Geografia e Política: território, escala de análise e instituições
Por: itaboza • 8/12/2018 • Resenha • 1.113 Palavras (5 Páginas) • 366 Visualizações
Resenha: CASTRO, Iná Elias de. Geografia e Política: território, escala de análise e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. Pág. 15 – 37.
O livro de Iná Elias de Castro, vai tentar entender a política, no seu sentido institucional e operacional, assim entra nas mais diferentes partes do mundo atual, e vai nos colocar em frente da necessidade de estudar como a geografia hoje tem relação com a política. Para isto se vai além de visões dos grandes modelos explicativos, agora postos em causa por suas limitações, recorrendo a uma variedade teórico-conceitual mais voltado à avaliação das muitas dimensões dos fenômenos aparentemente contraditórios da atualidade.
Alguns temas são tratados com base no embasamento conceitual e nas visões intelectuais, levando a um campo do conhecimento que se adequou a chamar de geografia política, além de outros, mais próximos à ciência política, mas que são sem dúvida relevantes para compreender o espaço como arena de conflitos.
A escolha das discussões não foi casual ou determinada pelo compromisso com a tradição intelectual da disciplina, mas, pelo contrário, ela é bastante inovadora e orientada no sentido de criar polemica sobre o que foi rejeitado nela, como a discussão do Estado-Nação e o que foi incorporado à geografia – ícones como o poder e a globalização.
Além disso, ainda na perspectiva da polêmica, são incluídas questões específicas sobre uma geografia política brasileira. A dimensão da escala dos fenômenos está incorporada como referência e diferenciação necessárias para a ação dos atores políticos e para a construção dos espaços políticos, compreendidos como aqueles do conflito e do confronto inerentes à convivência dos diferentes, mas também da negociação, da cooperação e dos acordos.
Introduzindo o primeiro capitulo, a autora diz que a disciplina de Geografia política na grade acadêmica tem que compreender a produção, organização e diferenciação do espaço, assim, ela vai ter que entender as relações que ocorrem no espaço geográfico, fazendo a relação de analises entre fluxos e espaço. Deixando claro que seu objetivo é “discutir o significado das relações políticas no espaço” e para isso não vendo a política pelo segmento econômico.
Vendo que para entender a globalização vista como um processo que torna o mundo em um espaço, que é o resultado dos avanços tecnológicos e a disponibilidade dos mesmos para “muitas esferas da vida social”.
Com o contexto histórico da Geografia política e o debate temático e teórico, vai começar no século XX, assim, discutindo as guerras mundiais, que mostra a primeira grande guerra como o momento que havia estratégia e influências de poder e dominação dos Estados nacionais onde controlavam sobre os territórios, contudo, ao final da primeira guerra mundial os conhecimentos dali tirados serviram para criam novas fronteiras na Europa.
Assim, a autora afirma que “nas últimas décadas do século XX, fenômenos importantes e aparentemente contraditórios continuam colocando o fato político em destaque na agenda da geografia”.
Partindo desta ideia, busca-se entender as ações do poder local bem como suas interferências no poder político nesse período no município de Irati, objetivando desvendar os motivos que levaram determinados grupos políticos a se fragmentarem em determinados momentos e aglutinarem em outros, apesar de ser esta uma prática comum na política partidária brasileira partindo do princípio que o momento e os interesses unem ou dilaceram determinados grupos.
Na segunda guerra mundial, a autora mostra todo o contexto geográfico da época ocorrida, onde Ratzel e a escola geopolítica alemã fornecia os conceitos teóricos conceituais para autoritarismo e expansionismo alemã. O expansionismo territorial foi promovido por Hitler durante a década de 1930, essa política fazia parte de um elemento da ideologia nazista chamado “lebensraum”, conhecido em português como “espaço vital”. O autoritarismo caracteriza-se pelo exercício do poder por uma só pessoa, que toma medidas sobre os súbditos a seu bel-prazer e em exclusividade, caracterizando-se pelo arbítrio na prática desse mesmo poder. Entendendo que após a segunda grande guerra mundial, a geografia política passou por um ostracismo (exclusão de cargo público ou político) onde seus principais objetos de estudo foram, assim dizendo, deixados para traz, já que neste período era despolitizado e pouquíssimo ou nada das teorias de antes.
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