RESENHA SOBRE O TEXTO: GEOGRAFIA ECONÔMICA E ECONOMIA DE PAUL CLAVAL
Por: THIAGOkkhhygh • 2/8/2021 • Trabalho acadêmico • 2.015 Palavras (9 Páginas) • 582 Visualizações
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GEOGRAFIA ECONÔMICA
5° PÉRIODO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
THIAGO ARAUJO DOS SANTOS
RESENHA SOBRE O TEXTO: GEOGRAFIA ECONÔMICA E ECONOMIA DE PAUL CLAVAL
FRUTAL-MG, JUNHO DE 2021
RESENHA SOBRE O TEXTO: GEOGRAFIA ECONÔMICA E ECONOMIA DE PAUL CLAVAL
O conhecimento da economia se desenvolveu, até o fim do século dezoito, graças à observação do papel do espaço na vida econômica, como foi mostrado por Pierre Dockès há uma geração atrás (DOCKÈS, 1969). No fim do século dezessete, econo- mistas como William Petty, na Inglaterra, e Vauban, na França, já sabiam que as atividades produtivas estavam geralmente concen- tradas ao longo dos litorais, dos rios navegáveis e dos canais, nas tiras de duas léguas de largo. Richard Cantillon descreveu a criação das riquezas nas zonas rurais e seu consumo nas cidades: ele ofereceu a primeira reflexão sobre a natureza da cidade e a hierarquia urbana. Na “Riqueza das Nações”, Adam Smith (1776) já mostrava interesse pela observação geográfica: ele demonstrou que a especialização do trabalho era limitada pela extensão do mercado, no capítulo dois de seu livro. Mas ele considerou que a riqueza das nações resultava da vontade dos indivíduos, das iniciativas dos empreendedores e do livre funcionamento dos mercados – “deixa fazer, deixa passar”! O economista evidenciou a combinação dos fatores produtivos na empresa e a responsabilidade dos governos no campo do funcionamento das firmas e dos mercados.
O desenvolvimento paralelo da economia, da teoria das relações internacionais, da teoria da localização e da geografia econômica Entre o começo do século dezenove e os anos 1930, o ramo principal da economia ignorava os problemas espaciais da vida econômica. Esses foram estudados por três disciplinas independentes, a teoria das relações econômicas internacionais, a teoria da localização das atividades produtivas e a geografia econômica. Ramo principal da economia buscou esclarecer a racionalidade dos agentes econômicos, a lógica das empresas e a existência de zonas onde os seus custos decrescem e de outras onde eles crescem. O alvo da economia era propor regras para a gestão das empresas por parte dos empreendedores, bem como regras para a gestão econômica das nações por parte dos governos.
A sua teoria foi consolidada, na primeira metade do século vinte, pelos estudos de Eli Heckscher (1949), Bertil Ohlin (1933) e Paul Samuelson (1948). Nessa perspectiva, a posição de Ricardo estava correta: sem progresso técnico, o comércio internacional favorece o nivelamento dos preços dos fatores de produção. O problema não foi o de descrever e explicar a distribuição espacial das atividades econômicas, foi antes de tudo o de esclarecer o papel da distância e dos custos de transporte sobre o desenvolvimento da economia espacial foi lento: deu-se primeiro a partir da lógica de localização da produção agrícola nos anos 1820, depois, da produção industrial, entre 1870 e 1910, e, mais tarde, das atividades de serviços, nos anos 1930 (WEBER, 1909;
Seu objetivo era a descrição da diferenciação de regiões econômicas num tempo onde as ferrovias e a navegação a vapor abriram novas possibilidades de especialização produtiva.
O tratado clássico de geografia econômica cobriu essencialmente a produção de gêneros alimentícios (cereais, carne, leite, manteiga, queijo, oleaginosos, vinho), das matérias-primas (seda, lã, algodão), de energia (carvão, petróleo, hidroeletricidade), e de produtos industriais (têxteis, mecânicos, químicos).
Dos anos quarenta aos anos setenta: a reconciliação entre economia e geografia econômica a um novo ambiente intelectual desde os anos 1930, o ambiente intelectual mudou nos países desenvolvidos e industrializados.
A macroeconomia se desenvolveu com Keynes (1936), com o estudo do papel da poupança e dos multiplicadores dos investimentos e das exportações. A “nova geografia” dos anos 1960 foi primeiro uma pesquisa sobre a eficácia dos modelos de von Thünen (1826-1851) no domínio agrícola, de Weber no domínio industrial, e de Lõsch (1940) e Christaller (1933) no domínio das atividades de serviços.
Graças à teoria dos lugares centrais, a nova geografia dispunha de uma interpretação da hierarquia das cidades e da formação de regiões polarizadas.
A teoria das relações internacionais de Ricardo (1817) dizia que o livre comércio era a condição única e suficiente para a igualização dos preços e dos fatores de produção. Nos anos cinquenta e sessenta do século vinte, uma parte importante da pesquisa na economia e na geografia também tratou desses problemas. Já proposta pelo economista Alfred Marshall, no fim do século dezenove (1890), essa noção explica a concentração das atividades industriais e dos serviços nas cidades ou regiões já beneficiárias de uma grande variedade de atividades.
Edward Ullman mostrou que a concentração das atividades industriais e dos serviços nas áreas cen- trais era uma característica comum aos espaços nacionais (ULLMAN, 1953)Torsten Hãgerstrand (1953/1968) explorou os problemas da difusão da informação econômica na primeira metade do século vinte na Suécia meridional e propôs modelos para explicar os seus mecanismos. sublinha o sentido dos contatos diretos, das relações “cara a cara”, na tomada de decisões econômicas.
As cidades, no seio dos espaços regionais, e os bairros centrais de negócios, no seio das cidades, serviram para facilitar o surgimento de parcerias nas relações econômicas ou na vida cultural. Os geógrafos tiravam uma grande parte de sua inspiração dos modelos desenvolvidos pela economia espacial e pela macroeconomia. contribuição dos geógrafos para a interpretação do crescimento polarizado era original: eles enfatizaram o papel da informação na vida econômica e na gênese das economias externas; vontade de assegurar uma renda suficiente a todas as classes sociais e a todos os povos na terra conduziu, ao mesmo tempo, a uma análise mais precisa das condições para o crescimento e o desenvolvimento e a uma atenção mais forte pelo consumo. Como consequência, um interesse novo apareceu pela divisão dos espaços urbanos exercendo funções produtivas e funções residenciais.
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