Alfabetização cartografica no ensino fundamental
Por: arianetrindade • 29/10/2015 • Artigo • 3.375 Palavras (14 Páginas) • 263 Visualizações
ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: NO ENSINO FUNDAMENTAL E NA PRÁTICA DOCÊNTE
Ariane de Nazaré Saraiva Trindade
Sergio Wellington Oliveira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi
Licenciatura /Geografia (GED0133) - Estágio
07/11/2014
RESUMO
O presente artigo faz uma análise da problemática da alfabetização cartográfica, no ensino fundamental e na pratica docente. Tem como objetivo elucidar as dificuldades que precisam ser compreendidas pelos professores para que suas possibilidades de ensino sejam ampliadas nos anos iniciais. Entendemos que a investigação das concepções e práticas docentes sobre alfabetização cartográfica possibilita compreender aspectos relevantes dessa temática a fim de buscarmos caminhos possíveis para uma real efetivação desse ensino nas escolas, os alunos quanto à questão da orientação espacial e utilização de mapas, e assim objetiva-se o processo de ensino-aprendizagem da cartografia nas series do ensino fundamental, diante desse estudo a importância do compromisso de formar alunos com habilidades de orientação, de localização de representação cartográfica e de leitura de mapas.
Palavra-Chave: Cartografia. Ensino-Fundamental. Docente
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- INTRODUÇÃO
A cartografia aparece como importante amparo para o ensino da geografia, pois o mapa é capaz de registrar e representar os dados de forma gráfica, facilitando a analise visual dos dados de determinado assunto em determinado tempo.
Diante da abrangência da cartografia, verificou-se grande dificuldade que os alunos possuem ao realizarem a leitura de mapas em sala de aula, surge o questionamento: qual a dificuldade existente na alfabetização cartográfica.
Essa alfabetização faz parte do processo de ensino aprendizagem e consiste na construção de conhecimento referente ao entendimento e uso de mapas pelas crianças das series iniciais. Ela é extremante importante para o desenvolvimento da percepção espacial da criança, possibilitando o entendimento do espaço físico que habita.
Entender a realidade do ensino de cartografia é analisar a dinâmica da alfabetização, a cartografia representa um recurso fundamental para o ensino e a pesquisa da geografia. No caso das series iniciais, o seu processo ensino-aprendizagem propicia ao educando o desenvolvimento de seu espírito investigativo, ao mesmo tempo em que estabeleça sua comunicação corporal, afetiva e social com os elementos do espaço geográfico.
Os mapas são os recursos visuais mais indicados para percepção das mais diferentes paisagens. A possibilidade de ler os mapas de formar adequada é de grande importância para educar o aluno e as pessoas em geral, o uso de mapas em sala de aula não deve se limitar a um instrumento de ilustração pura e simples.
Os professores do ensino de Geografia precisam buscar saídas para construírem um saber necessário, pautado nos debates das ideias e em novas proposições. Segundo Almeida (2001), a alfabetização cartográfica realizada no ensino fundamental não é efetiva, pois os alunos passam de uma serie para outra com conceitos fragmentados. Nas escolas brasileiras, via de regras, encontra-se profissionais não preparados para pôr em pratica as ideias previstas pelos PCN. Os motivos que levam a isto passam pela sua formação deficitária, tanto por não ter tido na sua formação conhecimentos que possibilitassem o domínio deste componente curricular, como por oportunidade de desenvolver a capacidade de produzir este conhecimento.
O principal objetivo é a busca de uma abordagem metodológica a identificar estas dificuldades e vislumbrar alternativas viáveis para a utilização de materiais cartográficos em sala de aula. Assim a presente pesquisa bibliográfica enfatiza a busca de material que permitisse determinar onde o aluno começa efetivamente ter o globo terrestre ou os mapas como parte de seu trabalho escolar. Discutimos, inicialmente, aspectos do contexto em que se situa a pesquisa e a Cartografia Escolar de forma geral. Buscamos com isso problematizar algumas proposições e afirmações apresentadas ao longo do texto. Por se tratar de uma investigação na interface das áreas de Educação, de Geografia e de Cartografia Escolar elegemos o professor como importante ator no cenário de nossa pesquisa. Desse modo, trazemos a definição de Tardif (1991) sobre os saberes docentes e suas relações com a constituição da identidade profissional e com o ensino ministrado como importante referencial teórico. O texto aborda também, um valioso diálogo entre diferentes autores nacionais de referência na área da Cartografia Escolar a respeito do entendimento e da definição de “alfabetização cartográfica” e sua relevância no ensino. Já que tratamos ao longo do texto de elementos específicos da Cartografia, julgamos necessário retomar aspectos básicos da Semiologia Gráfica a respeito dos principais conceitos cartográficos e das noções centrais a serem ensinadas nos anos iniciais do ensino fundamental.
- CONTEXTO TEÓRICO
As pesquisas sobre Cartografia Escolar nos anos iniciais são pouco numerosas no Brasil. Apesar da produção ter aumentado nas últimas décadas, ainda é preciso investigar "o que" os professores entendem sobre "alfabetização cartográfica" e "se" e “como" as noções cartográficas são (ou não) trabalhadas nas práticas docentes dos anos iniciais das escolas. Tal dificuldade é nítida tanto para os alunos das escolas, quanto para os professores. De acordo com Castellar (2011) é preciso que os professores compreendam os fundamentos teóricos da discussão cartográfica, por isso a Cartografia merece relevância no currículo escolar. Os conteúdos precisam ser tratados na formação (inicial e continuada) dos professores, na medida em que, para ensiná-los, é necessário se apropriar deles.
Explica-nos Simielli (2007) que na década de 90 algumas pesquisas se voltaram para os anos iniciais do Ensino Fundamental, e seu principal enfoque era na análise do processo de aquisição dos elementos da linguagem gráfica. A autora investigou como os professores trabalhavam as informações referentes à “alfabetização cartográfica” e constatou, em várias cidades do país, a leitura ineficiente de mapas pelos próprios professores das escolas. Tal aspecto evidencia um problema real relacionado à ausência ou insuficiência do processo de “alfabetização cartográfica” tanto na escolaridade formal e nos programas de formação inicial e continuada de professores. A referida autora pesquisou, também, como os professores trabalhavam as informações relativas à “alfabetização cartográfica” e o resultado de sua pesquisa é alarmante. A saber: apenas 12,5% de um total de 1.219 professores pesquisados conseguiram trabalhar com a referência de orientação geográfica adequadamente.
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