Historiografia da Psicologia: Métodos
Por: alinelima92 • 10/9/2016 • Trabalho acadêmico • 2.235 Palavras (9 Páginas) • 441 Visualizações
MASSIMI, M.; CAMPOS, R.H.F.; BROZEK, J. Historiografia da Psicologia: métodos. In FREITAS, R.H. org. História da Psicologia: métodos. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008. p. 21-48.
Resenhado por Aline Kamila Dias de Lima
O capítulo descreve os procedimentos metodológicos utilizados na área de estudo históricos em psicologia, apontando para suas derivações os métodos da historiografia geral e da história das ciências, por um lado aborda as interações entre ciências humanas, psicologia e historiografia, e de outro aborda a história da psicologia nas duas vertentes de história dos saberes psicológicos e de história da psicologia científica que nasce neste terreno. Nesse âmbito, discute: as relações entre o trabalho histórico a preservação e a memória, a existência de diversas abordagens metodológicas dependentes da diversidade dos objetos escolhidos, a importância das fontes e de seus gêneros como ferramentas básicas da pesquisa. Por fim, discute as modalidades de escrita da história da psicologia.
Inicialmente, deve-se destacar que o texto apresenta informações de suma importância para historiadores da Psicologia, os autores da obra resenhada Massimi, Campos e Brožek levam o valor para uma matriz de métodos, que, como os próprios autores afirmam, trazem um reforço para pesquisas de qualidade na área.
A experiência dos autores no meio de pesquisa e ensino garante o êxito da publicação. Marina Massimi possuiu graduação em Psicologia Università degli Studi di Padova (1979), mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1985) e doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1989). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo. Tem experiência de pesquisa na área de Psicologia, com ênfase em História da Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: história da psicologia científica; história dos saberes psicológicos na cultura brasileira, saberes psicológicos dos jesuítas. Presidente da Sociedade Brasileira de História da Psicologia de 2013 a 2015, e atualmente Vice-Presidente. Membro da Academia Ambrosiana (Milão). Coeditora da Revista Memorandum: Memória e História em Psicologia. A autora Regina Helena de Freitas Campos Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1974), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1980) e PhD em Educação pela Stanford University (1989). Realizou estágios como pesquisadora visitante na Universidade de Genebra e na École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris (2001-2002 e 2011-2012). Atualmente é professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais, pesquisador 1D do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, presidente do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff. É líder do Grupo de Pesquisa em História da Psicologia e Contexto Sócio-cultural e pesquisadora do Laboratório de Psicologia da Educação "Helena Antipoff", na Faculdade de Educação da UFMG. Coordena também Acordo de Cooperação Acadêmica e Científica entre a FAE/UFMG e os Arquivos Jean Piaget, da Universidade de Genebra. É presidente da Sociedade Brasileira de História da Psicologia (gestão 2015-2017). Tem experiência na área da Psicologia Educacional, com ênfase em História da Psicologia Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia e educação no Brasil, história da psicologia educacional, representações sociais e educação, educação e direitos humanos. O autor Josef Brožek em junho de 1937 tornou-se PhD pela Charles University, em Praga, na Tchecoslováquia, com uma tese sobre “Memória: suas medidas e sua estrutura”. Atuou como psicólogo nesse país, na área da orientação vocacional e da psicologia industrial, nos anos de 1938 e 1939. Em 1939, devido aos inícios da Segunda Guerra Mundial, emigrou para os Estados Unidos e naturalizou-se americano em 1945. Continuou sua atividade de pesquisador e assumiu diversos cargos universitários na Europa e EUA, desde 1936, entre eles, a partir de 1941, como pesquisador no Laboratório de Higiene Fisiológica, onde desenvolveu pesquisas sobre os efeitos da desnutrição no comportamento humano, e no campo da psicologia do trabalho; e no M.I.T. (Massachusetts Institute of Technology), em 1980-1981. A partir de 1958, foi nomeado professor de Psicologia e Pesquisador da Lehigh University, em Bethlehem, Pennsylvania, nos Estados Unidos. Autor de vários trabalhos de pesquisa, publicados em inúmeros artigos e livros, destacam-se os relativos à Comportamento na Desnutrição e História da Psicologia. Com efeito, Josef Brožek foi um dos pioneiros na pesquisa em História da Psicologia Moderna.
“Historiografia da Psicologia: Métodos” Busca descrever os métodos utilizados para se estudar história da psicologia, utilizando de duas vertentes; história dos saberes psicológicos e a história da psicologia cientifica, enfatizando os principais recursos metodológicos possíveis em cada um desses domínios.
Organizado em treze subtítulos o capítulo apresenta os métodos utilizados pela História da Psicologia sob dois domínios - o da História da Psicologia Cientifica e o da História das Ideias Psicológicas.
Primeiro subtítulo do capítulo “Os métodos da historiografia das Idéias psicológicas” os autores, Marina Massimi, Regina Helena de Freitas Campos e Josef Brožek ressaltam que as mudanças sofridas pala Historiografia Geral influenciaram os métodos da História das Ideias Psicológicas, assim a utilização das metodologias de investigação pertencentes a outras áreas das ciências humanas começaram a ser utilizadas nos projetos de pesquisa. Os autores mencionam Le Groff para reforçar a idéia que neste período as margens entre Psicologia, História e outras ciências começaram a se atenuar, surgindo novas abordagens para que fossem compreendidos os documentos.
No seguinte subtítulo “A história das idéias psicológicas como parte da história cultural” os autores abordam sobre a História das Idéias no âmbito de “História das visões do mundo”, trazendo assim a História das Ideas Psicológicas como uma visão de mundo relacionada a conceitos e cultura determinados por praticas “psicológicas” tendo seus objetos dependendo da história cultural em que são instituídos. Massimi, Campos e Brožek alegam que a metodologia da História Cultural inclui a produção cultural, dependendo da totalidade social em que se origina, mencionam a Antropologia Histórica e a cultura como fator determinante na História cultural. Os autores referem o imaginário como fenômeno coletivo, social e histórico, sendo este a consciência do homem, a História do Imaginário estuda a influencia que isso causa na vida do homem ao longo da vida. Os autores ressaltam a consciência da natureza humana que teve ênfase no século XVII.
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