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Pesquisa Sobre Os Conflitos No Haiti Internos Integrados A Geopolítica Mundial

Por:   •  29/3/2025  •  Abstract  •  3.742 Palavras (15 Páginas)  •  20 Visualizações

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IFES - INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

TÉCNICO INTEGRADO EM QUÍMICA

PESQUISA SOBRE OS CONFLITOS NO HAITI INTERNOS INTEGRADOS A GEOPOLÍTICA MUNDIAL:

DITADURA DUVALIER

ARACRUZ – MARÇO/2023

1. O QUE FOI?

Foi uma ditadura instituída por François Duvalier (1957 a 1971) que obteve uma vitória suspeita na eleição presidencial de 1957. Duvalier vinha de uma família negra modesta de Porto Príncipe e sua política era baseada em um nacionalismo pró-negro, fortemente apoiado pelos militares e aceitação da religião Vodu pelo estado.

A ditadura Duvalier foi marcada pelas consecutivas tentativas de consolidação de poder de seu ditador ao incorporar elementos da mitologia haitiana no culto à personalidade que foi erguido à sua volta. Seu governo foi marcado por prisões arbitrárias, tortura e morte de opositores, corrupção e nepotismo, como quando desviava dinheiro recebido pelo Haiti em seus períodos de crise para sua conta pessoal. As consequências adversas desse período culminou em crise e endividamento do Haiti, acarretando no empobrecimento, ainda maior, do Haiti, não só pelo tombo econômico, mas das fortes opressões e movimentos incitados por ela que até hoje são vistos na forma de conflitos contemporâneos enfrentados e vividos pelo Haiti.

2. Antecedentes e bases para a Era Duvalier:

É crucial entender como se deu o desenvolvimento do território haitiano desde os primórdios de sua exploração por espanhóis, chefiados por Cristovão Colombo, até o início das instabilidades políticas e econômicas conteporâneas com o objetivo de compreender mais facilmente a dinâmica e referências históricas presentes na ditadura imposta por François “Papa Doc” Duvalier, um médico haitiano que conquistou a população por seus feitos públicos e sua origem.

Em dezembro de 1492, as tropas espanholas chegaram na Ilha de Hispaniola, na qual o Haiti está localizado atualmente. Por ter focos em outros territórios na época, realizou o Tratado de Ryswick, em 1697, no qual 1/3 da ilha foi passada formalmente para o governo francês, os quais ele e outros países já haviam se infiltrado ilegalmente em algumas partes do território. A França nomeia suas novas terras de “Saint-Domingue” e desde então a explora intensamente, obtendo grandes riquezas por praticamente um século.

A Revolução Haitiana, que se iniciou em 1791, se caracterizou como o movimento de ruptura entre o Haiti e a colonização francesa. O contexto de abusos, escravidão e exploração teve papel principal para o surgimento da insurreição, na qual haitianos obtiveram vantagem por lidar com uma França dividida e enfraquecida pela Revolução Francesa. Sendo o Haiti responsável por abolir a escravidão nas colônias francesas, passou por dificuldades ainda piores do que os posteriores, já que a sociedade escravocrata não se abriria para uma antiga colônia que havia se rebelado e abolido a escravidão de suas terras. Logo, se tornou impossível ter relações comerciais e diplomáticas com diversos países.

Com a morte de um grande revolucionário haitiano, Toussaint Louverture, as tropas haitianas passam a ser comandadas por Jean-Jacques Dessalines, o qual derrotou as últimas forças francesas que teimavam em reestabelecer o sistema escravista na região. Após essa derrota em 1803, a independência do Haiti não tardou a ser declarada: a partir de 1º de janeiro de 1804, a antiga colônia lucrativa francesa, agora se tornara oficialmente uma nação livre. Vale-se lembrar de que o Haiti foi o único território a conquistar a independência por meio da revolta de escravos, um feito gigantesco e alarmante para outros países que ainda praticavam a escravidão, como por exemplo o colonizador brasileiro vigente por séculos, Portugal.

Apesar da inegável ruptura entre Haiti e França, a antiga colônia foi indenizada pela conquista da independência, o que causou um atraso ainda maior ao seu desenvolvimento. O valor pago durante várias décadas é estimado em 21 bilhões de doláres.

3. CARACTERÍSTICAS

François Duvalier foi presidente do Haiti entre 1957 e 1971, também exercendo a medicina como profissão. Seu regime se iniciou já de maneira suspeita, pois outros candidatos alegaram que o processo eleitoral foi forjado e houveram greves em prol da averiguação dos resultados. Porém o que realmente conseguiram foi uma resposta violenta do partido de Duvalier, usando da polícia para reprimir todos que não apoiavam o novo presidente. Já havia provas do envolvimento do partido com a milícia (não se tratava de uma exclusividade), mas a forma com que passou a usá-la foi extrema e violenta. Oposicionistas foram presos, expulsos ou mortos em grande escala durante todo seu tempo no poder.

Além disso, instituições nacionais passaram por grandes desafios para se manterem de pé, como faculdades, igrejas, organizações sindicais, mídias e clubes. Todas essas instituições foram enfraquecidas de alguma forma, sendo por meio de ataques diretos aos jornais, causando seu fechamento, a até mesmo expulsão de líderes católicos, os acusando de comunismo. A repressão era palpável e não havia como negar. Nas eleições de 1964, François Duvalier foi eleito novamente pela totalidade dos votos e se declarou presidente vitalício, dois feitos ilegais, já que ele nem mesmo poderia concorrer novamente ao cargo. Após esse golpe, aboliu o Senado e o bonapartismo já não se via tão necessário, pois, com o país todo enfraquecido, já não era preciso demonstrar ser um político que se preocupava com o povo e as questões sociais. Haitianos que tinham a possibilidade de sair do país faziam isso sem olhar para trás, ainda mais se tivessem alguma qualificação profissional.

A Era Duvalier,

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