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A Imigração Italiana: Aspectos Gerais Do Processo Imigratório

Por:   •  31/3/2023  •  Artigo  •  4.088 Palavras (17 Páginas)  •  105 Visualizações

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IMIGRAÇÃO ITALIANA: ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO IMIGRATÓRIO[a]

PEREIRA, Daniela Balabem Tiburcio[1]

RU: 3432047

LAUFER, Albertina[2]

RESUMO[b]

A imigração italiana ocorreu entre o final do século XIX e início do século XX. É caracterizada pelo crescimento do capitalismo e pela sua estrutura e formas de produção, sendo que milhares de europeus emigraram para os Estados Unidos. No Brasil, começou no Rio Grande do Sul por volta de 1875, e estava associada aos interesses dos governos brasileiro e italiano. O objetivo dessa pesquisa é esclarecer esse processo imigratório, fundamentando as causas desse fenômeno. Para tanto, é proposto a revisão de literatura, com o suporte da pesquisa bibliográfica. Constatou-se que, entre 1880 e 1930, a imigração italiana para o Brasil atinge o seu pico. Os italianos deixaram seu país devido as condições econômicas e sociais, e com o estímulo da política subvencionada do Brasil passaram a aproveitar as oportunidades de uma terra em desenvolvimento.

Palavras-chave: Imigração Italiana. Educação. Ensino e Aprendizagem. História.

1 INTRODUÇÃO[c][d]

O processo de imigração abrange o final do século XIX e durou até os anos 1960/70. A imigração italiana ocorreu em São Paulo, estados do sul do Brasil e em alguns países. Além dos desafios que os imigrantes enfrentaram, cita-se a Lei Prinetti para a contratação de trabalhadores agrícolas e a repatriação (HUTTER, 1982).

A colônia italiana no Brasil foi marcada pelo interesse do governo imperial brasileiro em ocupar terras do sul e, devido à crise agrícola e urbana, e a necessidade da Itália de expulsar a população expropriada do meio rural e os trabalhos citadinos. Esses imigrantes se estabeleceram no Rio Grande do Sul, originalmente em região serrana do nordeste do estado. Porém, com a chegada contínua de italianos, estes foram enviados para as regiões centro e sul do Rio Grande do Sul. (MANFIO; BENADUCE, 2017).

A maioria dos italianos que imigraram para o Brasil é considerada humilde e oriunda de áreas rurais da Itália. O Brasil era uma nova terra cheia de oportunidades e muito atrativa. A Itália enfrentou uma grave crise de empregos causada pela industrialização em meados do século XIX. O crescimento populacional não trouxe crescimento econômico e geração de empregos, o que influenciou os italianos a buscarem outras moradias em outros países, como Brasil, Estados Unidos, Argentina, França e Suíça (RAMOS, 2020).

        No entanto, no início do século 20, péssimas notícias sobre as condições de trabalho e moradia no Brasil começaram a se espalhar para a Itália, reduzindo muito a vinda de italianos ao país.

Existe mais de 60 milhões de descendentes italianos no mundo, sendo que metade estão no Brasil. Esse dado consta no último Rapporto Italiani nel Mondo, realizado pela Fondazione Migrantes, escritório pastoral da Conferenza Episcopale Italiana, em conjunto com o Comitê formado por diversas entidades e estudiosos de vários países, coordenados pelo Dossier Statistico Immigrazione Caritas/Migrantes. Dessa forma o Brasil é considerado o maior país italiano do mundo, depois da própria Itália.

Muitos italianos se envolveram em movimentos grevistas, participando de associações, ligas e sindicatos, compondo lideranças, e muitas vezes foram reprimidos e presos. Além das condições de trabalho insalubres, moravam em locais coletivos, mas uma minoria habitava bairros étnicos, como Brás e Bexiga na cidade de São Paulo, e contavam com a cooperação e solidariedade de vizinhos (IBGE, 2021).

Cerca de 62% dos imigrantes que entraram no Brasil na década de 1880 eram italianos, apoiados pelo início do período republicano, de expansão cafeeira e política de imigração subvencionada, com prioridade para entrada de famílias (POUBEL, 2021).

O objetivo desse trabalho é esclarecer o processo de imigração italiana e confirmar as razões desse fenômeno. O método usado para o aprofundamento é a revisão de literatura ou a pesquisa bibliográfica, que é utilizada para buscar informações relacionadas ao tema.

2 ASPECTOS GERAIS DA IMIGRAÇÃO ITALIANA[e]

        As migrações internas e internacionais sempre foram elementos essenciais para se compreender a formação de identidades sociais e culturais. O fenômeno da migração não é recente, e o deslocamento populacional sempre existiu na história, sobretudo para o Brasil. Durante séculos, os colonos portugueses, africanos (imigração forçada), italianos, espanhóis, alemães, asiáticos, e nativos, contribuíram para a formação da população e da cultura Brasileira (NICOLI; SIQUEIRA; SANTOS 2010).

No final do século 19, o Rio Grande do Sul seguindo as políticas nacionais e provinciais que incentivaram o processo de colonização, recebeu milhares de imigrantes, principalmente italianos que se estabeleceram no nordeste do estado. As primeiras colônias Dona Isabel, Caxias e Conde d'Eu, são hoje os municípios de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul, Santa Teresa, Caxias do Sul, Garibaldi, Farroupilha e Carlos Barbosa. Muitas são as produções historiográficas sobre a imigração italiana para o país, as quais destacam que grupos ordeiros, trabalhadores desenvolveram grandes centros econômicos, graças à perseverança e crenças religiosas (LUCHESE, 2015).

De acordo com estudo de Schneider (1993), na década de 1870, a educação pública nas áreas rurais era muito instável. Não podia ser regulamentada pelos mesmos padrões da maioria das escolas da província, afinal os filhos de imigrantes falavam dialetos diferentes, e os professores tinham dificuldades para compreenderem e não conseguiam ensinar adequadamente.

Para resolver essas dificuldades, o governo passou a estimular a implantação de cursos privados, por meio de sua instituição, a Inspetoria Especial de Terras e Colonização. Uma carta oficial de julho de 1878 notificou os chefes das colônias que o governo iria deixar o estabelecimento das aulas por iniciativa dos particulares. Em ano anterior, o Ministro da Agricultura já havia emitido um aviso informando professores particulares existentes ou aqueles que se estabelecessem nas colônias, que os diretores deveriam providenciar a construção de escolas, se existisse mais de trinta alunos (OFÍCIO DA INSPETORIA ESPECIAL DE TERRAS E COLONIZAÇÃO, 1877 apud LUCHESE, 2015).

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