O MÉTODO DA DIALÉTICA DE PLATÃO
Por: AurelioFilho • 13/12/2016 • Artigo • 1.457 Palavras (6 Páginas) • 805 Visualizações
O MÉTODO DA DIALÉTICA DE PLATÃO
Neste capitulo, foram apresentadas algumas diferenças entre os dois grupos de diálogos, representados como “primeiro período” e “ período médio”, feitas por Richard Robinson. No entanto, o método filosófico que surge desses dois diálogos permanece inadequado, como seria mostrado mais adiante.
A dialética, em Platão, tinha tendência de significar “ o mundo ideal, o que quer que isso seja”. Porém, fica claro que esse termo foi se transformando ao longo dos anos e, em seu uso mais comum, significa conversar, dialogar.
Já na Republica, Socrates contrata o poder da dialética com métodos as vezes empregados por matemáticos, onde se verifica uma maneira técnica, como hipóteses, conclusões, primeiro princípios e outros. Ou seja, Platão define dialética como sendo diálogos, questionamento e a hierarquização de ideias, como um instrumento que permite o alcance da verdade. A hierarquia de ideias, neste caso, tem o objetivo de demonstrar a falta de fundamentação teóricas das hipóteses.
O método em duas partes foi chamado no Mênon de método de hipótese. O Mênom é um dos diálogos de Platao, onde é investigado a natureza humana do conhecimento, que pressupõe que o conhecimento consiste em lembrar-se de experiências anteriores. Este método da hipótese surge também em Fédon. Em Fédon,Platao retrata a morte de Socrates, e seu tema é considerado ser a imortalidade da alma.
Socrates explica que a hipótese veio ser chamada de Teoria das Formas: “a existência de um Belo, em si por si mesmo, de um Bem e Grande e todo o resto” . Em a Republica, Platao apresenta uma discussão do método filosófico apropriado. Na primeira passagem, um método é praticado pelos matemáticos e pode levar alguém a obter somente pensamento, leva a pessoa a aquisição do conhecimento. Na segunda passagem, Socrates descreve a disciplina da dialética como ponto principal da educação na vida filosófica.
Ainda em A republica, Socrates pede que imaginem uma dividida em duas partes desiguais. A parte menor, representa as coisas que participam nas formas: As coisas belas. A parte maior,as próprias formas: o belo em si. E cada uma destas partes é simularmente dividida em duas subseções desiguais. E por fim, indica que quatro condições da alma correspondem a estas quatro subseções da linha: imaginação (eikasia), crença (pistis), pensamento (dianoia) e compreensão ou conhecimento (noêsis).
O que é notório é a continuidade entre os métodos propostos no Mênon e no Fédon e o método da dialética na República. Estes três são baseados em dois processos fundamentais, que são: identificar as consequências das hipóteses e verificar a verdade das hipóteses. As três características: o uso de hipóteses, a inapelabilidade à experiência sensível e a necessidade de confirmar as hipóteses até atingir “ o primeiro principio não hipotético de tudo”.
Socrates diz que a dialetica é a única que desfaz as hipóteses e direciona-se ao primeiro principio. Assim, Platao sugere que as hipóteses devem ser confirmadas, explicadas e justificadas.
Nos três diálogos: Mênon, Fédon e na Republica, nota-se que as passagens apresentam o uso de hipóteses, mas cada uma tem sua perspectiva particular. O Mênon introduz o método em termos gerais, identificando as hipóteses necessárias e suficientes para solucionar a questão e determinar a verdade das hipóteses. O Fédon foca em obter as consequências mais do que em identificar as hipóteses, testando sua consistência com outras crenças. Já em A Republica, para confirmar as hipóteses, deve ser levado a termo até que se alcance o “primeiro princípio não hipotético de tudo”.
A Prática de Platão da Dialética no Mênon, Fédon e República
Sócrates propõe: Será que a virtude pode ou não ser ensinada por meio de uma hipótese”. Para isso, considera a virtude como um tipo de conhecimento e, desta forma, busca determinar a verdade desta hipótese. E por fim, concluiu que a resposta é que a virtude pode ser ensinada, baseado na hipótese que a virtude é conhecimento.
A consequência desta hipótese de que a virtude é conhecimento é que a virtude pode ser ensinada, porém, outra consequência é que para tudo que pode ser ensinado, há pessoas que ensinam e pessoas que aprendem, então há professores e estudantes da virtude.
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