QUADRO COMPARATIVO DE GEOMORFOLOGIA
Por: marazecae • 20/7/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.665 Palavras (7 Páginas) • 561 Visualizações
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QUADRO COMPARATIVO DE GEOMOROFOLOGIAQuadros comparativos sobre as variáveis do objeto de Geomorfologia e Teorias Geomorfológicas
Disciplina: Geomorfologia
Professor: Fernando
Alunos (as):
Conceição Ribeiro Costa;
Emylayne Santos Araújo;
Gilson Almeida Vasconcelos;
Júlia da Silva Mesquita;
Marcelo Azevedo Caetano;
Maria Orlanda Pereira Mesquita.
CONCEITO DE GEOMORFOLOGIA |
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VARIÁVEIS DO OBJETO DA GEOMORFOLOGIA | |||
Morfologia | Morfogênese | Morfodinâmica | Morfocronologia |
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TEORIA GEOMORFOLÓGICA | |||
Escola Anglo-americana |
Tem a estrutura geológica como principal formadora do relevo, que sofreram mudanças com o tempo, sendo esse o mais valorizado pelo aspecto histórico. | Representantes: Willian Morris Davis
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Escola Germânica |
A Geomorfologia de raízes germânicas nasce em um contexto mais abrangente das Ciências da Terra, surgindo de uma visão naturalista mais globalizante, que conserva um núcleo comum e evoluiu de maneira mais contínua destacando um enriquecimento progressivo do paradigma, ganhando complexidade metodológica e operacional. | Representantes: Walther Penck | |
TEORIAS GEOMORFOLÓGICAS | |||
O Sistema de William M. Davis | O Sistema de Walther Penck | O Sistema de Lester C. King | O Sistema de John T. Hack |
O americano William Morris Davis foi professor de Geografia da Universidade Harvard (situada em Boston, Massachussetts, EUA), entre o final do século XIX e o início do século XX. É considerado o “pai” da geomorfologia, e ficou conhecido pela elaboração do chamado “Ciclo de Erosão” (“Ciclo Geográfico” ou “Ciclo de Davis”), teoria que tem como hipótese, de forma simplificada, a evolução do relevo em etapas sucessivas, denominadas juventude, maturidade, senilidade. A primeira etapa, juventude; consiste em um rápido soerguimento de uma superfície, posteriormente se sucederia um período de estabilidade, onde os rios passariam a modela a superfície. Os rios recém formados, por conta do relevo abrupto, são velosos e escavam seus leitos com grande profundidade. A segunda etapa; a maturidade é caracterizada pela erosão do relevo soerguido pelos rios, enquanto os mesmos vão suavizando as encostas adjacentes a seu leito, ao mesmo tempo, o fluxo fluvial vai perdendo energia e a altimetria da região vai diminuindo, assim o rio também está em seu estágio de maturidade. No fim do processo, encontra-se a terceira etapa, a senilidade. O trabalho de erosão já foi tão intensificado que aquela superfície abrupta se transformou em uma planície levemente ondulada, onde o rio flui vagarosamente, acumulando sedimentos em seu leito e formando meandros, a erosão cessa completamente, tendo do leito alcançado o nível de base. Neste estágio é formada uma superfície trabalhada pela erosão fluvial, denominada como peneplanície, desta forma a região está apta para um novo soerguimento. Com as teorias sobre pediplanação, e após a descoberta da Tectônica de Placas, o “Ciclo de Erosão” ficou desatualizado em diversos aspectos, mas guarda ainda muitos elementos importantes para a análise da evolução da paisagem geomorfológica, tal qual o papel da estrutura geológica e da tectônica na produção de grandes volumes de relevo. |
W. Penck foi um dos principais críticos do sistema de Davis, sobretudo ao afirmar que a emersão e a denudação aconteciam ao mesmo tempo atribuindo desse modo a devida importância aos efeitos processuais. As críticas de Penck fundamentam-se no método empregado por Davis e na ausência de conexão com a ciência geográfica, uma das principais preocupações da escola germânica. Para Davis, a denudação só teria início após o término do soerguimento, enquanto que para Penck a denudação é concomitante ao soerguimento, com intensidade diferenciada pela ação da tectônica. Penck (1924) procura demonstrar a relação entre entalhamento do talvegue e efeitos denudacionais em função do comportamento da crosta, que poderia se manifestar de forma intermitente e com intensidade variável, contestando o modelo apresentado por Davis: rápido soerguimento da crosta com posterior estabilidade tectônica, até que se atingisse a suposta senilidade, quando nova instabilidade proporcionaria a continuidade cíclica da evolução morfológica.
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A ideia de períodos rápidos e intermitentes de soerguimento da crosta, separados por longos períodos de estabilidade tectônica é o ponto principal do sistema apresentado por King (1955) e Pugh (1955), fundamentado em estudo de caso na África do Sul. Essa teoria procura restabelecer o conceito de estabilidade tectônica considerado por Davis, mas admite o ajustamento por compensação isostática e considera o recuo paralelo das vertentes (wearing-back) como forma de evolução morfológica, de acordo com proposta de Penck (1924). Os autores argumentam que o recuo acontece a partir de determinado nível de base, iniciado pelo nível de base geral, correspondente ao oceano. O material resultante da erosão decorrente do recuo promove o entalhamento das áreas depressionárias, originando os denominados pedimentos. A evolução do recuo por um período de tempo de relativa estabilidade tectônica permitiria o desenvolvimento de extensos pediplanos, razão pela qual a referida teoria ficou conhecida como pediplanação. Portanto, enquanto Davis chamava as grandes extensões horizontalizadas na senilidade de peneplanos, King (1955) as considerava como pediplanos, com formas residuais denominadas inselbergs. O emprego de uma das terminologias, peneplano ou pediplano, caracteriza a filiação epistemológica (anglo-americana ou germânica), considerando as diferenciações genéticas (down wearing ou back wearing). Pugh (1955) admite que a diferença no processo de erosão fornece resultados importantes: há uma reação isostática quase imediata ao abaixamento vertical da paisagem por erosão lateral. Assim, a compensação isostática ocorre somente quando um começo de denudação tenha acontecido, sendo consequentemente, um evento intermitente. Uma vez acontecido o reajustamento isostático, uma nova escarpa e um nível de embutimento (nova superfície pediplanada) são formados, justificando a evolução genética para a sucessão de níveis de aplainamento em um mesmo ciclo morfoclimático. Deve-se considerar, que, apesar da teoria da pediplanação ter sido originalmente relacionada a um clima úmido, como as demais apresentadas, partindo do princípio que foram produzidas nas regiões temperadas, supõe-se que a horizontalização topográfica esteja vinculada a um clima seco, assim como o desenvolvimento vertical do relevo encontra-se relacionado a um clima úmido, levando em conta a incisão vertical da drenagem. Assim, a desagregação mecânica seria a grande responsável pelo recuo paralelo das vertentes, e seus detritos, a partir da base em evolução, se estenderiam em direção aos níveis de base, produzindo entulhamento e consequente elevação do nível de base local. Esse entulhamento se daria por atividades ou processos torrenciais, originando as formas conhecidas como bajadas e proporcionando o mascaramento de toda irregularidade topográfica, caracterizando a morfologia dos pediplanos. |
O autor que mais tem trabalhado no enfoque acíclico do conceito de equilíbrio dinâmico” é Hack (1960). Esse conceito fundamenta-se na teoria geral dos sistemas, vinculado à linhagem anglo-americana pós-davisiana. O princípio básico da teoria é o de que o relevo é um sistema aberto, mantendo constante troca de energia e matéria com os demais sistemas terrestres, estando vinculado à resistência litológica. Enquanto a proposta de Penck considera o modelado como resultado da competição entre o levantamento e a erosão, Hack o considera como produto de uma competição entre a resistência dos materiais da crosta terrestre e o potencial das forças de denudação. Gilbert (1877) foi o primeiro a tentar explicar a evolução do relevo com base no equilíbrio dinâmico, embora Hack (1957, 1960, 1965) tenha ampliado consideravelmente as ideias iniciais. Essa teoria supõe que em um sistema erosivo todos os elementos da topografia estão mutuamente ajustados de modo que eles se modificam na mesma proporção. As formas e os processos encontram-se em estado de estabilidade e podem ser considerados como independentes do tempo. Ela requer um comportamento balanceado entre forças opostas, de maneira que as influências sejam proporcionalmente iguais e que os efeitos contrários se cancelem a fim de produzir o estado de estabilidade, no qual a energia está continuamente entrando e saindo do sistema (Christofoletti, 1980, p. 168). Toda alternância de energia, seja interna ou externa, promove alteração no sistema, manifestada através da matéria, razão pela qual os elementos da morfologia tendem a se ajustar em função das modificações impostas, seja pelas forças tectodinâmicas, seja pelas alterações processuais subaéreas (mecanismos morfoclimáticos). Diante disso, a morfologia não tenderia necessariamente para o aplainamento, visto que o equilíbrio pode ocorrer sob os mais variados panoramas topográficos. Portanto, para Hack, as formas de relevo e os depósitos superficiais possuem uma íntima relação com a estrutura geológica (litologia) e mecanismos de intemperização, embora deixando transparecer maior valorização da primeira. Na teoria do equilíbrio dinâmico as formas não são estáticas. Qualquer alteração no fluxo de energia incidente tende a responder por manifestações no comportamento da matéria, evidenciando alterações morfológicas. Desse modo, quando o sistema readquire o equilíbrio dinâmico, desaparecem gradativamente as marcas relacionadas às fases anteriores que estavam presentes na paisagem. O referido equilíbrio poderá ser mantido ainda em condições de instabilidade tectodinâmica, desde que os efeitos denudacionais acompanhem o mesmo ritmo, o que já havia sido admitido anteriormente por Penck (1929). |
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