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Os dois polos epistemologicos da modernidade

Por:   •  19/4/2015  •  Resenha  •  2.102 Palavras (9 Páginas)  •  2.449 Visualizações

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Disciplina: História do Pensamento Geográfico

     

Prof. Dra Rita de Cássia Martins de Souza

Referências Bibliográficas

Gomes, Paulo Cesar da Costa. Geografia e Modernidade./ Paulo Cesar da costa Gomes. __ Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

Os dois pólos epistemológicos da modernidade.

A atualidade do debate e suas raízes.

  • Em 15 de junho de 1972, começaram segundo Charles Jenks,  os novos tempos pós modernos. Após o grande conjunto habitacional de Pruitt-Igoe em st Louis (EUA) ter sido dinamitado, depois ser declarado inabitável.
  • Programas arquitetônicos baseados na racionalidade e funcionalidade. Predominância de linhas retas, largos horizontes, desprovidos de qualquer ornamentação inútil ou injustificável.
  • Pesquisa de materiais.
  • Continuação do monumentalismo, técnicas e matérias característicos do modernismo.
  • Ciência, tecnologia e arte funcionando em conjunto.
  • Novo corte arquitetônica e nova preocupação com a estética.
  • Oposição ao modernismo universalizante. Busca por soluções especificas que levam a formas únicas, particulares, voltadas para o decorativismo, anteriormente julgado inútil.
  • Associação com a arquitetura barroca.
  • Novo gosto inspirado nos anos 50/60.
  • Singularidade e subjetividade do julgamento estético.
  • Negativa ao universalismo, a generalização, qualidades e procedimentos básicos no modernismo. Na medida em que valoriza o caráter único e excepcional, é necessário, então, contar com outras vias de legitimidade diferentes daquelas abertas pela racionalidade: inspiração, o sentimento, a indeterminação, a polimorfologia, a polissemia, ou seja vias que negam a razão totalizante, condição de toda generalização.
  • Os movimentos modernistas faziam permanente apelo a novos códigos de representação, mais sempre com uma preocupação clara de inteligibilidade., pressupondo o papel mediador da razão e da lógica na representação das significações e dos conteúdos.
  • Já na proposta pós-moderna as significações devem ser fluidas, mutantes e permanentemente reatualizadas. Sua estrutura se aproxima dos mitos, onde os dramas, cada vez revividos, são significações sempre em mutação.
  • Nova linguagem cinematográfica.
  • David Lynch e Pedro Almodovar, se destacam como figuras de proa da pós-modernidade do cinema. Possuem em comum atitude estética bastante característica, representada pela inexplicabilidade de cenas que não acrescentam nenhum sentindo a linha narrativa principal, um exagero caricatural (personagens e situações inverossímeis); um certo revival dado pelo guarda-roupas, pela música e pelos diálogos; um recurso à ironia como modo de comunicação privilegiado, enfim, como resultado geral, uma estrutura desorganizada do cenário.
  • Nova tendência inserida também na ciência porem de forma mais lenta, e não mesmo efetiva. Feyerabend se destaca por propor uma teoria cientifica anarquista, se colocando contra os modelos da ciência convencional diagnosticando a falta de criatividade e os múltiplos obstáculos da estrutura cientifica, que opta por reproduzir um saber sem surpresas, fundado na ordem e na lei. Para ele, as grandes inovações teóricas são muito mais frutos do acaso do que da ordem. Sendo assim somente através do inesperado, da desordem, pode-se realmente abalar a estrutura hegemônica do conhecimento racional.
  • Propõe ainda um novo humanitarismo em oposição às doutrinas baseadas na ordem constituída,retoma a idéia de uma interpretação natural, ou seja, da irreversível proximidade entre sujeito e objeto, valoriza o momento particular e único como instancia na progressão do saber, e opõe a força das sensações de Copérnico à certeza pretensiosa de Galileu.
  • Na área das Ciências Sociais, houve a reintrodução da hermenêutica como um idioma comum à filosofia e à cultura nos anos 90, pensavam eles que por este caminho substituir os idiomas do marxismo e do estruturalismo, globalizantes, doutrinários e autoritários, predominantes nos atos precedentes. Assim a hermenêutica abriria espaço para um conhecimento não-hirerarquizado, menos pretencioso em suas generalizações e mais atento às especificidades, pois não está comprometido com uma ordem lógica, estável e geral.
  • A essência de tudo é  poder reconhecer de maneira sintética estas novas atitudes que tentam lançar as bases de um saber alternativo à ciência racional.
  • A razão transformada em ciência no final do século XVIII, constituída por modelos experimentais, baseado em princípios galileanos.
  • A substituição do demiurgo platônico e a causa final aristotélica pela essência humana, pela natureza, ou, mais recentemente, por uma maneira de “ser no mundo”. A razão tida como fonte de toda generalização, da norma, do direito e da verdade.
  • A ordem, o equilíbrio, a civilização, o progresso como noções de saída diretamente deste sistema moderno que se proclamava como a única via de acesso a um mundo verdadeiramente humano.
  • Negação da razão como princípio legítimo da cultura e do saber como uma das oposições mais importante do movimento pós-moderno. A valorização do particular, do desconstrucionismo, das noções de caos e anarquia, e das estruturas míticas; conceitos importantes de uma rede coerente de oposição ao sistema unificador da racionalidade moderna.
  • A racionalidade obrigatoriamente localizada historicamente no período conhecido como modernidade.
  • Constatação de que a modernidade, frequentemente apresentada como período totalmente dominado pela racionalidade, construiu sua identidade muito mais sob a forma de um duplo caráter, onde de um lado estão o território da razão, das instituições do saber metódico e normativo; e de outro, diversas contracorrentes contestando o poder da razão, os modelos e métodos da ciência institucionalizada e o espirito cientifico universalizante.
  • Existência de conflitos periódicos em torno da legitimidade da atividade intelectual e de sua organização.
  • [...] Na Geografia, o hipermodernismo nos é apresentado por A. PRed, que se opõe a apreciação feita por Curry de sua obra como sendo o exemplo de uma geografia pós-moderna, Pred afirma ver a denominação de “pós-moderno” como inexata, acrítica, decepcionante, e por conseguinte, “o rótulo de uma época politicamente perigosa no mundo contemporâneo”. Esta corrente neomoderna ou hipermoderna pretende restaurar o primado da razão e, renovando assim com o paradigma da modernidade, integra as manifestações pós-modernas como um breve momento de ruptura, ou como um momento suplementar na grande marcha da modernidade[...].
  • [...] A ciência, como elemento fundador da modernidade, está assim comprometida em sua base por esta discussão sobre a legitimidade e os limites da razão, e se encontra no centro dos debate críticos sobre a modernidade.
  • A ciência é [...] “um pensamento sem dogmas sempre voltado para o futuro, que se arrisca inteiramente sem parar em um jogo infinito com seus próprios limites; um pensamento que só progride destruindo suas certezas” [...].
  • [...] A nova ciência é portanto, um dos fundamentos, talvez o mais importante, do que normalmente se identifica como sendo o novo código de valores da modernidade. A Geografia foi desde a Antiguidade responsável pela descrição e pela criação de uma imagem do mundo. Assim, enquanto descrição e imagem de mundo, o discurso geográfico procura, na modernidade, ser um discurso científico e moderno. Ele produz, assim, as características fundamentais da época e acompanha todas as suas modificações. A historia da ciência geográfica pode, então, ser considerada como a historia do imago mundi da própria modernidade.[...]
  • Surgimento de um duplo fundamento, formado pelas noções de novo/tradicional que a partir da modernidade passaram a constituir um verdadeiro sistema de valores. Para se falar em tradição é necessário que exista um outro modele de sistema que se oponha, definido por aquilo que não é tradição, ou seja, o sistema novo, são pois, dois sistemas que se opõem, mais que estruturam uma mesma ordem.
  • [...] O importante a ressaltar é a dinâmica de justificação e o programa metodológico projetados por estas duas orientações. A tradição, neste caso, não significa uma permanência defasada e refrataria a qualquer mudança. O mesmo pode ser dito para o novo, o qual não deve nos conduzir a considerar que se trata de um movimento em permanente e completa mutação[...]. Isso significa dizer que cada programa metodológico possui suas particularidades, porem mantem suas linhas de pensamento em manter a sua essência, sem perder a constante busca pelo novo, pelas mudanças de acordo com as transformações do mundo cotidiano. [...] Existem tradições no novo e novidades no tradicional [...].
  • Universalidade da razão (século das luzes)
  • Traz o ser humano como um ser levado pelo pensamento da maioria, regido pelo bom senso generalizado, logica coerente e um pragmatismo da ação. [...] A verdade do mundo é, pois, o fruto de uma argumentação lógica, ordenada e sistemática [...]. argumentos estes, que devem respeitar os princípios da não-contradição, da generalização e da demonstração. O pensamento é visto como  um julgamento racional lógico sobre a realidade, e a ciência constitui a esfera onde as regras e os princípios deste julgamento são organizados sistematicamente.
  • Conhecimento submetido a prova pública de demonstração, trazendo a confrontação de diversos pontos de vista a cerca do assunto, a partir dos quais o novo julgamento surge trazendo melhor ajuste e clareza de ideias.
  • O progresso como concepção primordial do sistema da racionalidade, operando através de rupturas que denotam a ascensão gradual do conhecimento, prevendo ainda uma aproximação das realidades através do controle e domínio da linguagem lógica.
  • O racionalismo tem uma visão do movimento tanto histórico como cientifico, como uma instabilidade, alternando entre momento de crise com momento de estabilidade.
  • A crise é o indício de mudanças. É também o pico da confrontação entre dois níveis de conhecimento, o antigo (tradicional) e o novo. O novo sempre terá maior destaque nessa disputa pela superioridade e adequação, dando continuidade na marcha inexorável que busca uma posição mais justa, mais coerente e mais poderosa do ponto de vista dos instrumentos da racionalidade. Estas definições estão na base dos grandes sistemas filosóficos-epistemológicos característicos da modernidade, como por exemplo, os de Kant, Hengel, Marx e Comte.
  • Através da dinâmica da confrontação, o racionalismo faz da crítica seu principio fundador.  E a partir disso, o movimento de progressão se perpetua e se renova. Sendo assim, a crítica é, dede o fim do século XVIII até os dias de hoje, o veículo e o motor do processo da renovação moderna.
  • Através do método lógico racional, acredita-se que se possa atingir a objetividade na relação com a realidade, e ao mesmo tempo, garantir as condições mais justas e mais corretas do julgamento científico.
  • O método é considerado como o único meio de oferecer todas as garantias lógicas da relação entre pensamento e realidade, pelo caráter demonstrativo e pelo exercício da crítica, o método científico deve se manter em permanente aperfeiçoamento.
  • O modelo de ciência racionalista procura construir sistemas mais explicativos. Explicar vem com o legado de ligar fenômenos e fatos entre si, conhecer o comportamento e o movimento previsível daquilo que se quer explicar. A explicação seria então o resultado da analise dos aspectos regulares de um dado fenômeno, ou seja, é o produto da operacionalização de uma ordem formal instrumentalizada por uma logica coerente e geral, e de uma ordem material, que relaciona o modelo abstrato á realidade.
  • O pensamento cientifico é sempre normativo, pois opera através de conceitos gerais ligados a uma certa concepção de conjunto teórico, estabelecendo simultaneamente os meios do reconhecimento de um saber científico.
  • O outro polo epistemológico também nasceu no Século das luzes, mas se opõe absolutamente a concepção racionalista. De fato, as oposições anti-racionalistas se manifestam a partir de múltiplos movimentos e qualquer caracterização mais preciosa pode ser temerária. Entretanto, existe um grande ponto de convergência de todos estes movimentos contra a primazia da razão na produção do saber. A partir desta identidade negativa em relação à razão, os desenvolvimentos são variados e os outros pontos em comum só podem ser apresentados com uma certa reserva e precaução.
  • A razão concebida pelos racionalistas é um valor e a atribuição dete valor é interpretada como produto de uma fé, a fé na razão.  Fé, num sentido de crença, ou seja, de se acreditar em tal coisa e defende-la como verdade absoluta. Se existe alguma coisa de geral na humanidade, trata-se justamente desta capacidade de atribuir valores às coisas, mas o sentindo, a direção e a amplitude desta atribuição são sempre relativos e particulares a cada período e a cada cultura.
  • O saber é uma função da sensibilidade da interpretação. A ênfase fundamental se situa no conteúdo do fenômeno. Os fatos devem ser interpretados através da totalidade do que se quer transmitir, e estas mensagens nem sempre são imediatamente compreendidas, sendo assim devemos desenvolver meios para decifra-las, fazendo uso de todos os meios e elementos possíveis para desvendar o sentido profundo de um fato.
  • Grande valorização da tradição como verdadeira depositária dos aspectos maiores e essenciais que sobreviveram às mudanças. A tradição exprime, portanto, as características singulares, vivas e dinâmicas.
  • Resumindo as correntes contestatórias do racionalismo aceitam várias vias para a constituição do saber, inclusive a concepção racionalista, considerada como parcial, reducionista e simplificadora.
  • O principal traço de identidade das contracorrentes é o discurso próprio e individualizado que se opõe ao discurso da ciência institucionalizada.
  • A Física vista como a mais paradigmática das ciências, a única capaz de seguir todas as etapas do método recomendado como científico: observação, experimentação, verificação, formulação de leis e enunciação de teorias.

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