Resumo "O Existencialismo é um Humanismo"
Por: karineber • 18/4/2023 • Resenha • 945 Palavras (4 Páginas) • 121 Visualizações
“O homem deve criar a sua própria essência; é jogando-se no mundo, lutando, que aos poucos se define... a angústia, longe de oferecer obstáculo à ação, é a própria condição dela... O homem só pode agir se compreender que conta exclusivamente consigo mesmo, que está sozinho e abandonado no mundo, no meio de responsabilidades infinitas, sem auxílio nem socorro, sem outro objetivo além do que der a si próprio, sem outro destino além de forjar para si mesmo aqui na terra.”
Jean-Paul Sartre
Em 29 de outubro de 1945 do Le Monde anunciou uma conferência de Sartre “Existencialismo é um Humanismo”, nessa conferencia ele iria expor os princípios gerais da sua filosofia. A conferência foi publicada integralmente em 1946, tornando assim, o Catecismo do Existencialismo, servindo desde então como um resumo das ideias essenciais de Sartre.
O existencialismo era criticado pelos comunistas por incitar pessoas a permanecerem no imobilismo de desespero; por acentuarem a ignominia humana, mostrando em tudo o sórdido, o equívoco, o viscoso e por desprezar certo número de belezas, o lado luminoso da natureza humana; por negar à solidariedade humana, por considerar que o homem entre quatro paredes e, por fim. Do olhar cristão a o existencialismo era acusado de negar a realidade divina, suprimindo Deus e seus mandamentos, restando a pura gratuidade, Diante de tantas acusações Sartre intitulou a exposição de “O Existencialismo é um humanismo”.
Neste ensaio Sartre afirma que o existencialismo é uma doutrina que torna a vida humana possível e que, por outro lado, declara que toda a verdade e toda a ação implicam um meio e uma subjetividade humana. Cita que existem duas espécies de existencialistas, aqueles que se declaram cristãos e, aqueles que se declaram ateus, e o ponto comum entre ambos é que consideram que a existência precede a essência. O que se entende desde princípio, é que primeiro existimos e depois definimos nossa essência. Sartre faz uma crítica ao existencialismo cristão, já que ao identificar um Deus criador, quase sempre com um artífice superior e se admitirmos que a vontade do homem segue mais ou menos uma intenção, e que Deus quando cria sabe o que cria, o que faz com que, neste caso, a essência preceda a existência. Sartre afirma que o existencialismo ateu, que ele mesmo representa, é mais coerente, pois declara que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou a realidade humana. Que significa que o homem primeiro existe, se descobre, e que só depois se define. O homem, como diz o existencialista, se não é definível, é porque primeiro não é nada. Só depois será alguma coisa. O primeiro princípio do existencialismo, o que é chamado de subjetividade, que sempre deixa uma opção de escolha e escolhendo o homem se escolhe. Ou seja, o homem primeiro existe, antes de mais anda, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. O homem pode por exemplo, querer aderir a um partido, escrever um livro, casar; tudo isso não é mais do que a manifestação de uma escolha mais original, mais espontânea do que o que se chama vontade. Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência
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