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Contaminação de águas Subterrâneas por águas salinas

Por:   •  8/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  226 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES

GUILHERME PRADO - 8518292

MARINA RAINHA PEREIRA - 9005231

MAX MARQUES - 8923932

Uso e contaminação de água subterrânea no Brasil - Contaminação por águas salinas

São Paulo

2015


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1 Introdução

A Associação Brasileira de águas subterrâneas (ABAS) define como água subterrânea toda a água que ocorre abaixo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e que sendo submetida a duas forças, adesão e gravidade. A formação desses corpos d’água deve-se depois da precipitação onde parte das águas que atinge o solo se infiltra e percola no interior do subsolo, durante períodos de tempo extremamente variáveis, decorrentes de alguns fatores: porosidade no solo, cobertura vegetal, inclinação do terreno, tipo de chuva. Durante a infiltração, uma parcela da água sob a ação da força de adesão ou de capilaridade fica retida nas regiões mais próximas da superfície do solo, constituindo a zona não saturada. Outra parcela, sob a ação da gravidade, atinge as zonas mais profundas do subsolo, constituindo a zona saturada.

No Brasil, temos os seguintes corpos de água subterrânea Solimões, Alter do Chão, Boa Vista, Parecis, Jandaíra, Açu, Itapecuru, Corda, Motuca, Poti-Piauí, Cabeças, Serra Grande, Barreiras, Beberibe, Marizal, São Sebastião, Inajá, Tacaratu, Exu, Missão Velha, Urucuia-Areado, Bambuí, Bauru-Caiuá, Serra Geral, Guarani, Ponta Grossa e Furnas, sendo o Guarani e Alter do Chão os maiores. A reserva subterrânea potencial explorável no Brasil (disponibilidade hídrica subterrânea) é de 11.430 m³/s, com Vazão de Retirada Potencial de 949,2 m³/s (ANA, 2013)

Os aquíferos de um modo geral possuem uma série de importâncias, sendo alguma delas: Suprir água suficiente para manter os cursos de águas superficiais está-veis (função de produção), os aqüíferos também ajudam a evitar seu transbordamento, absorvendo o excesso da água da chuva intensa (função de regularização). Na Ásia tropical, onde a estação quente pode durar até 9 meses e onde as chuvas de monção podem ser bastante intensas, esse duplo serviço hidrológico é crucial (SAMPAT,2001).

Segundo o mesmo autor, os aqüíferos também proporcionam uma forma de armazenar água doce sem muita perda pela evaporação - outro serviço particular-mente valioso em regiões quentes, propensas à seca, onde essas perdas podem ser extremamente altas. (ABAS, 2015)

Temos diversos problemas com os aquíferos no Brasil, um deles seria a con-taminação. De acordo com Nass (2002) contaminação é a presença de organismos ou substâncias que causam doença e afetam a saúde humana de alguma forma quando estão em grandes quantidades, podendo ou não causar alterações nas rela-ções ecológicas no local ao longo do tempo. No caso de contaminação em aquíferos a


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contaminação depende das características litológicas e hidrogeológicas dos estratos que vão separar a contaminação da água presente no aquífero. (CALCAGNO,2001)

Uma maneira de contaminação por intrusão de água salina é por superexplota-ção de um aquifero além de causar uma exaustão do mesmo, ocasiona também avanço da cunha salina definida como o avanço da água do mar em subsuperfície sobre a água doce, salinizando o aqüífero, em áreas litorâneas.(MELO et aL, 1996, citado em CPRM, 2002).

Desse modo, ao causar esse avanço da cunha salina, pode ocorrer a contami-nação dos aquiferos, e um exemplo dessa contaminação, é a intrusão marinha, que será melhor explicada no desenvolvimento.

Esse trabalho tem como objetivo explicar o que é contaminação dos aquífe-ros por águas salinas, mostrando o processo de contaminação, causas e possíveis soluções para o problema.


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2 Intrusão de águas salinas em aquíferos

No Brasil, diversas cidades litorâneas que utilizam de forma intensiva as águas subterrâneas para o abastecimento público possuem risco de degradação dos aqüí-feros costeiros por salinização produzida pelo avanço da cunha salina em direção ao continente, a exemplo de Fortaleza, Maceió, Recife e Rio de Janeiro, todas densamente povoadas.(Águas do Brasil, 2015).

Na imagem abaixo, é mostrado um exemplo de contaminação dos aquíferos por intrusão marinha, fazendo com que a água do mar passe por baixo do continente, chegando até o aquifero, deixando aquela região impossibilitada de ter a água retirada, pois a mesma não se encontra mais potável e pronta para consumo humano.

Figura 1 – Processo de Intrusão Marinha

[pic 1]

Fonte: Águas do Brasil, 2015

Os métodos de investigação da ocorrência de intrusão salina ainda são muito discutidos. É necessário investigar se a origem da salinização por ventura identificada nas águas de poços é de fato de origem marinha. Outras possíveis fontes de salinização de águas subterrâneas em aqüíferos costeiros é a contaminação por estuários de rios,


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mangues, e por efluentes de fossas negras e presença de águas subterrâneas antigas salinizadas. Poços mal construídos ou atacados por corrosão podem também levar à contaminação por salinização de camadas mais superiores para outras inferiores do mesmo aqüífero ou de formações adjacentes. A extração de água deve ser interrompida em poços nos quais são identificados elevada salinização. Esses poços devem ser lacrados ou cimentados. (Águas do Brasil, 2015)

O controle da intrusão marinha é efetuado principalmente reduzindo a retirada de água de poços. Para conter o avanço da cunha salina, várias experiências a nível mundial vem se baseando em injeção de água doce na posição da interface ou próximo a ela no continente, fazendo com que a mesma se mova em direção ao oceano. Essas técnicas conhecidas como recarga artificial vem sendo empregadas de diferentes maneiras em países como Espanha, Estados Unidos, Canadá, Austrália. Por exemplo, podem ser criadas barreiras hidráulicas com uma sequência de poços de injeção de água doce.(Águas do Brasil, 2015)

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