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Resumo do Livro “Filosofia da Ciência” de Rubem Alves

Por:   •  23/8/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  692 Palavras (3 Páginas)  •  955 Visualizações

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Rubem Alves inicia sua obra questionando o tratamento dos cientistas na sociedade atual, uma vez que são a eles confiadas decisões em diversas áreas das vidas das pessoas, tornando-as isentas do trabalho de pensar, também alerta sobre os diversos estereótipos produzidos propositalmente para ressaltar a autoridade do cientista, quando estes, por exemplo, indicam um produto e consequentemente as pessoas consomem. Compara o conhecimento científico com aquele adquirido do senso comum, concluindo que, ao contrário do que muitos consideram, os cientistas não pensam de forma superior às demais pessoas, já que a ciência é apenas uma "hipertrofia" de conhecimentos específicos já presente na bagagem de um ser humano qualquer. Dessa forma que, ao especializar-se em uma determinada área, isso não ocorrerá com as outras, um físico que não entende de estudos sociais, por exemplo, seria como um pianista que se torna extremamente habilidoso em uma só técnica, mas não consegue tocar nenhuma música. Apesar das diferenças entre a ciência e o senso comum, que Rubem exemplifica com a crença na magia de forma consciente ou inconsciente, podemos entender que, essas duas formas de conhecimento são frutos da mesma necessidade humana de sobrevivência em busca da adaptação, com o uso da criatividade, o que nos difere dos outros seres.

Além disso, os jogos, desafios e situações hipotéticas (presentes em todo o decorrer do livro) que o autor propõe nos dois primeiros capítulos, mostram ao leitor que o pensamento racional só se inicia quando é identificado um problema, quando acontece algo que nos seja desconfortável, o que nos motiva à busca pela resolução para que se retorne ao conforto. Para que haja o exercício da ciência, esse problema deve ser compreendido, bem como a solução, do contrário será atividade de senso comum. Essa resolução significa o alcance da ordem, já que nós conseguimos entender o mundo com base na existência da ordem, e, se não houver ordem a ser alcançada, não há problema a ser resolvido.

O terceiro capítulo diz respeito exatamente à busca da ordem, o autor nos indica que necessitamos da ordem inclusive para sobreviver, pois a vida e a inteligência vêm dela. Novamente há a comparação da ciência com o senso comum, o leitor é induzido a refletir acerca da ideia de que o senso comum se diferenciaria por se tratar de conceitos absurdos, enquanto que, na verdade, é a ciência que nasce dessa forma, uma vez que muitas ideias científicas aceitas hoje, já foram tratados como irracionais ou ilógicas por não serem observáveis na natureza. Uma outra noção abordada é que os fatos não são os produtos finais do estudo científico, mas sim as teorias, e os fatos só são importantes na medida em que confirmam ou negam uma teoria, assim é ressaltada a imaginação de um cientista, que consegue ver além dos fatos e propor modelos de funcionamento que ocasionalmente se mostram coerentes, embora não devamos chamá-los de verdadeiros, uma vez que, ainda que aceitos, são apenas modelos de uma uma realidade original que não é conhecida. Dessa forma, temos que o ponto principal dos testes das teorias científicas é a funcionalidade para prever fenômenos e não a sua fidelidade direta à realidade, como, por exemplo, podemos descobrir que determinada ação gera uma enfermidade, e com essa informação, evitar que isso ocorra, mesmo sem saber das minúcias

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