O ENSINO DA GRAMÁTICA NAS ESCOLAS
Por: José Cavalcante • 20/6/2017 • Trabalho acadêmico • 2.168 Palavras (9 Páginas) • 348 Visualizações
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letras Licenciatura
JANIELE FERREIRA CHAGAS
O ENSINO DA GRAMÁTICA NAS ESCOLAS
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MACAPÁ
2015
JANIELE FERREIRA CHAGAS
O ENSINO DA GRAMÁTICA NAS ESCOLAS
Trabalho apresentado ao curso de Letras Licenciatura da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção de média nas disciplinas de Língua Portuguesa: Conceitos Gerais, Leitura e Produção de Textos I, Teoria da Literatura, Metodologia Científica e Seminário da Prática III.
Professores: Andressa Aparecida Lopes, Celso Leopoldo Pagnan, Ednéia de Cássia Santos Pinto, Juliana Fogaça Sanches Simm e Vinícios Pires Rincão.
Macapá
2015
1 INTRODUÇÃO
A finalidade da Gramática é regular através das regras a linguagem e padronizar a escrita e a fala para os falantes de uma língua, a qual pode ser analisada e preservada. É um sistema complexo capaz de ser ensinada de tal forma a prescrever e descrever o idioma, sobretudo permitir a comunicação em que os falantes tenham conhecimento e domínio das regras, do uso adequado a um determinado contexto, considerando todos os aspectos culturais e sociais, e suas necessidades a ser suprida por toda uma sociedade.
O ensino da gramática pretende desenvolver a interpretação de tudo que é produzido por outros falantes, ainda que em uma dada cultura regional usem outras variantes da fala, mas na escrita sejam capazes de compreender e entender o ato da língua padrão, através da capacitação desses falantes, adequando à situação comunicativa.
A importância dada à gramática refere-se também aos problemas de ensino e aprendizagem da língua atribuída a ela. A língua não relaciona ao ato da comunicação apenas o que é certo e errado, neste sentido Antunes (2007, p.21) destaca que a gramática “é um ato humano, social, político, histórico, ideológico, que tem repercussão na vida de todas as pessoas”.
A Gramática possui diversas concepções e as abordagens são variadas de sentido, o que implica na interpretação de conceitos que podem ser adotados no processo ensino/aprendizagem para melhor formação do discente, considerando o saber prévio e a realidade cultural.
Eis algumas delas, de acordo com Travaglia (2009, p.32):
A Gramática normativa é o tipo de gramática a que mais se refere tradicionalmente na escola e, quase sempre, quando os professores falam em ensino de gramática, estão pensando apenas nesse tipo de gramática, por força da tradição ou por desconhecimento da existência dos outros tipos. A Gramática descritiva descreve e registra os usos da língua, trabalha com qualquer variedade da língua e não apenas com a variedade culta e dá preferência para a forma oral desta variedade. A Gramática internalizada é o conjunto de regras que é dominado pelos falantes e que lhes permite o uso normal da língua.
Os domínios das regras gramaticais não são suficientes para o aprendizado da língua, é preciso que elas sejam ensinadas também para que o aluno seja capaz de interpretar e atuar através da linguagem, na qual encontra-se inserido de acordo com sua visão de mundo e saberes adquiridos.
A gramática é uma palavra derivada do latim “grammatica” e que significava um conjunto de prescrições e regra, as quais definem o que é correto da língua escrita e falada. Mas a concepção deste termo evoluiu com a ciência linguística e tem sido abordado por diversas correntes teóricas como a Linguística Estruturalista, a partir do século XX, que deu ênfase à gramática descritiva das línguas e da característica de cada língua. A gramática é essencialmente um sistema de regras internalizadas que se aprende a partir da infância, capaz de elaborar e decodificar frases com sentido completo na mensagem. Para Possenti (2001, p. 63) a gramática é um conjunto de regra, e Saussure diz que “a Gramática estuda a língua como um sistema de meios de expressão” (2001, p. 156).
2 desenvolvimento
Nas primeiras séries iniciais, o aluno que ingressa à escola, já possui habilidades linguísticas de comportamento na fala, portanto presume-se que ele já saiba conjugar e declinar sem que haja necessariamente um aprendizado sistemático como é o caso das regras gramaticais, pois ele traz consigo todo um saber prévio e que deve ser considerado pelo professor na sala de aula. O ensino da gramática deve ser desenvolvida a partir do pensamento da própria criança, quando a aprendizagem vai surgindo pela experiência e descobertas de forma interativa, coletiva e contextualizada. Vygostsky (1989) enfatiza o seguinte: "O estudo da gramática é de grande importância para o desenvolvimento mental da criança".
A função da escola no ensino gramatical nas séries iniciais pretende ensinar habilidades principalmente de leitura e a escrita. Para isso, se vale da gramática tradicional como ponto de partida e que centraliza a aprendizagem como estratégia de desenvolvimento para o domínio da língua materna. Porém, esta metodologia tem sido criticada por especialistas, pois acreditam que a gramática não tem sido eficaz para desenvolver competência interpretativa e linguística dos alunos, o que pode torna-la inútil pois deixa de aplicar outros itens importantes ao aperfeiçoamento para o domínio da linguagem. Bagno ressalta (1999, p.107-108);
Esse ensino [...] em vez de incentivar o uso das habilidades linguísticas do indivíduo, deixando-o expressar-se livremente para somente depois corrigir sua fala ou sua escrita, age exatamente ao contrário: interrompe o fluxo natural da expressão e da comunicação com a atitude corretiva (e muitas vezes punitiva) cuja consequência inevitável é a criação de um sistema de incapacidade, de incompetência.
As discussões em torno da gramática no ensino, por muito tempo fora estudada de maneira descontextualizada em uma visão tradicional, repassada e reforçada pela própria escola. Perini (1997, p.1) define sobre este assunto de forma a enfatizar o equívoco de como é utilizada o ensino gramatical:
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