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FORMAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NA ERA LULA: NOTAS SOBRE A REDUÇÃO DA BILDUNG (FORMAÇÃO CULTURAL) NA ATUALIDADE

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Por:   •  12/9/2014  •  3.284 Palavras (14 Páginas)  •  444 Visualizações

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NA ERA LULA: NOTAS SOBRE A REDUÇÃO DA BILDUNG (FORMAÇÃO CULTURAL) NA ATUALIDADE

Resumo

O estudo tem como objetivo refletir sobre o conceito de formação profissional e tecnológica na atualidade pondo-o em tensão com o conceito clássico de Bildung (Formação Cultural). Para tanto será tomado como referência o significativo avanço da formação profissional e tecnológica durante o Governo Lula. Como hipótese básica terá destaque a ideia de que o ideal de formação que permeia os processos educativos técnico-científicos e profissionalizantes favorecem a redução da Bildung no sistema educacional da atualidade, uma vez que tomam a formação em sua finalidade técnica, deixando à margem seu sentido mais amplo enquanto formação pela cultura.

Palavras-chave: Bildung. Formação profissional-tecnológica. Governo Lula.

Abstract

The objective of this study is to reflect on the concept of professional formation and technology currently in tension with the classical concept of Bildung (Cultural Formation). The object of investigation is the substantial progress of professional formation the Lula Administration. The basic hypothesis is that the technical and professional formation reduces the concept of Bildung in the current educational system. The formation is understood in its technical purpose fleeing to the sense of formation culture.

Keywords: Bildung. Professional formation and technology. Lula's government.

Considerações Iniciais

Não são recentes as discussões e reflexões a respeito do tecnicismo como tendência pedagógica e sua influência na educação brasileira. Contudo, a posição que tem ocupado a preocupação com a formação técnica e profissional no Brasil sugere cada vez mais a eminência de um neotecnicismo. Tudo isso pode ser notado claramente no impulso que teve a educação técnica e profissional durante o Governo Lula e sua associação à política de desenvolvimento social, econômico e democrático do país. Nesse contexto, parece prudente considerar, que a política de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica acabou por expandir também uma ideia de formação. Dessa forma, a Bildung na atualidade passa a depender cada vez mais dos princípios técnicos e profissionalizantes exigidos pelo contexto social e econômico brasileiro. Para mantermos criticidade no atual momento e podermos apontar possíveis desafios para a pedagogia, faz-se necessária a pergunta sobre os limites de uma formação neotecnológica, embora no contexto geral da política econômica, educacional e social do Governo Lula ela represente avanços significativos para o Brasil, principalmente no que diz respeito à economia, desenvolvimento social, democratização do conhecimento e etc.

O que sugerimos como problema, para guiar este trabalho, é o fato de que uma formação pensada a partir de critérios técnicos e profissionais, pode não cumprir totalmente sua função, a qual se efetiva no esforço de formação integral, tentando abranger o ser humano em seu todo e em diálogo com a cultura em sentido amplo: por isso, nosso esforço em tencionar o conceito de formação tecnológica e profissional com o conceito alemão de Bildung como formação cultural. Dai surge a hipótese básica sobre a qual se apoia a pretensões com o trabalho: a de que o conceito de formação técnica e profissional, reduz o sentido da Bildung no sistema educacional brasileiro na atualidade. Como objeto de investigação é tomado, em sentido lato, o avanço que a educação técnica e profissional passou durante o governo lula, tomando como referência, antecedentes históricos, os quais nos remetem oficialmente ao ano de 1909 e a criação da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica por Nilo Peçanha.

Para alcançar os objetivos propostos, o trabalho será divido em três partes. Na primeira parte, remontaremos aos antecedentes históricos e sua progressão, tomando como referência decisões e iniciativas políticas que foram dando corpo e tornando prioridade o ensino técnico e profissional no Brasil. Além de focar a importância de tal fenômeno para a história da educação, apontaremos também para a discrepância entre o avanço do ensino técnico e profissional durante 93 anos (1909 a 2003) e a explosão desse processo durante os 8 anos de Governo Lula (2003 a 2010). Na segunda parte do trabalho nos concentraremos em discutir sobre a formação técnica e profissional durante o Governo Lula, bem como observar a relação estreita que esta mantém com a lógica maior do plano de governo, a qual se liga a objetivos desenvolvimentistas, socioeconômicos e culturais. A última parte do trabalho cumprirá uma função teórica determinante, a qual se ocupará em esclarecer o que se entende por Bildung, o que significa apontar sua redução no contexto tecnológico-profissionalizante da educação atual, e a importância do diálogo dos processos educativos atuais com o conceito clássico de Bildung.

Formação profissional-tecnológica: dos antecedentes históricos ao impulso na era Lula

O dia 23 de setembro de 2009 representou um marco histórico: completavam-se os cem anos de fundação da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Nilo Peçanha, ao suceder Afonso Pena em 1909, assinou no dia 23 de setembro daquele mesmo ano o Decreto nº 7.566 o qual criava as Escolas de Aprendizes Artífices destinadas exclusivamente ao ensino primário profissional público . No ato inicial da fundação foi autorizada a criação de dezenove escolas, as quais deveriam ser divididas em diferentes unidades federativas e que deveriam estar sob a jurisdição do Ministério dos Negócios da Agricultura e Comércio. Essa tomada de decisão caracterizou-se como iniciativa concreta em relação a um processo histórico vindo de longa data. Várias outras experiências anteriores ajudam a observarmos certa preocupação com o ensino técnico, tais como “[...] ofícios manufatureiros [...] de tipografia, encadernação, alfaiataria, tornearia, carpintaria, sapataria, [e o] Colégio das Fábricas [...]” (BRASIL, 2010, p. 1) criado por D. João VI, bem como os Liceus de Artes e Ofícios. De forma geral, o ano de 1906 propiciou condições diversas para o investimento público mais precisamente no ensino técnico. Podem ser citados desse período a “realização do Congresso de Instrução [e] seu projeto de promoção do ensino prático industrial, agrícola

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