O Episteme para Foucault
Por: Letícia Ferraz • 28/1/2023 • Ensaio • 574 Palavras (3 Páginas) • 118 Visualizações
Episteme para Foucault
O nível arqueológico do saber define os seus objetos próprios para o seu estudo. Constituindo assim as condições necessárias para a formação de conceitos e construção de teorias.
Ex.: a teoria da evolução de Darwin era impossível antes de Darwin. Por quê? Porque os objetos do conhecimento empírico antes eram vistos de forma atemporal, e a partir de Darwin, passaram a serem vistos de forma histórica.
Escrever a história em termos de epistemes é uma tentativa de mostrar que a história não pode ser traduzida e pensada apenas a partir de pensamentos individuais. Existem certas estruturas, certas epistemes que condicionam o pensamento em determinadas épocas. Dessa forma podemos pensar que no século XVI existiu uma determinada episteme, que acabou condicionando o pensamento político teórico cultural científico social ético do século XVI, da forma do século XVII, XVIII... o pensamento é estruturado de acordo com estruturas epistêmicas.
Epistemes: estruturas inconscientes que são padrão moldado ao acaso. Para Foucault, epistemes é uma série de regras inconscientes que governam todos os cursos científicos em uma certa sociedade e período de tempo e determinam o que serão levados a sério e o que não serão levados em conta pela sociedade científica em contexto.
A morte do homem inaugurou uma nova episteme. “No século XIX, o homem foi uma invenção recente a partir da morte do homem.” O que ele quer dizer com isso? É que as ciências humanas surgem a partir da morte do homem, da episteme guiada pelo positivismo. Antes do positivismo era impossível falar de ciências humanas.
Foucault restringe sua análise entre saber e poder as ciências humanas, estas ciências humanas cujo próprio sujeito é postulado como um objeto de um conhecimento possível.
HOMEM DA DESRAZÃO: LOUCURA PARA FOUCAULT
Renascimento: A loucura é uma das formas da razão.
Século XVII: O homem louco é um criminoso (alcoólatras, homossexuais)
Século XIX: O louco não é um criminoso, mas sim um doente. Os médicos passam a definir quem é louco e quem não é, eles detêm o poder de definir o que é o normal e como trazer o louco para esta normalidade.
O Foucault quer dizer que a nossa ação sobre o louco não depende só do nosso conhecimento, mas depende também da nossa cultura, da nossa época. Para ele, a loucura se caracteriza estritamente pela forma como a sociedade experimenta, vivencia essa relação com a loucura.
“Fora” ou a desrazão: subentende a experiência trágica da loucura: partem da dimensão que é o não pensável, o caos, a ruína, o transgressor da racionalidade, a ininteligibilidade da natureza, o exterior ao homem.
Loucura é diferente de desrazão. Para Foucault, a loucura é uma entrega de vez ao Fora, ficar perdido permanentemente no plano trágico. Já a desrazão é um status de vai e vem, de ida e volta.
Aqui se encaixa a irmandade entre o louco e o artista. Nessa distinção, mostra-se a exigência que a questão ‘não há artistas loucos?' impõe. Devemos diferenciar, entretanto, um artista louco de uma obra desobrada.
Naquilo que é chamado, grosso modo, loucura, há duas coisas: há um furo, um rasgo, como uma luz repentina,
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