O POVO CONTRA LARRY FLINTY

PROBLEMÁTICA E VISÃO CRÍTICA

O filme enfatiza a liberdade de expressão por meio da revista pornográfica Hustler na década de 70, onde grupos conservadores reprimiam a circulação da revista, pois seu conteúdo quebrava os paradigmas impostos na sociedade. A revista Playboy que já circulava na mesma época era mais direcionada a elite americana, enquanto a Hustler atendia ao público de classe baixa e média (além dos elitistas).

Com o tempo a revista Hustler foi inovando sua criatividade, relacionando personagens infantis, figuras religiosas e pessoas públicas ao sexo. A cada inovação da revista, grupos conservadores, principalmente os religiosos, reprimiam e condenavam a veiculação dessa revista na população, por seu conteúdo ser bastante acessível à população, principalmente as crianças, pois a revista era vendida em mercearias e ficava exposta a todos que ali passavam.

Larry Flynt que lutou muito com os conservadores para a circulação de sua revista foi preso por divulgar fotos “sensuais” da irmã do governador na revista, passando 5 anos preso, contudo após ser liberado da prisão, Larry continuou divulgando seu produto, e fazendo provocações aos conservadores, através de caricaturas e reportagens maldosas. Isso aconteceu com um dos líderes religiosos do país, Larry divulgou uma caricatura onde afirmava que esse líder havia tido sua primeira vez com a sua mãe, e por isso acabou processando a revista e o Larry, com isso a impressa começou a divulgar essa batalha como uma luta entre o bem e o mal, Deus contra o diabo.

Durante o embate entre eles muitas coisas ocorreram na vida de Larry, e sua esposa acabou contraindo o vírus do HIV, e ficando doente, e então o pastor começou a dar sermões falando que as leis de Deus devem ser seguidas, e quem não as segue é punido, e a AIDS era um exemplo disso, comparando a doença de Althea Flynt a um castigo divino por causa das ações de Larry.

No primeiro momento do processo, devido as suas ações perante o tribunal dos Estados Unidos, Larry foi preso por desacato a autoridade, pois não respeitou as leis e nem o júri ali presente, debochando da situação e de todos.

Os Estados Unidos é um país que presa muito a liberdade de expressão, e tem como lema a igualdade, fraternidade e principalmente a liberdade. E esse foi um argumento que foi utilizado pelo advogado de Larry, ele alegou que como o júri da suprema corte, ele também não concordava com a atitude de Larry e muito menos gostava da revista, porém estava no tribunal para lutar pela liberdade de todos, pois ele queria ter o direito de poder escolher se vai ou não comprar a Hustler, ou se vai jogar ela fora ou a ler, que isso era a liberdade de escolha que ele queria ter. Falou também que caricaturas sobre figuras públicas eram normais, pois as pessoas são públicas, e que era uma escolha que ele queria ter, se ele ria lê-las ou não.

Em todos os momentos a defesa de Flynt é a emenda número um da lei americana, que defende a liberdade de expressão. Ao fim de todo o processo a conclusão que chegam é: melhor conviver com conteúdos ruins e pessoas livres do que impor qualquer tipo de censura de conteúdo, mesmo para conteúdos imorais como o da Hustler.

E é ai onde entra a problemática que o grupo escolheu do filme, a liberdade expressão e a liberdade de escolha que cada um de nós temos. Pois, entre uma sessão e outra no tribunal, o argumento de defesa do advogado era sempre a liberdade de expressão. Afinal, não é o país onde a liberdade é respeitada acima de tudo?