RESENHA CRÍTICA DO LIVRO O PROCESSO
Por: CrisMaciel20 • 16/6/2017 • Resenha • 1.366 Palavras (6 Páginas) • 1.454 Visualizações
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “O PROCESSO”
O Processo é um romance publicado em 1925 pelo escritor checo Franz Kafka. O livro narra a história de Joseph K., um banqueiro que ocupa um cargo importante no banco. K. acorda com a notícia de que está sendo processado por algum crime que ele mesmo desconhece e afirma com toda certeza ser inocente. Ao longo da trama, Joseph está sendo coagido por policiais e guardas que o vigiam o tempo todo e o aconselha para que aguarde seu julgamento. O personagem, que tem um alto cargo no banco se sente por inúmeras vezes desesperado com aquela situação, em que nem mesmo ele pôde saber o porquê de estar sendo acusado. Joseph usa de vários argumentos para justificar sua inocência, mas todas as suas tentativas foram sem sucesso. Aos poucos o personagem vai percebendo como o sistema é corrupto e injusto, principalmente depois que esteve em seu próprio julgamento, o qual ele mesmo não saberia o local, e nem o horário em que aconteceria.
Joseph chega a acreditar que a única maneira de se livrar desse problema é aderindo aos métodos do sistema, e que, se ele se adaptar ao regime, talvez tenha uma diminuição da sua pena. E mesmo que ele lutasse com todos os seus recursos, Joseph aos poucos ia perdendo sua liberdade e dignidade e a história tem um desfecho completamente inesperado para o leitor. Mesmo sendo julgado, o personagem é, em termos não literais, condenado á morte. Ainda que ele fosse inocente seu subconsciente o levava a uma condição de culpa.
Esse é um exemplo de quão pequeno somos nós, os homens, perto do sistema que nos cerca. Kafka dedicou sua vida na literatura diversas vezes a assuntos relacionados á liberdade e prisão. Quando era jovem, Kafka enfrentou diversos problemas com seu pai, onde se viu privado da liberdade em alguns momentos de sua vida. Portanto em muitas de suas obras é possível enxergar fragmentos vividos pelo autor, porém em outras circunstancias, usando de metáforas para descrever o que ele próprio viveu na juventude. Em seu livro Carta ao Pai, ele relata um certo desentendimento com seu pai. Em um dos trechos do documento, é possível perceber a insatisfação de Kafka em relação ao seu pai:
“Seja como for, éramos tão diferentes e nessa diferença tão perigosos um para o outro, que se alguém por acaso quisesse calcular por antecipação como eu, o filho que se desenvolvia devagar, e tu, o homem feito, se comportariam um em relação ao outro, poderia supor que tu simplesmente me esmagarias sob os pés, a ponto de não sobrar nada de mim”. (FRANZ KAFKA, 1953)[1]
No livro ele expõe que os julgamentos de seu pai tornaram-no uma pessoa assustada e reclusa.
Com isso podemos concluir que Kafka teve uma história dramática em relação ao seu pai, e não deixou de mencioná-la, ainda que indiretamente, em algumas de suas obras, como aconteceu em O Processo.
Há leitores que acreditam que Joseph realmente cometeu algum crime, o qual simplesmente não quis revelar. A religião também afetou a conduta de Joseph em vários trechos da história Esse sistema injusto e falho que envolve O Processo pode ser comparado ao fato como muitos religiosos vivem, onde muitos destes esperam por um julgamento de alguma entidade divina, sem mesmo saber no que irá vai resultar esse julgamento.
Em algumas situações que vivemos em sociedade, passamos também por julgamentos, ainda que não haja uma razão. É o que acontece, até hoje, por exemplo, com os negros. O preconceito racial é um problema real na nossa sociedade e é inevitável negar que muitos destes se sentem excluídos dos padrões impostos pela sociedade. Não há um motivo real , muito menos justificável pelo qual os negros sofrem esse tipo de preconceito. São julgados e condenados a viver de maneira “diferente” dos outros indivíduos, vivem em uma constante prisão consigo mesmo e com o sistema que o cerca, como acontece, de certa forma com o personagem no livro que também não entende o porquê do julgamento injusto imposto a ele.
O livro que foi lançado na época da primeira guerra mundial, fala da frieza inconstitucional, onde ele faz o uso ao longo do livro de metáforas e abstrato. O livro é uma distopia, um tipo que exagera todas as características ruins do nosso mundo e como ele poderia se tornar no futuro se continuar assim, para repensar o hoje como parte do passado e do futuro. Em como o poder judiciário acaba esquecendo-se da vida e comete as injustiças. Serve como grande uma grande metáfora para escolas, religiões, presídios, manicômios.
"Kafka reproduz a negação do estado democrático de direito e, ao mesmo tempo, leva o leitor a perceber que, mesmo vivendo sob a égide da democracia "plena", há que se não perder de vista que as instituições não guardam sua razão de ser na prestação de serviço público, mas na submissão à pura forma dos processos burocráticos.” DOMINANTES." (Wikipedia)
Nele, Kafta cita as crises das instituições; a desumanização, burocratização, faz uma critica a modernidade. Assim, deixa claro que o livro foi uma critica ao sistema do poder judiciário, podendo mostrar diversos exemplos nos quais, outros sistemas do judiciário, não respeitam as leis operadas no poder, burlando ou contornando. Retratando fielmente o sistema judiciário despótico e com as burocracias falhas.
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