A Natureza do Espaço Técnica e Tempo, Razão e Emoção
Por: Helen Patricia • 26/8/2015 • Trabalho acadêmico • 850 Palavras (4 Páginas) • 384 Visualizações
A Natureza do Espaço
Técnica e Tempo, Razão e Emoção
Milton Santos
Capitulo II
O Espaço: Sistemas de Objetos, Sistemas de Ação
Introdução
A Geografia pode ser constituída a partir da consideração do espaço como um conjunto de fixos e fluxos (Santos 1978). Elementos estes , quando se juntam , mostram a realidade geográfica e funcionam como um objeto para a geografia. Os elementos fixos permitem ações que modificam o próprio lugar, e hoje estão cada vez mais artificiais e mais fixados ao solo. Já os fluxos, recriam condições ambientais e sociais e hoje estão cada vez mais distintos, amplos, e mais rápidos.
No começo da história do homem, a configuração territorial era o conjunto dos complexos naturais. E com o passar do tempo, o homem passa a interferir nesse meio, pois começa a fabricar objetos, construir estradas, casas, fábricas, etc. Modificando essa configuração que é resultante de uma produção histórica, ou seja, a natureza torna-se completamente humanizada. Segundo Milton Santos, essa configuração territorial, tem sua existência material própria e sua existência social é dada pelo fato das relações sociais. Portanto, a geografia, deve estudar o conjunto inseparável de sistemas de objetos e sistemas de ação, que formam o espaço. Se estudados separados, os Sistemas de Objetos e os Sistemas de Ação , não se obterá conhecimento, pois eles se interagem, e necessitam ser estudados jutos.
Sistemas de Objetos
“Os objetos seriam o produto de uma elaboração social. As coisas seriam um dom da natureza e os objetos um resultado do trabalho.” (Santos, 2009, p.64).
Milton Santos mostra como o objeto pode ser entendido de formas diferentes por diversos autores, abaixo serão apresentados alguns destes.
Segundo Moles (1969 e 1971 pp.14 e 222 apud SANTOS, 2009, p.66): “um objeto é um elemento do mundo exterior, fabricado pelo homem e que este deve assumir ou manipular”. Para esse autor, nem uma montanha, nem uma casa, são objetos, pois “o objeto é algo independente e móvel”. Um raspador de sílex é um objeto, mas o sílex não o é, diz Moles.
Segundo Baudrillard (1971, p.62 apud SANTOS, 2009, p.66) “a casa reúne a totalidade dos objetos, mas o automóvel é, também, objeto”. O objeto seria então tudo o que o homem utiliza em seu cotidiano, ultrapassa o quadro doméstico, constitui um símbolo, um signo. O automóvel para esse autor é um dos mais importantes signos de nosso tempo. As idades não seriam hoje o que são se o automóvel não existisse. Usado na rua, prolonga o corpo do homem como uma prótese a mais, igual os utensílios, dentro de casa, estão ao alcance das mãos.
Um Objeto Geográfico?
O autor pergunta se existe mesmo um objeto geográfico, e que costuma se dizer que existe um objeto social ou um objeto antropológico.
Os objetos imóveis também são de interesse da Geografia, são eles: uma cidade, um porto, uma montanha, um lago, uma plantação. Esses objetos são do domínio da Geografia Física e Humana. Objetos, que para os geógrafos são toda a história da herança natural e da ação humana na Terra.Na Geografia e na Arqueologia funciona como um dado ,permitindo a construção intelectual da realidade, só que na Geografia,os geógrafos também trabalham com objetos e ações do presente.
No final do século passado, o sociólogo Durkheim, propôs considerar os fatos sociais como coisas, chamando atenção para a realidade social, para justificar a cientificidade da disciplina que ajudava a fundar, a sociologia.
Sistemas de Ações
Segundo Giddens (1978, p.80, apud SANTOS, 2009, p.79) nos convida a entender a ação como a “corrente de intervenções causais reais ou observadas de seres corpóreos num processo contínuo de acontecimentos no mundo” Esse autor, distingue então ação, ato e atuação. Distingue também intenção e propósito. Enquanto intenção é concentrada na prática diária, e o propósito em projetos de longo prazo.
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