Resenha - Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e Suas Regras, Rubens Alves
Por: Wedson Douglas • 15/3/2020 • Resenha • 806 Palavras (4 Páginas) • 712 Visualizações
ALVES, Rubem. “Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras”. São Paulo: Brasiliense, 1981. 176 p.
Rubem Alves nasceu em Boa Esperança, em 1933 e faleceu com 80 anos na cidade de Campinas, foi um psicanalista, educador, teólogo e escritor com doutorado em filosofia. Foi autor de livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis. É considerado um dos principais pedagogos brasileiros da história do Brasil, junto com Paulo Freire, um dos fundadores da Teologia da Libertação e intelectual polivalente nos debates sociais no Brasil. Foi professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
O livro Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras é dividido em 11 capítulos, que conduz o leitor a ter um novo entendimento sobre a ciência e o senso comum. Rubem Alves se refere a ciência e ao cientista como um mito que precisa ser desmistificado. Segundo ele “Todo mito é perigoso, porque induz o comportamento e inibe o pensamento”. A obra fundamenta-se na definição do senso comum e da ciência e expõe os métodos com que a ciência busca uma ordem.
O autor no início do livro faz vários questionamentos a respeito do senso comum e da ciência, com a finalidade de que o leitor compreenda basicamente as diferenças entre ambos. Usa vários exemplos de situações do cotidiano para explicar que não existe treinamento científico sem base no senso comum. Rubem Alves fala da necessidade de desmistificar o cientista, considerado superior. O autor faz várias críticas com a idéia de que o cientista pensa melhor do que as outras pessoas comuns, e ressalta que a ciência é um refinamento de potenciais comuns a todos.
No capítulo III o autor fala sobre a busca da ciência pela ordem e a ajuda dos fenômenos na previsão de situações similares futuras para estabelecer uma ordem. Mostra a necessidade que o cientista tem de se comprovar hipóteses. Reforça a relevância da imaginação que o cientista precisa para compreender os fenômenos invisíveis, mesmo não podendo validar seus modelos por completo.
No decorrer do livro Rubem Alves trata do estabelecimento da ordem, fala da necessidade de mudar os modelos para melhor compreender o problema. Segundo o autor “Os modelos são aquilo que conhecemos e a isso se restringe, pois caso fossem o espelho do conhecimento final e definitivo, não haveria ciência”. O autor nos intenta a decifrar mensagens cifradas usando a razão e a lógica. A partir das teorias e dados surgem os fatos, um fato gera vários motivos, e deixar de encontrar o motivo do fato evita conflitos, porém não dá a explicação, e, ressalta dizendo que “Na ciência moderna, não importa o que as coisas são, mas como elas se comportam”.
Rubem argumenta sobre a diferença entre a ciência natural e a ciência exata, onde vai apontar que existe uma falha na ciência exata, por sempre tratar dos mesmos assuntos. O autor também disserta sobre hipóteses e teorias e como elas se confirmam. É retratada na obra parte da história da ciência, e mencionada a mudança do paradigma da Era Medieval. É citado na obra sobre os métodos indutivo e dedutivo, que teve seu fundamento a partir da busca em aprender a partir da natureza.
É esclarecido no livro sobre a construção dos fatos e os seus distintos sentidos, a depender do contexto em que são colocados. Os fatos para o autor não tem significado nem muita utilidade até serem interpretados. A procura do cientista é a associação dos fatos em um esquema teórico-explicativo. Rubem Alves propõe que ao se limitar a fatos os cientistas evitam os conflitos. É citado pelo autor, vários pensadores, cientistas e filósofos, para definir a questão do método e sua conexão inerente com a ciência, nós levando a uma conclusão natural, que tudo é nada mais que uma questão de perspectiva, de como vemos e analisamos as coisas.
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