Resenha "O discurso do método" de René Descartes
Por: Paulo Keese • 18/7/2017 • Resenha • 925 Palavras (4 Páginas) • 969 Visualizações
René Descartes começa sua obra dissertando sobre seus primeiros anos de estudos. Apesar de muito culto e experiente, Descartes sentia que todo o seu estudo em instituições de renome eram apenas a prova de como ele era desprovido do verdadeiro conhecimento. Era apaixonado pelos estudos em matemática, principalmente por ser uma ciência de base forte e indubitável.
Apesar de ser considerado um filósofo na época, Descartes estava descontente com a filosofia, exatamente por julgar ser uma ciência vaga e sem uma base sólida. A partir desse exemplo, Descartes cria um método para obter mais confiança nas diferentes situações da vida. Para isso, deixa claro a necessidade de instalar a dúvida em seu método, o qual será desenvolvido adiante.
Na segunda parte da obra, Descartes prioriza as ideias e ações humanas individuais em detrimento das coletivas. Acredita que as ideias e ações coletivas desvirtuam os projetos de seus caminhos iniciais e, assim como as ações divinas são perfeitas por serem individuais, as ações humanas individuais também são melhor desenvolvidas.
A crítica de Descartes é baseada no fato de que as ideias coletivas são fortemente baseadas no senso comum, sem originalidade e de pouca mudança. Já exercitar individualmente, o pensamento promove a mudança e leva a ciência a caminhos pouco estudados. Após promover as ideias individuais, Descartes tenta legitimá-las através de seu método, separado em quatro partes:
• Jamais aceitar algo como verdadeiro sem certeza absoluta
• Dividir as dificuldades em grupos
• Ordená-las das mais simples as mais complexas
• Revisão a ter certeza de nenhuma omissão
A partir desse método, o qual Descartes criou a partir de problemas aritméticos, é que o conhecimento seguro pode ser adquirido. Então, Descartes, ao perceber a fragilidade da filosofia vigente, iniciou a aplicação de seu método nessa ciência, fundando o que hoje é chamado de filosofia moderna.
Durante a sua jornada em busca do conhecimento seguro, Descartes concluiu ser fundamental construir uma moral provisória, no intuito de não errar em suas escolhas. Para isso, Descartes estabeleceu três normas:
• Obedecer as leis e os costumes de seu país e evitar toda forma de radicalismo
• Ser irresoluto e firme em suas escolhas, mesmo sendo elas muito dubitáveis
• Vencer a si mesmo antes da fortuna
Descartes acreditava que não desistir de suas escolhas o levaria a obter algum conhecimento seguro nela, mesmo que fosse a completa inutilidade da escolha. Também acreditava que era preciso modificar-se interiormente do que querer mudar os outros, buscar tudo que poderia estar em seu poder, para que haja a certeza do que não está em seu poder e, assim, amenizar os remorsos. Na conclusão da moral, Descartes deixa clara a necessidade da vontade em buscar os conhecimentos em si mesmo.
No quarto capítulo, Descartes condena os sentimentos na medida em que eles nos privam da verdade e da razão. Para evitá-lo, ele considerou todos os seus pensamentos como falsos até concluir na famosa frase “Cogito ergo sun” (Penso, logo, existo), a qual exprime a prova da sua existência pelo fato de que ele é um ser pensante. A partir dessa ideia, Renée conclui que tudo que nos parece muito claro e distinto é verdade.
Em seguida, pensou que o fato de ele ser um ser que duvida e que não tem poder sobre tudo, fazia de Descartes um ser imperfeito, assim como todos os seres
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