A Análise Peronismo na Argentina com Base na Obra
Por: Patricia Farias • 24/4/2021 • Trabalho acadêmico • 1.643 Palavras (7 Páginas) • 176 Visualizações
Não temos outra bandeira, senão a da pátria e de Perón.In:_.História das sociedades americanas.
Em primeiro lugar, é preciso frisar que Juan Domingo Perón, apesar de tendência é um dos políticos sul americano mais notável e inventivo do século XX. E a sua trajetória com o governo argentino inicia quando 1943 acontece um golpe militar que levou o Grupo de Oficiais Unidos, o GOU ao poder da Argentina. O governo do GOU era formado por militares católicos e ultraconservadores, resolveram intervir em nome da ordem e dos valores cristãos, conforme afirmavam.
Durante esse governo, Juan Domingo Perón que assumiu o Departamento do Trabalho, e utilizou seu cargo para se aproximar das classes de trabalhadores e dos movimentos sindicais da Argentina. Visto que acreditava que os operários seriam facilmente influenciados para o comunismo.
Quando assumiu a Vise - Presidência do Governo Provisório, logo após o então presidente Ramírez ser substituído pelo General Edelmiro Ferrel. Perón transformou o departamento de trabalho na Secretaria do Trabalho e Previdência e ocupou ainda a função de Ministro da Guerra.
Sua popularidade crescia, pois começou buscar apoio de alguns dirigentes operários e conforme sua influência se expandia ficava claro que as bases de sustentação do regime: estava a burguesia industrial, a igreja Católica, o Exercito e o proletariado. A igreja devido às diretrizes anticomunistas do governo e com as concessões recebidas, inclusive na área da educação. O proletariado com os benefícios e reformas sociais que acabara, dividindo a maior parte dos cabecitas negras filiou-se ao Partido Único da revolução ou Partido Justicialista fundado por Perón e operários de origem européia e militando no Partido Comunista Argentino ou Partido Socialista visto que o mesmo oferecia resistência á política Peronista. O exercito por sua vez, alguns grupos reconheciam a capacidade de liderança de Perón e aproavam sua estratégia de atrair a classe operária em troca de algumas vantagens materiais, mas outros logo descobriram o enorme perigo daquela concentração de poder nas mãos de Perón e alegaram ser uma ameaça ás instituições democrática.
Em março de 1945 a Argentina declarou guerra aos países do Eixo, e em setembro organizam-se os partidos de oposição uma macha da constituição e da liberdade, desfilando pelas ruas de Buenos Aires, sem Perón, de 200 a 400 mil pessoas que exigiam eleições honestas, sem fraude e sem imposições de candidatos.
Algumas semanas depois desse evento começou a surgir a figura mais importante para o governo de Perón, Maria Eva Duart, ex atriz, que tomou publicamente uma posição a favor de Perón em uma série de transmissões radiofônicas de tom violentamente militante. Sua influência sobre Perón foi vista com profunda irritação nos círculos militares, não só porque se tratava de uma mulher, mas também por conta das origens de Evita eram humildes e a profissão que exerceu anteriormente não era das mais recomendáveis.
Com as manifestações parte das Forças Armadas exigiram do presidente Ferreal a destituição de Perón, antes da sua partida realizou um discurso, ainda que velado, voltado para os trabalhadores e uma resistência. O golpe de mestre foi que anunciou que deixava dois decretos em favor dos operários: referente ao organismo sindical e outro instituindo a escala móvel e o salário mínimo. Além disso, assegurava a participação dos trabalhadores nos lucros das empresas e um aumento geral das indenizações por demissão.
Daí em diante, houve movimento popular para o retorno de Perón e a oposição se sentiu impotente com o apoio popular á Perón. Diante disso, Perón foi libertado no dia 17 de outubro após grandes manifestações nas ruas e, fortalecido, partiu para a disputa da presidência que aconteceria no começo de 1946.
Visto que na campanha eleitoral Perón consegui atrair apoio de uma pequena burguesia e elementos conservadores, além de contar com o apoio governista e de amplo setores do exército, da igreja e de grupos industriais que esperavam uma proteção do Estado para suas atividades, e claro da massa trabalhadora que até então marginalizados politicamente.
Na eleição presidencial de 1946, Perón concorreu a presidência contra José Tamborini e venceu com 55% dos votos. Sendo assim, Perón assumiu a presidência em 4 de junho de 1946 e permaneceu na função até 1955, tendo sido eleito para um segundo mandato em 1951. Seu segundo mandato houve um golpe militar que ocorreu em 1955.
O Governo ficou marcado por uma política populista e autoritária, devido a as reservas cheias por conta da segunda Guerra Mundial a economia foi favorável. Nesse momento a agricultura do país estava em crise, e assim Perón reforçou os investimentos industriais, o que garantiu o crescimento dessa área.
Além disso, Perón também implantou uma política que promoveu maior distribuição de renda e que permitiu que o consumo da população argentina pudesse aumentar de forma absurda. E tiveram um aumento do consumo de bens como geladeira e rádios, por exemplo. Porém, esse aumento no consumo interno teve uma consequência negativa pois acionou em uma grande inflação.
Ademais, a política econômica de Perón também contou com a nacionalização de algumas empresas e instituições instaladas no país, como o Banco Central. A nacionalização da economia foi o ponto chave da política econômica peronista. E ainda, os projetos de Perón para melhorar a qualidade de vida do trabalhador como: Aumento dos salários, licença por doença, férias remuneradas, estabelecimento máximo para as mercadorias, criação de planos de habitação, etc.
A ação de Perón em relação aos trabalhadores, além da ampliação dos benefícios e da qualidade de vida ficou marcada pela ampliação do controle do Estado sobre os sindicatos. Perón agia assim para manter os sindicatos sob controle e reduzir as manifestações deles contra o seu governo.
Essa relação foi mediada por Eva Perón, esposa do presidente, que além de aproximar-se dos trabalhadores foi à grande responsável por popularizar a imagem do Estado peronista como “Estado benfeitor”.
Nesse contexto, vale ressaltar que após o golpe de 1955, quando Perón se exilou a relação com a esquerda é um ponto que ajuda a explicar a permanência de Eva Perón no cenário político-cultural argentino. Até o golpe de 1955, a esquerda argentina era predominantemente antiperonista, pois Perón era contra o comunismo e tinha pertencido à ditadura de 1943, conforme dissemos, simpatizante do nazi-fascismo. De um modo geral, a esquerda inclusive apoiou o golpe que derrubou e parte expressiva da esquerda mudou de opinião, pois, com as medidas sociais e trabalhistas, o peronismo teria dado aos trabalhadores a noção de direitos e contribuído para mobilizá-los politicamente. A partir da década de 1960, Evita, Perón e Che Guevara passaram a dividir espaço em cartazes, faixas e panfletos de esquerda. Palavras de ordem como "Evita, Perón, revolução!" ou "Perón, Evita, a pátria socialista!" demonstravam a aproximação entre setores da esquerda e o peronismo.
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