RESENHA CRÍTICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: CAPRA, F. O ponto de mutação. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1982
Por: Raul Aquino • 29/1/2018 • Trabalho acadêmico • 1.023 Palavras (5 Páginas) • 3.733 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAPRA, F. O ponto de mutação. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1982.
COHEN, A.A.J.; CAPRA, B.A. O Ponto de mutação. [Filme-vídeo]. Produção de Adrianna AJ Cohen, direção de Bernt Amadeus Capra. Distribuído por Cannes Home Vídeo. 1990. Vídeo, 126 min. color. son. Elenco: Liv Ullmann, Saw Waterston e John Heard.
APRESENTAÇÃO DA OBRA/AUTOR:
Fritjof Capra nasceu em Viena, Áustria em 1 de fevereiro de 1939. É um doutor em física teórica pela Universidade de Viena desde de 1966 e escritor que desenvolve trabalhos na promoção da educação ecológica sobre as aplicações filosóficas da nova ciência, atualmente é diretor de um centro de educação ecológica na Califórnia.
Capra se tornou famoso com o livro O Tao da física onde abordava um paralelo entre a física moderna, filosofias e pensamentos orientais e por consequência criou o Ponto de mutação espécie de oráculo, o texto clássico chinês foi a inspiração de Capra para o título do seu livro.
RESUMO:
O filme trata-se de um diálogo entre 3 personagens que se encontram em uma cidade medieval na França, os três têm personalidades e pensamentos totalmente diferentes, porém estão abertos a novas ideias acerca de seu conhecimentos e pensamentos.
O primeiro ator (Sam Waterston) vive o personagem Jack Edwards que é um senador, ex candidato e futuro candidato à presidência dos Estados Unidos. O segundo ator (John Heard) vive Thomas Harriman que abandonou a vida mais agitada de Nova York e muda-se para a França tendo como objetivo ser poeta e, assim, tem uma visão mais literária. A terceira (Liv Ullmann) é uma cientista especialista em Física que vive uma crise existencial ao ver a intenção do uso militar em sua pesquisa, seu personagem chama-se Sônia.
A história começa quando Jack liga para Thomas que mora na França que então o convida a fazê-lo uma visita. Ao chegar à França os dois amigos vão visitar um castelo medieval. Lá eles encontram a cientista em uma sala onde se encontra um imenso relógio antigo, que se torna o ponto inicial de toda discussão, Desta forma os três engajam uma conversa sobre mecanicismo.
Sônia iniciasse o debate entre eles falando de Descartes e sua visão de mundo como uma máquina ao comparar o relógio antigo com a política, pois afirmava que os políticos não evoluíssem e continuassem tendo a visão mecanicista considerando, portanto, um pensamento ultrapassado. fazendo dessa forma, duras críticas sobre o pensamento político. Ela ressalta ainda, que essa ideologia está defasada e, que uma nova ideia de mundo deve ser adotada, em que o mesmo, tem que ser visto como um todo, através das relações existentes entre cada objeto que compõem a natureza e que fazemos parte dessas relações, assim afirmando que não se pode olhar separado os problemas globais tentando entendê-los e resolvê-los separadamente. Ao final daquele dia, pode-se perceber que foi um dia capaz de mudar a vida daquelas três pessoas. Cada um seguiu seu rumo bastante pensativo, ainda refletindo sobre todas as questões postas em discussão nos diálogos. Provavelmente sobre como a vida é complexa e complicada de entender.
PRINCIPAIS IDEIAS ABORDADAS:
Como ideia central, a obra retrata o debate social pseudo-metodológico das fragmentações mecanicistas ocorrentes naquela época, aplicando-o num modelo metafórico utilizado pela cientista, que dá uma nova visão da realidade, comparar o pensamento político retrógrado, ou estacionário, como o modelo cartesiano, no qual divide-se o todo em partes, para tentar entender cada uma delas e assim procurar entender o todo, como um conjunto, que na política se apresenta basicamente em controlar, induzir e prever.
Na representação da discussão sobre o papel dos mecanismos e paradigmas que regem o mundo, são feitas várias abordagens, desde a evolução do pensamento humano, recapitulando os pensamentos de René Descartes e chegando aos dias atuais, onde vemos os líderes, as pessoas socialmente aceitas como condutores, pensando unicamente de forma mecanicista, aplicando o modelo cartesiano, como decorrência de vários fatores construídos ao longo da evolução e complexidade das interações sociais.
Além disso, há algumas outras metáforas que novamente retratam o modelo mecanicista, ponto principal abordado. E uma das principais, é a que novamente é lançada pela cientista Sonia Hoffman, em que ela compara os antigos relógios de pêndulos e engrenagens feitas à mão, com o sistema político. Ou quando ela cita o retrocesso do Brasil, ao analisar seus problemas em partes como propõem o modelo mecanicista, e não ao todo, como é no caso do desmatamento da floresta amazônica, o qual é feito muitas vezes para pagamento de dívidas externas, mas ocasiona um problema subsequente muito maior, porém não levado em consideração.
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