A POSIÇÃO DA MULHER NA GRÉCIA ANTIGA
Por: Júlia Lopes • 19/5/2019 • Artigo • 2.868 Palavras (12 Páginas) • 391 Visualizações
A POSIÇÃO DA MULHER NA GRÉCIA ANTIGA
Júlia Barroso Lopes Granja1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
Graduação em História
Resumo:
O objetivo central desse trabalho é ponderar acerca da figura feminina nas cidades gregas antigas, dando destaque para como funcionava a instituição do casamento nessa comunidade. A pesquisa foi realizada com base em evidências historiográficas e a partir dos posicionamentos de historiadores competentes. Nossa missão é compreender a visão e a função da mulher na Grécia Antiga e acompanhar o avanço do feminismo desde a história antiga até os dias atuais.
Palavras Chave: Grécia Antiga, Mulheres, Feminismo, Sociedade, História Antiga, Progresso.
Abstract:
The central point is the question of the female figure in the ancient Greek cities, which seeks to highlight the practice of a marriage institution in the community. The research was carried out based on historiographical evidences and positioning of competent historians. Our mission is a vision and a function of women in Ancient Greece and monitored the advancement of feminism from ancient history to today.
Keywords: Ancient Greece, Women, Feminism, Society, Ancient History, Progress.
Introdução
A Grécia Antiga foi uma civilização da antiguidade que se estende do século XX ao século IV a.C. Era um conjunto de cidades que compartilhavas costumes, línguas, leis e alguns aspectos culturais característicos, mas não podia ser chamada de um país unificado. Conhecida como berço da civilização Ocidental, foi na Grécia que viveram filósofos como Platão, Aristóteles e Sócrates. Além disso, também é associada com o nascimento do teatro e da democracia, que são pontos vistos e discutidos até hoje.
A Grécia pode ser dividida em cinco principais períodos: Período Micênico do século XV a.C., que é o início da expansão micênica à até o século XII a.C. com a chegada dos povos indo-europeus; O Período Homérico do século XII a.C. ao século VIII a.C., período em que foi criada as obras de Homero: a Ilíada e a Odisseia; Período Arcaico do século VIII a.C. ao século VI a.C., início da expansão grega; Período Clássico que vai do ano 508 a.C. quando a Democracia é estabelecida em Atenas até o ano 338 a.C., quando a Grécia é dominada pelos macedônios; Período Helenístico do ano 336 a.C., quando Alexandre sobe ao trono macedônico até o fim do império no ano 323 a.C. com a morte de Alexandre, o Grande.
A comunidade grega como é conhecida começou a ser desenvolvida nos períodos Arcaico e Clássico, com a formação de várias Póleis2 ao longo do Mar Mediterrâneo. Viviam nas Pólis nobres, escravos, trabalhadores livres, artesões e pequenos proprietários. Ser grego significava falar a língua grega, e quem não falava era considerado bárbaro palavra que deriva de balbucios incompreendidos das línguas dos outros povos. A relação com esse grupo de pessoas era apenas comercial e para a obtenção de mão de obra escravizada. ´´...gregos eram aqueles que falavam a língua grega. Onde quer que houvesse gregos, ali estava a Grécia.`` (FUNARI, 2002, p. 13)
Entre as principais Póleis que influenciaram todas as outras podemos citar Atenas, devido ao seu desenvolvimento humano, democracia, filosofia e arte. Outra Pólis importante era Esparta, conhecida pelo militarismo e autoritarismo. A democracia talvez seja uma das maiores heranças deixadas pelos gregos para as gerações seguintes, ela foi criada em Atenas como uma alternativa contra a tirania. ´´Tem sido dito frequentemente que a chamada democracia ateniense era na verdade uma aristocracia, muito diferente das democracias modais.`` (CROISET, 1920, p. 76): essa afirmação existi porque todos cidadãos livres maiores de 18 anos e nascidos em Atenas poderiam participar das Assembleias, embora as mulheres, estrangeiros e escravos estavam excluídos, construindo assim um ´´democracia`` ainda baseada em privilégios.
As mulheres eram metade da população e não tinham direitos políticos, muito embora fossem autorizadas a frequentar festas religiosas e assistir a peças teatrais, bem como ir a santuários e oráculos. Porém os sacrifícios aos deuses lhes eram proibidos, pois se tratavam de rituais exclusivamente masculinos. Elas também não podiam ter propriedades ou administrar negócios. Durante toda a vida, as mulheres ficavam sob a tutoria de alguém: do pai, do marido ou do filho, caso se tornassem viúvas. Os homens escolhiam seus maridos, e tomavam todas as decisões dentre e fora de casa. A partir dos próximos capítulos vamos analisar como era o casamento na Grécia Antiga para as mulheres. Ademais, iremos pontuar as primeiras evidências do movimento que é hoje conhecido como feminismo.
Casamento
O casamento é uma das tradições humanas mais antigas e disseminadas pelo mundo. As primeiras formas de casamento eram vistas como ferramentas de manutenção de relacionamentos entre grupos sociais e interesses diplomáticos, muito diferentes do que temos hoje. O matrimônio na antiguidade grega era visto como forma de dominação da mulher, o destino feminino era ser transferida da posse de um homem para a de outro durante toda a sua vida, impedindo que ela adquirisse sua independência e assim se libertando desse ciclo interminável de abuso.
Para todos os atos da vida civil, a mulher era considerada dependente de um representante masculino, estando sempre vinculada ao oikos de seu guardião (kyrios). Ela não possuía direitos políticos e tinha apenas direitos civis limitados. Pode-se dizer, assim, que era considerada o que atualmente chama-se de juridicamente incapaz. (BERQUÓ, 2014, p. 1990)
Quando o marido morria e não tinha filhos homens com idade adequada pra ficar com a quantia, os bens
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