÊNCIA NA PSICOLOGIA.
Teresina – PI
2015
Sumário
Introdução ............................................................................................................ 4
Desenvolvimento ...................................................................................................5
Jean-Paul Sartre – Biografia ...............................................................................6
Conclusão ..............................................................................................................7
Referências ............................................................................................................8
Introdução
O existencialismo surgiu no século XIX a partir do pensamento do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, mas que foi mais aprofundado na década de 50, após a Segunda Guerra Mundial. Ao final do século XIX, via-se o progresso crescente da Ciência em conflito com os dogmas religiosos. Assim, surgem pensadores que contestam as ´´verdades`` estabelecidas pelas instituições, dentre eles, Nietzsche, Heidegger, Sartre, Albert Camus, Kierkegaard, entre outros. No início do século XX, os conflitos armados sustentam essa posição de desilusão com relação à existência humana, após a morte de milhões de pessoas durante as duas guerras mundiais que devastaram a Europa. Com o fim das certezas absolutas, o que se buscou a partir de então foram as certezas relativas; a filosofia, assim como a ciência, repensa seus fundamentos, e assim surge a fenomenologia, que toma consciência da historicidade de todo o pensamento presente e da relatividade de todas as opiniões. Assim, o homem aprende que o sentido da existência não se desvenda sem mediação, que o sentido se encontra lá onde a existência se oferece à nossa interpretação. O intuito dessa doutrina era estabelecer bases sólidas para a própria filosofia. Baseado nessa interpretação, Sartre cria o Existencialismo, uma corrente filosófica ramificada da fenomenologia, tendo como diferença desta apenas o seu enfoque nas consequências da expressão da subjetividade humana.
Desenvolvimento
Søren Kierkegaard se contrapôs às concepções hegelianas de que o homem é parte de uma totalidade sistemática que lhe daria sentido. Ora, se o homem vive e faz parte de um todo ao qual não se pode compreender completamente, é preciso introjetar neste todo uma razão, um plano ao qual se deve seguir para guiar-se diante do absurdo da existência. Para Kierkegaard, é o próprio homem que estabelece esse plano, evitando assim reduzir-se a um mero componente do real. É neste sentido que o existencialismo coloca o homem como responsável por seu próprio destino.
Apesar da importância fundamental de Kierkegaard, foi durante a primeira metade do século XX que alguns pensadores ampliaram o pensamento existencialista. Sartre buscou na fenomenologia de Edmund Husserl as bases para uma concepção mais concreta e confiável da realidade, com o intuito de fugir de conceitos abstratos que fossem independentes da vivência humana, como os dogmas da Moral, da ciência, da religião e das ideologias políticas. Se na fenomenologia o objetivo não é conhecer o objeto como ele realmente é, mas sim como ele é percebido pela consciência, a existência humana não possui um sentido que não seja oriundo do próprio ser humano, já que a consciência é sempre consciência de algo (ou seja, possui intencionalidade). É impossível que algo exista antes da experiência consciente. E assim Sartre afirmou: ´´a existência precede a essência``, visto que a compreensão da realidade só é possível por intermédio de um ser consciente, que já existia antes de que a compreensão ocorresse. Ora, se é a consciência que torna a realidade compreensível, e esta consciência é, por motivos óbvios, exclusiva do ser humano, o homem é o único responsável pela forma que se compreende a realidade. A consciência é, dessa forma, a própria realidade humana. Mais do que isso: cada consciência é uma realidade humana, subjetiva, única.
Ao afirmar que ´´o homem é condenado a ser livre``, Sartre mostra que cada sujeito é responsável pelo desenrolar da própria existência. Cada ação humana implica uma compreensão de toda a realidade, de todos os homens e de tudo que existe, tornando-o responsável por toda a realidade. Cada ato feito pelo sujeito, cada ideia pensada, cada movimento gera implicações para todo o resto, tornando-o responsável pelo desfecho dos acontecimentos. Mesmo quando ele escolhe nada fazer, ainda assim teve de escolher a neutralidade. E é justamente essa característica humana (a de que cada homem é o responsável por tudo e por todos) que causa angústia, desespero e sentimento de abandono. É importante frisar que estes sentimentos não são sinônimos de impotência, de inação. A angústia não é algo que impede o homem de agir; é um sentimento que justifica o valor de cada ação humana – se o homem tem em si mesmo a responsabilidade por tudo, cada ato seu é de suma importância, seja ele bom ou ruim. Nesse sentido, a angústia não é algo que separa a vontade da ação, mas que faz parte do próprio processo de agir. O desespero e o sentimento de abandono remetem apenas ao fato de que, se não há ideias transcendentais a serem seguidas, se não há valores absolutos a serem respeitados, se Deus não existe, não há o que se esperar, deve-se agir. Assim, só há realidade na ação. ´´O homem não é senão o seu projeto, pois só existe na medida em que se realiza``, diz Sartre.
...